CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA
Por: Salezio.Francisco • 5/9/2018 • 4.758 Palavras (20 Páginas) • 374 Visualizações
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Jesus é o Poeta da Imortalidade da Alma e assim o faz com o Cântico das Bem Aventuranças. Senhores, as bem aventuranças merecem inúmeras análises, mas hoje ficaremos aqui somente com a análise estrutural e o conteúdo substancial da mensagem de Jesus. Observemos a estrutura das bem-aventuranças: primeiro uma premissa, depois a conclusão. Uma vez conquistada a premissa, detínhamos a conclusão. As conclusões das bem aventuranças são verdadeiras compensações ditas por Cristo. Aja assim e receberás assim. As compensações que Jesus promete somente podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do futuro, estes ensinamentos seriam uma enganação, seriam falácias. Por isso, as bem aventuranças incitam no homem a esperança no futuro (por isso foi considerado o pedagogo da esperança por Herculano Pires em Pedagogia Espírita) a fé no porvir e a confiança na imortalidade da Alma. Jesus foi o poeta da Imortalidade. Enganados estão aqueles que pensam que a Imortalidade é novidade do Espiritismo. Não, a imortalidade é pregada por Jesus e também exemplificada.
Desta forma, como afirma o Evangelho Segundo Espiritismo o papel de Jesus não foi de um simples moralista, ele veio nos ensinar que a verdadeira vida não transcorre na Terra, mas no Reino dos Céus. Ensinou-nos os caminhos que nos levam ao reino dos céus, o caminho de se reajustar as leis divinas, o caminho do Amor como Maior Mandamento. Mas, não nos disse tudo. Limitou-se no oferecimento de algumas verdades, somente aquelas podíamos compreender na época. A ciência tinha que contribuir poderosamente para a eclosão e o desenvolvimento das idéias que não foram ditas explicitamente. Importava, pois, em dar a ciência tempo para progredir. E progredimos.
E progredimos. No século XVIII desenvolvemos idéias renovadoras no campo da Ciência, Filosofia e da Religião que alcançou notável vulto e foi considerado um retorno aos ideais clássicos: O Iluminismo. Vamos encontrar uma plêiade de Reformadores como Voltaire, Montesquieu, Rousseau, Diderot e D’Alembert, todos eles interessados em combater os erros da sociedade e da política, fazendo naufragar os princípios do direito divino, em nome do qual se cometiam as barbaridades.
Propagamos a razão, o pensamento lúcido, a Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ideais estes que foram utilizados pelas Revoluções da Época, como a Revolução Francesa.
É ainda do Século XVIII a revolução que transformaria os meios e as formas de produção. Tem seu berço na Inglaterra e serviu de alavanca para o progresso tecnológico que presenciamos nos dias atuais: a Revolução Industrial.
Mas, o século XIX ainda foi mais brilhante. Tal século representou uma dessas épocas em que fomos especialmente abençoados pela bondade superior, a despeito de todas as dificuldades desse período.
O Século XIX é responsável pelo nascimento do Positivismo, tendo como pai o Augusto Comte, espécie de sistema que considera como único conhecimento válido, o conhecimento científico. Inúmeros avanços foram conquistados nesta época: os trabalhos de Luis de Pasteur, alavanca para a Microbiologia Contemporânea, os estudos de Pierre e Marie no campo das energias emitidas pelo rádio, destacando-se nas invenções da radioatividade. O surgimento da máquina a vapor revoluciona a Indústria e meios de locomoção, tudo isso e muito mais tem espaço no século XIX.
Como se não bastasse toda essa evolução do pensamento científico, ocorreu nas palavras do historiador Arthur Conan Doyle no livro História do Espiritismo, uma ‘Invasão Organizada’ feita pela Equipe Espiritual do Espírito da Verdade que trazia a Missão do Consolador prometido por Jesus. Era o Século XIX que resplandecia em todo o Universo, por já ser o momento da Humanidade conhecer ostensivamente a ação dos espíritos demonstrando-nos a imortalidade da alma (a vida após a vida) e a possibilidade de comunicação entre os dois planos.
Nessa época havia um espírito encarnado com a missão de investigar tais fenômenos. Foi aos cinqüenta anos que ouviu falar pela primeira vez das mesas que giravam, através de seu amigo Sr. Fourtier. E qual sua primeira impressão? Só acredito, vendo. Ou quando me provarem que mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e possa tornar-se sonâmbula, até lá é coisa para fazer dormir em pé.
Ele estava diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário as leis da natureza e que a razão repelia. No ano seguinte, em 1855, foi a casa da Sra Roger. Lá encontrou uma série de médiuns e reunião para a observação do fenômeno das mesas que giravam.
“Foi aí que, pela primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam, em condições tais que não deixavam dúvida. Assisti então a alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o auxílio de uma cesta. Minhas idéias estavam longe de precisar-se, mas havia ali um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a fundo.” Allan Kardec, Obras Póstumas.
Com o tempo, Denizard começou a não só observar o fenômeno como a estudá-lo. Conheceu as médiuns Baudin, realizou reuniões semanais na casa da família Baudin, onde se iniciou o estudo sério. Compreendeu a gravidade da exploração que ia empreender. Percebeu naqueles fenômenos a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e futuro da humanidade, a solução que ele procurava em todo vida.
Um dos primeiros resultados que colheu foi de que por trás de efeito inteligente existe força atuante inteligente. Há, portanto, espíritos. E os espíritos nada mais eram do que almas dos homens que desencarnaram. E segundo, não possuíam nem a plena sabedoria nem a ciência integral. O saber que detinham se circunscrevia ao grau de adiantamento intelecto-moral que havia conquistado.
O simples fato da comunicação com os Espíritos, dissessem o que dissessem já comprovava o Mundo Espiritual. Já era ponto essencial, um imenso campo aberto a nossa investigação. O segundo ponto, não menos importante, era que aquelas comunicações permitiam que se conhecesse esse Mundo, seus costumes, sua natureza. Ele viu que cada espírito lhe desvendava uma face do Mundo espiritual. E fez como se fizera um pesquisador que se quer conhecer o estado de um país, interrogando habitantes de todas as classes, não podendo um só, individualmente, informá-lo de tudo.
Kardec “Pesquisa as menifestações espirituais, compara os diversos mediuns, os conteúdos
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