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A Vida de Paulo

Por:   •  3/5/2018  •  11.484 Palavras (46 Páginas)  •  324 Visualizações

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Em Atos, Paulo aparece pela primeira vez na ocasião da morte de Estevão - este era um jovem seguidor dos ensinamentos de Jesus, capaz de grandes prodígios em meio ao povo. Foi um dos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos, mas sua escolha irritou os judeus helenistas, e Estevão foi colocado, contra a própria vontade, em uma árida discussão na sinagoga. Mas seu “saber e espírito” mostraram-se superiores, e seus adversários não puderam vencer sua eloquência. Humilhados, estes buscaram uma desforra. Perpetrou-se uma falsa acusação com o apoio de falsas testemunhas, e Estevão foi preso e levado ao conselho. Talvez ele pudesse se salvar, se não tivesse acusado seus perseguidores de terem matado um justo, que era Jesus Cristo. Estevão rememorou a história dos judeus a partir de Abraão até Salomão, para no fim acusar os judeus de serem “duros de cerviz, incircuncisos de coração e de ouvidos” e resistentes ao Espírito Santo. Tomados de ira, seus acusadores o levaram para fora da cidade, onde ele foi executado por lapidação. Saulo, tudo leva a crer, participou desta execução.

Foi o zelo farisaico de Paulo pelas "tradições dos pais" que o levou a um conflito severo com os seguidores de Jesus (Fil. 3:5-9). Ele era um dos líderes, e, provavelmente, o mais ardoroso, na perseguição inicial da igreja pelos líderes religiosos judeus.

Ele entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (At 22.3; 26.9; Gl 1.14). Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (At 9.1,2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estevão, se ele já não o era. Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (At 26.10).

Quando os crentes fugiram de Jerusalém, Paulo pediu e recebeu permissão do sumo sacerdote para procurar e prender os cristãos que ele esperava encontrar em Damasco (At. 9:1,2). Como fariseu leal e consciencioso, Paulo realmente pensava que estivesse fazendo a Deus um serviço ao tentar destruir a nova seita blasfema.

CONVERSÃO

Na estrada para Damasco, viajando à tarde, em certo momento de sua caminhada, estando imerso em seus próprios pensamentos, ele foi repentinamente atingido por uma espécie de visão, uma luz formidável que o derrubou ao chão e o cegou de imediato. Prostrado por terra, com seus companheiros confusos e sem saberem o que fazer, ouviu as seguintes palavras (em hebraico): “Saulo, Saulo, por que me persegues? ”. Paulo, desorientado, perguntou: “Quem és, Senhor? ”. E ouviu em resposta: “Eu sou Jesus, a quem persegues. Mas levanta-te, e entra na cidade, e ser-lhe-á dito o que hás de fazer”. Cristo então lhe disse que entrasse em Damasco e aguardasse outras instruções. Saulo esperou três dias, sem comer nem beber, na casa de Judas.

Morava em Damasco um seguidor da fé cristã, por nome Ananias. Ele teve uma visão na qual era-lhe solicitado que fosse à casa de Judas, para encontrar e curar Saulo. Muito apropriadamente, Ananias, que conhecia a fama daquele, ponderou que Saulo não seria merecedor, devido aos males que causara. Mas em visão, o Senhor respondeu que Saulo era “um vaso de eleição”, escolhido para levar Seu Nome às nações. Ananias prontamente cumpriu as ordens, e dirigiu-se à casa de Judas. Lá, impondo as mãos em Saulo, saíram umas como que escamas, e este recobrou a visão. Imediatamente ele recebeu o Espírito Santo e foi batizado.

Saulo, extremamente religioso que era, percebeu a extensão de seu erro, e arrependeu-se. Ele, que era extremamente rígido, intolerante e aferrado às suas próprias convicções, mudou a partir daí, de tenaz perseguidor dos seguidores do mestre Jesus em seu mais dedicado prosélito.

Saulo ainda ficou vários dias na companhia dos cristãos de Damasco, sem dúvida para aprender o máximo que podia sobre Jesus. Entretanto, esse processo de aprendizado não demorou muito tempo: “E logo, nas sinagogas, pregava que Jesus era o filho de Deus” (Atos 9:20). Seu extraordinário entendimento teológico somado a mudança total da sua perspectiva sobre Cristo permitiu que confundisse “os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o Cristo” (Atos 9:22).

Suas ações provocavam um enorme espanto naqueles que o tinham conhecido anteriormente. Os judeus da cidade então decidiram por silenciar sua voz e planejaram mata-lo. Avisado por amigos, que o ajudaram a escapar durante a noite, Saulo voltou para Jerusalém.

Em Jerusalém, Saulo descobriu que era difícil unir-se aos demais apóstolos de Cristo, pois naturalmente todos tinham medo dele. De início, em razão de sua fama anterior, os discípulos o temeram, crendo que ele não fosse sincero em sua conversão. Mas Barnabé (também Barnabás), que era seu amigo, o levou até eles e defendeu sua causa, afirmando que ele pregara o nome de Jesus em Damasco.

Pregando em Jerusalém, novamente sua vida esteve em perigo, e ele foi levado a Cesaréia, onde embarcou em um navio para Tarso. A extraordinária rapidez da mudança no coração de Paulo e a velocidade com que entendeu as Escrituras sob uma nova luz e começou a pregar o Evangelho de Cristo proporcionam a mais dramática evidência da obra do Espírito Santo em sua vida, depois do encontro que teve com Cristo na entrada de Damasco.

Dos anos passados em Tarso nada se sabe. Possivelmente uns dez anos foram passados lá. Esses anos são chamados os “anos do silêncio” do ministério de Paulo.

Nota: De acordo com o texto em Gálatas 1:17-18, Paulo deixou Damasco e viajou para a Arábia, a região do deserto, a sudeste de Damasco, onde viveu por três anos. Não se sabe ao certo se a permanência de três anos no deserto aconteceu depois de Paulo vivenciar os acontecimentos citados Atos 9: 22-26. Alguns comentaristas dizem que a frase “e tendo passado muitos dias” (v. 23) pode indicar esse longo período de exílio na Arábia. Eles sugerem que, quando Paulo retornou a Damasco, o governador, sob o comando do rei Aretas, pediu sua prisão (2 Cor 11:32) em uma tentativa de manter a paz com judeus influentes. Outra possibilidade é que a fuga noturna de Paulo tenha ocorrido durante sua primeira estadia em Damasco, logo após sua conversão. Quando os fariseus planejavam mata-lo. Segundo essa opinião, Paulo teria fugido para o deserto a fim de ficar a sós com Deus e aguardar que os líderes religiosos

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