TRABALHO TEOLOGIA DO CULTO - O CULTO NO NOVO TESTAMENTO - EMANUEL LUCENA
Por: Evandro.2016 • 26/8/2018 • 2.715 Palavras (11 Páginas) • 746 Visualizações
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Encontraremos a resposta se considerarmos o quanto dessas inovações teológicas e cúlticas vem das Escrituras Sagradas. Mas o que se pode perceber a luz da Bíblia é que parecem ser frutos de desejos, intenções e necessidades individuais de alguns. O fato é que há diversidade quanto à questão de como deve ser o culto ao Senhor, e ao discorrer o tema aprenderemos muito para errarmos menos.
A Bíblia, ao descrever o que denominamos culto, não usou termos similares aos que se referiam ao culto em outras religiões. Quer no Antigo Testamento, quer no Novo Testamento, essencialmente, o culto é descrito como serviço. Em qualquer língua, etimologicamente, liturgia significa “o trabalho que pessoas realizam”; não pessoas se divertindo ou fazendo o que “acham” ser bom. No Antigo Testamento, a adoração era prescrita e controlada com total seriedade; era litúrgica.
Como posso adorar a Deus segundo os princípios do Novo Testamento? Será que a Nova Aliança nos direciona à uma adoração aceitável no culto contemporâneo? Devemos cultuar ao Senhor apenas segundo os princípios bíblicos? Já que estamos no século XXI podemos modernizar nossos encontros de adoração? Será que o que realmente vale é a intenção e não importam os meios, pois todos os caminhos levam a Deus? Será? Será?
São tantas as indagações, e quanto mais pensamos, mais questionamos; o que é bom, pois os questionamentos nos fazem buscar respostas e se as buscarmos no lugar certo aprenderemos o que é certo e verdadeiro, e a verdade nos liberta.
“Dai ao Senhor, ó famílias dos povos, dai ao Senhor glória e força.
Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferenda, e entrai nos seus átrios.
Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele toda a terra.”
Salmos 96:7-9.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Romanos 12:1.
2 – O CULTO NO NOVO TESTAMENTO
Em Atos 2.42-47 podemos encontrar alguns princípios do culto neotestamentário:
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.”
Colossenses 3.16 - “Habite ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutualmente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.”
Vamos avaliar a prática do culto contemporâneo a luz dos princípios do culto no Novo Testamento.
Não há limites no que se refere a quão longe algumas igrejas avançarão no propósito de se tornarem relevantes e modernas em seus cultos. Qual a verdadeira adoração? Quais os elementos do culto neotestamentário? Culto é uma questão de forma ou de essência?
A verdadeira adoração sugerida na frase de Jesus à mulher samaritana (Jo 4.23) envolve tanto o intelecto quanto as emoções e salienta sua centralidade em Deus, não no adorador. Cada aspecto do culto tem de ser agradável a Deus e estar em harmonia com a Sua Palavra. Embora o critério adequado para avaliação do culto seja esse, o culto pode também ser agradável ao adorador.
O que o Novo Testamento tem a nos ensinar?
Assim como no Antigo Testamento, a igreja primitiva continuou olhando para a adoração como uma atividade diária e constante. Atos 2.46 e 47 ensina que o culto acontecia a todo momento e em todos os lugares, no templo e de casa em casa.
No Novo Testamento encontramos as três dimensões do culto: 1. pessoal, 2. familiar e 3. público. Não é um episódio apenas. Ao terminar a liturgia do templo, deve começar a liturgia da vida.
2.1. O culto pessoal
Culto não é ritual, melodia, formas, estética, beleza, palavras, cânticos, dogmas, símbolos, ofertas ou qualquer outro detalhe que lhe possamos atribuir. Culto, antes de tudo, é vida em ação. Culto é um ato de resposta à ação bondosa de Deus, que nos chamou com finalidade bem clara: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). Por isto, aquele que se relaciona com Deus deve lembrar que o culto a Deus é o fruto natural (no sentido de normal) da comunhão com Jesus Cristo.
A compreensão do cristão, que cultua a Deus e pratica serviços religiosos, deve estar indissoluvelmente ligada à manutenção de cuidados com os mais necessitados. Isto faz da vida daqueles que servem a Deus expressão e reflexo daquilo que é apregoado e vivenciado pelo cultuante. O cultuante deve fazer para os outros o que crê que Deus faz consigo. Essa é uma afirmação importante do verdadeiro cristianismo, que acaba atribuindo expressão e sinceridade para as ofertas e demais atos de dedicação. Os atos cúlticos são expressões de gratidão por tudo o que Deus proporciona, manifestações de arrependimento pelos atos pecaminosos cometidos, expressões de fé e fidelidade, além de testemunhos eloquentes da busca da vontade de Deus. Isto é gerador de progresso, já que provoca a inclusão daqueles que, outrora excluídos por sua condição, encontram no fiel o cuidado e a proteção.
Assim acontecia na igreja primitiva.
2.2. O culto em casa
A igreja neotestamentária estava também assentada sobre os pequenos grupos. Era a igreja de todos os dias, no templo e nas casas.
A palavra grega “oikos” (casa) ocorre mais de 10 vezes no NT, algumas delas referindo-se a um grupo de pessoas usando uma casa para reunir-se periodicamente.
- At 2.46: A ceia do Senhor era celebrada em cada casa na sua refeição.
- At 5.42: A casa do convertido era usada
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