A TEORIA DOS DOIS FATORES DE HERZBERG
Por: SonSolimar • 5/3/2018 • 2.111 Palavras (9 Páginas) • 409 Visualizações
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Chiavenato (2003) assinala que a partir das experiências na organização e entrevista com os empregados notou-se que o homem se acha motivado por suas necessidades sociais e que, sua identidade é obtida através da sua relação com os demais. Assim as relações sociais dentro do emprego se tornam fundamentais. Finalmente, a satisfação das necessidades sociais dos subordinados estão intimamente ligadas à forma de resposta à direção.
O autor prepondera que a Teoria das Relações Humanas é a corrente iniciada com a Experiência de Hawthorne, e que combatia os pressupostos clássicos através da ênfase nas pessoas e nas relações humanas:
[...] o advento da Teoria das Relações Humanas trouxe uma nova linguagem que passou a dominar o repertório administrativo: fala-se agora em motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo etc. Os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais de Administração etc. passam a ser contestados ou deixados de lado (CHIAVENATO, 2003, p.116).
A partir da Teoria das Relações Humanas com ênfase na satisfação das pessoas, levou-se em consideração o homem não como uma máquina, mas como ser que apesar de racional possui ainda o elemento emocional. Desde então surgiram variadas teorias e estudos sobre a relação entre produtividade e motivação como a Teoria das Necessidades de Maslow e os fatores de Motivação de Herzberg.
Há dois grupos de teorias sobre a motivação para Maximiano (2000): as que procuram explicar como funciona a motivação (Modelo do Comportamento, Teoria da Expectativa, Behaviorismo e Teoria da Equidade) e as que buscam explicar quais fatores motivam as pessoas (Teorias Clássicas, Teoria das Necessidades, Frustração e Teoria dos Dois Fatores). A Teoria dos Dois Fatores será destacada a seguir.
3 HERZBERG E A MOTIVAÇÃO
Frederick Herzberg foi psicólogo, consultor e professor de Administração da Universidade de Utah. É natural de Lynn, Massachusetts, Estados Unidos. Nasceu em 18 de Abril de 1923 e faleceu em 19 de Janeiro de 2000, na cidade de Salt Lake City, no Estado de Utah. Durante sua pesquisa entrevistou engenheiros e contadores perguntando-lhes quais aspectos de seu trabalho os deixavam insatisfeitos ou satisfeitos.
Com base nas respostas o pesquisador e seus colaboradores formularam a teoria dos dois fatores. A partir dela tem-se que apenas o trabalho em si e os fatores que lhe são diretamente relacionados podem fazer as pessoas sentirem-se satisfeitas. Pilatti (2007) destaca que Herzberg considerava a motivação como “uma propensão para a ação originada em uma necessidade. Satisfação é algo que sacia a necessidade” (PILATTI, 2007, p.57). Segundo Herzberg há dois fatores que interferem o comportamento das pessoas: os higiênicos e motivacionais. Estes são independentes e não se vinculam entre si.
3.1 Fatores Higiênicos
Chiavenato (2003) aponta que os fatores higiênicos, ou fatores extrínsecos, são assim denominados, pois estão localizados no ambiente que rodeia os trabalhadores e abrangem as condições nas quais desempenham seu trabalho. Estes criam o clima psicológico e material saudável, influenciando a satisfação com as condições dentro das quais o trabalho é realizado.
Os fatores higiênicos estão fora do controle das pessoas. Herzberg cita como principais fatores higiênicos: salário, benefícios sociais, tipo de chefia ou supervisão que as pessoas recebem de seus superiores, condições físicas e ambientais de trabalho, políticas e diretrizes da empresa, clima de relacionamento entre empresa e funcionários e regulamentos internos.
Inicialmente apenas tais fatores higiênicos eram utilizados na motivação dos empregados: o trabalho era considerado uma tarefa desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, tornava-se necessário o apelo para prêmios e incentivos salariais, supervisão, políticas empresariais abertas e estimuladoras, isto é, incentivos situados externamente ao indivíduo em troca do seu trabalho.
Desta forma observa-se o funcionamento deste fator em simples situações: quanto melhor a relação com os supervisores e colegas melhor o clima de trabalho. Da mesma maneira, quanto mais satisfeito com seu salário menor será a chance de o trabalhador reclamar deste aspecto.
Conclui-se que os fatores higiênicos apenas evitam a insatisfação dos empregados, mas não provocam a satisfação. Possuem esta denominação, pois funcionam como remédios higiênicos: evitam a infecção ou combatem a dor de cabeça, mas não melhoram a saúde.
3.2 Fatores motivacionais
Fatores motivacionais, ou fatores intrínsecos, estão diretamente relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas executadas. Maximiano (2010) assim como Chiavenato (2003) propõe que estes fatores diferentemente do anterior encontram-se sob o controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e desempenha.
Relacionam-se aos sentimentos de crescimento individual, reconhecimento profissional e auto realização. Inicialmente tarefas e cargos se relacionavam apenas com preocupação de atender aos princípios de eficiência e economia. Não se pensava no desafio e a criatividade individual; o indivíduo encontrava-se então desmotivado, por meio da apatia, desinteresse e falta de sentido psicológico.
Quando os fatores motivacionais são ótimos, eles provocam a satisfação nas pessoas. Porém, quando são precários, eles evitam a satisfação. Apenas o trabalho em si e seu conteúdo produzem motivação para o trabalho.
Para ilustrar tais fatores de forma simples: quanto mais desafiador e instigante mais motivado o trabalhador se sentirá, quando há possibilidade de exercitar suas habilidades ou desenvolver suas aptidões menos chances de não satisfação.
3.3 Relação entre os fatores higiênicos e motivacionais
Chiavenato (2003) sugere que os fatores responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desligados e distintos dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da satisfação profissional não é a insatisfação, mas ausência de satisfação profissional. Também o oposto da insatisfação profissional é a ausência dela e não a satisfação.
Gravura 1: Fatores Higiênicos e Motivacionais – satisfação e insatisfação.
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