O mundo das mobilidades
Por: Kleber.Oliveira • 7/3/2018 • 852 Palavras (4 Páginas) • 313 Visualizações
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De fato, apesar da grande economia que a empresa teria com adesão dessa nova ferramenta, a mudança não se mostrou eficiente, já que a empresa não avaliou todos os aspectos envolvidos no serviço que vendia, que envolve uma questão emocional e de grande impacto na vida das pessoas, e que poderia gerar as mais diversas reações nas pessoas demitidas. Optaram por uma mudança organizacional pensando exclusivamente no lucro, assim, foi mal planejada e consequentemente apresentou falhas, sendo que precisaram voltar ao modelo organizacional antigo.
Viver num mundo de mobilidades rápidas e intensas depende do alcance da capacidade emocional das pessoas de manter e negociar ambos o público e o privado, e a vida familiar no vai-e-vem de empregos e residências (Elliott; Urry, 2010). Um exemplo conexo acontece quando Ryan vai impulsivamente até a casa de Alex em Chicago sem avisá-la, para se declarar a ela, pretendendo surpreendê-la. Ao fim, Ryan é que acaba surpreendido, pois Alex, apesar de estar no mesmo mundo das mobilidades, diferentemente dele, tem fortes vínculos afetivos (marido, filhos, casa), demonstrando que Bingham era somente um “parêntese” em sua vida.
O filme faz, nem sempre de maneira sutil, um julgamento moral, onde ocasionalmente opta pela vida apegada a família e ao território, onde estaria os reais valores humanos. Fica evidente no final, que expõe depoimentos de pessoas, que na vida real, passaram pela experiência da demissão. Em suas falas, exaltam à importância da família na recuperação psicológica e moral.
Na última cena, a narração feita pela voz do próprio Ryan, mostra a realidade, não só da sua, mas de todas as vidas “móveis” da contemporaneidade:
Hoje à noite as pessoas chegarão em casa com cães pulando e crianças gritando. Os cônjuges perguntarão sobre como foi o dia e elas irão dormir. As estrelas sairão de seus esconderijos diurnos; e uma dessas luzes, mais brilhante que o resto, será a ponta da asa do avião em que estarei.
REFERÊNCIAS
ELLIOTT, Anthony e URRY, John. 2010. Mobile Lives. New York: Routledge.
URRY, John. 2007. Motilities’. Cambridge: Polity Press.
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