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Quando o mundo se tornou cristão

Por:   •  16/11/2017  •  1.358 Palavras (6 Páginas)  •  416 Visualizações

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do mundo substitui alguns elementos religiosos (os oráculos) pela técnica (a medicina), tornou-os autônomos (legitimação política, utopias sociais); o que mais subsistiu é o medíocre: a solenização e os ritos de passagem.

A tolerância não era o único princípio reinante: os cristãos e só eles, tinham o dever de adorar a Deus como verdade e de obedecer à Igreja, a fim de que Deus protegesse o Império e o imperador. O resultado foi que os imperadores pagãos perseguiram os cristãos que eram considerados hereges ou cismáticos, enquanto que os judeus e os pagãos professavam suas crenças como algo natural, em que o grande poder de manutenção estava justamente na tradição que estas religiões antigas tinham e sua permanência entre as pessoas sejam desde os imperadores até os seus súditos remontava a mais de sete séculos, isto é, um sistema quase inconteste de crença.

O cristianismo depois de um longo período da história surgiu como uma religião que não era compreendida como religião pela maioria das pessoas da época, mas no decorrer de sua empreitada ela veio trazendo novidades de culto, um Deus único (monoteísmo) ou politeísmo monista, uma Igreja, uma forma de amor, Jesus Cristo passa a ser visto e venerado como autoridade sobre-humana, com essas profissões de fé a vida passa a ser mais intensa, organizada, com regras, e o cristianismo toca num ponto fundamental para a conquista de almas, que é a morte e a necessidade de buscar significação eterna num plano cósmico, em que a alma precisa se solidificar no ser, essa percepção é nova e por algum tempo foi defendida apenas como acessível aos reis, príncipes, bispos, etc, e agora isso era possível e acessível para todos desde os mais cultos e poderosos até os mais leigos e miseráveis. A questão da morte é fundamental compreender, pois o cristianismo se utiliza desse mistério da humanidade para fixar domínio de entendimento, de compreensão, e de conforto, ou seja, se misturam duas questões totalmente diferentes, uma coisa é a religião outra coisa é o domínio transcendental (metafísico e humano), o paganismo, por exemplo, nunca adentrou, pois era convicto dessa diferença e da (i) mortalidade da alma, da ressurreição do corpo.

Originalidades do cristianismo que tiveram grande aceitação e contribuíram para a conversão de Constantino: enriquecimento intelectual e espiritual; superioridade criativa (artística e literária); conquistou rapidamente uma elite; paixão mútua entre humanidade e divindade; monoteísmo (comodismo social ou imperialismo da verdade); gigantismo do Deus único (criador do céu e da terra); Deus, Cristo, Virgem (monoteísmo ou politeísmo)?; mexe com a imaginação; possui uma inventividade coletiva; Deus sempre pronto a perdoar; fidelidade; zelo moralizador; estoicismo (rigidez) popular; respeitabilidade; humildade; ética; divergências nas escritas cristãs entre moralismo e amor; a Bíblia (Best Seller); novas sensibilidades, ou seja, o cristianismo fez nascer consequências/fatos inexistentes para posteriormente criar as causas de suas curas; ditou um modelo no interior de um mundo milenar; pregou o medo da morte (conversões no leito de morte); o cristianismo manteve do paganismo a criação de lendas e doutrinas (são os deuses que inventam o terror).

Foi na época de Constantino que começou o antijudaísmo que iria desembocar séculos mais tarde, nas monstruosidades conhecidas. As religiões os as religiosidades foram e são legitimadoras de grandes eventos no interior da história, de lendas, de guerras, de impérios, de Estados, de modelos políticos, de crença popular, de personagens, de territórios, de conquistas, de perdas, de ameaça, etc, etc, etc.

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