TIPOLOGIA DE CULTURA ORGANIZACIONAL PROPOSTA POR TROMPENAARS
Por: Evandro.2016 • 27/8/2018 • 2.437 Palavras (10 Páginas) • 385 Visualizações
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Caso 3:
Medicasa é uma empresa especializada em serviços de cuidadores para pessoas idosas. O casal Jandira e Fernando, seus fundadores, são Técnicos em Enfermagem e trabalhavam com esse serviço como autônomos. Sendo excelentes profissionais, logo ganharam fama e tinham muito mais demanda do que capacidade para atendê-la. As vezes indicavam algum colega para um serviço que não podiam assumir. Logo, porém, pararam de fazer indicações, ao constatar que alguns não faziam jus à confiança neles depositada, prestando serviços inadequados. Resolveram, então, fundar uma empresa, de modo a ampliar sua capacidade de atendimento. Contrataram profissionais que já conheciam e que tinham sido bem avaliados por clientes para os quais foram por eles indicados anteriormente. Há uma intensa troca de informações entre todos e um constante investimento em capacitação. Jandira e Fernando se orgulham de dizer que a empresa tem “a cara deles” e que qualquer cuidador de sua equipe trabalha tão bem quanto eles próprios, pois seguem padrões estabelecidos de procedimento e são pessoas de sua absoluta confiança. As relações interpessoais dos fundadores com seus funcionários são marcadas por uma grande camaradagem e eles gostam de repartir com a equipe os sucessos conquistados tendo, inclusive, adotado um sistema de premiação e repartição de resultados. Pode-se dizer que os Técnicos nutrem um enorme respeito e admiração por Jandira e Fernando, procurando sempre seguir o padrão de qualidade por eles estabelecido. A empresa tem crescido muito e, na avaliação dos proprietários, uma das principais vantagens competitivas é o jeito acolhedor e carinhoso como todos trabalham, demonstrando que, além do profissionalismo manifesto na competência técnica, a humanização do atendimento e das relações interpessoais é fundamental no tipo de serviço que prestam.
Caso 4:
Cisne Branco é uma confecção especializada em fardamentos militares, atendendo, em especial, a Marinha. De origem familiar, a empresa, que está há 32 anos no mercado, passou por importantes mudanças desde o falecimento de seu fundador, ocorrido há dois anos. Nem Marta, a viúva, nem Joaquim, o filho único do casal, demonstraram interesse e competência para dar seguimento ao trabalho que Genésio, o fundador, realizava. Contratarem, então, Rogério, um Administrador com boa experiência profissional, que trabalhava como gestor de projetos em uma empreiteira, e delegaram a ele plenos poderes para gerir a empresa, mediante a garantia de que manteria e até mesmo ampliaria o volume de vendas e a lucratividade, que sempre foram bastante satisfatórios. Uma de suas primeiras providências ao assumir a gestão foi demitir a maior parte dos trabalhadores, preferindo encomendar a produção de microempreendedores individuais (MEIs), que podem fornecer serviços terceirizados de modelagem, corte de pano, costura e acabamento a um preço mais convidativo. O problema é que, desde que ele implantou essas mudanças, a empresa não para de perder mercado e de reduzir a lucratividade. Jonas, Gerente de Qualidade, um dos pouco remanescentes no quadro fixo de empregados, confidenciou a Marta, quando indagado sobre o que está acontecendo, que a empresa perdeu o forte vínculo que existia antes entre seus trabalhadores e que importantes procedimentos técnicos, que garantiam melhor qualidade e menor desperdício, foram perdidos, devido à inexistência de rotinas produtivas e à instabilidade na equipe responsável.
Caso 5:
Super Limpo é uma lavanderia industrial especializada em prestar serviços a hospitais. Fundada há 20 anos, a empresa começou quando um hospital decidiu terceirizar esse serviço. Na época, o Dr. Alexandre, Diretor Geral da instituição, resolveu convidar Joana, que chefiava o setor de lavanderia, a abrir uma empresa para prestar esse serviço, de modo a não ficar desempregada. Tal decisão levou em consideração a capacidade e experiência que ela possuía nesse serviço, que sempre desempenhou com grande qualidade. Os primeiros tempos foram muito difíceis, em função da falta de recursos. Joana pegou toda sua verba rescisória e precisou ainda contrair um empréstimo bancário para montar seu negócio. Nos três primeiros anos de funcionamento, a empresa contava com poucos equipamentos e tudo era muito improvisado. Os resultados obtidos, entretanto, eram sempre positivos, graças à enorme dedicação da fundadora e das funcionárias que contratou, todas vindas de sua equipe da época em que trabalhava como gerente do hospital. Foram tempos heroicos, nos quais, no dizer da própria Joana “a gente pegava o touro à unha”. Depois, vieram tempos de bonança e prosperidade. O bom trabalho realizado logo rendeu novos contratos. Cinco anos após a fundação já eram quatro os hospitais atendidos e, passados mais cinco anos, o número total de instituições clientes chegou a doze. Com o empréstimo inicial pago e as receitas provenientes dos novos contratos, a empresa investiu continuamente na compra de equipamentos modernos. O que não mudou foi o jeito de administrar. Hoje a Super Limpo é uma organização de médio porte, atuando em 13 cidades e com uma ampla carteira de clientes. Joana continua à frente do negócio e muito envolvida com a operação e a administração da empresa. Júlio, o Gerente Geral que contratou para ajudá-la na gestão reclama de que é pouco ouvido, que a proprietária não admite ser contrariada e que barra todas as inovações que ele tenta implantar. Na sua percepção, esses problemas têm determinado as dificuldades que estão sendo agora enfrentadas. Pela primeira vez, a empresa perdeu clientes. Três hospitais que há muito contratavam seus serviços trocaram para um fornecedor que pratica preços mais baixos. Na percepção de Joana, o problema está na falta de dedicação e lealdade à empresa dos novos trabalhadores, que não tem com ela a mesma amizade e comprometimento que tinham as primeiras funcionárias. Já Júlio afirma que a falta de modernização administrativa tem dificultado a otimização e o controle dos processos produtivos e é isso que está tornando o preço praticado menos competitivo.
Caso 6:
Conta certa um escritório de contabilidade especializado no atendimento a pequenas empresas do comércio varejista. Fundado há 10 anos por Joana, uma contadora à época recém formada, a empresa cresceu graças à forma cuidadosa com que são desempenhadas todas as tarefas. Joana é bem meticulosa e desenvolveu, para cada serviço, uma rotina padronizada, com os procedimentos detalhados passo a passo. Com isso, embora possua uma grande carteira de clientes, não
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