Evangelismo como Mensagem da Cruz
Por: Kleber.Oliveira • 25/12/2017 • 6.329 Palavras (26 Páginas) • 449 Visualizações
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A cruz era apenas um símbolo e um instrumento de execução. Normalmente, eram crucificados os escravos, os piores criminosos. E o momento da crucificação era marcado pelas maiores humilhações, uma delas era o fato de o condenado ser crucificado nu, com o corpo à exposição dos olhares e à disposição das mãos sanguinárias. O chicote que era usado na época trazia nas pontas peças de ferros, tornando o espancamento ainda mais cruel, com isso muitos condenados morriam no flagelo, antes mesmo de serem levados à cruz.
Alguns eram pregados na cruz, outros eram amarrados a ela. Era uma morte silenciosa, demorada, doída. Devido a isso, e a muito mais, certamente a última imagem de decoração que um romano teria seria a da cruz. Como se alguém, hoje, condenado à cadeira elétrica pudesse andar com uma “cadeirinha” elétrica pendurada ao pescoço. Na mente de um romano que ressuscitasse hoje, se isso fosse possível, creio que, o que mais o deixaria admirado em ver, seria o uso da cruz dessa forma.[3]
Para os judeus havia um agravante, pois julgavam estar sob a maldição de Deus:
Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de morte, e for morto, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia; porquanto o pendurado é maldito de Deus; assim não contaminarás a tua terra, que o SENHOR teu Deus te dá em herança. [4]
1.2 Símbolo da Cruz
Conforme o povo foi se reunindo uma religião foi se formando e para tanto, foi necessário um símbolo que os representasse. John Stott nos conta com detalhes de como isso aconteceu.
O Cristianismo, portanto, não é exceção quanto a possuir um símbolo visual. Todavia, a cruz não foi o primeiro. Por causa das selvagens acusações dirigidas contra os cristãos, e da perseguição a que estes foram submetidos, eles tiveram de ser muito circunspectos e evitar ostentar sua religião. Assim a cruz, agora símbolo universal do Cristianismo, a princípio foi evitada, não somente por causa da sua associação direta com Cristo, mas também em virtude de sua associação vergonhosa com a execução de um criminoso comum. De modo que nas paredes e tetos das catacumbas (sepulcros subterrâneos na periferia de Roma, onde os cristãos perseguidos provavelmente se esconderam), os primeiros motivos cristãos parecem ter sido ou pinturas evasivas de um pavão (que se dizia simbolizar a imortalidade), uma pomba, o louro dos atletas ou, em particular, de um peixe. Somente os iniciados saberiam, e ninguém mais poderia adivinhar que ichthys ("peixe") era o acrônimo de Iesus Christos Theou Huios Soter ("Jesus Cristo Filho de Deus Salvador"). Mas o peixe não permaneceu como símbolo cristão, sem dúvida porque a associação entre Jesus e o peixe era meramente acronímica (uma disposição fortuita de letras) e não possuía nenhuma importância visual.[5]
1.3 Jesus e a Cruz
É possível ver nos evangelhos diversos acontecimentos e até afirmações do próprio Jesus Cristo que demonstra que a crucificação fazia parte do seu ministério, por exemplo:
... E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; Pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; E, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará.[6]
Mais adiante veremos uma serie de vinte e cinco escritos dos profetas o que ficará claro que Jesus Cristo tinha total consciência da crucificação o que justifica a cruz como sinal do cristianismo.
1.4 Os Apóstolos e a Cruz
Podemos perceber facilmente pelas escrituras do novo testamento que os apóstolos compreenderam e enfatizaram sobremaneira deixando sempre a morte de Jesus crucificados com centro de suas pregações, vejamos o que fiz Stott sobre o assunto:
E os quatro evangelistas, que dão testemunho dele, mostram que compreendem isto dando uma quantidade desproporcional de espaço à história de seus últimos dias na terra, sua morte e ressurreição. Ela ocupa entre um terço e um quarto dos Evangelhos Sinóticos, e o Evangelho de João já foi apropriadamente descrito como possuindo duas partes: o "Livro dos Sinais", e o "Livro da Paixão", uma vez que João gasta uma quantidade quase igual de tempo em cada uma.[7]
Podemos então concluir com facilidade que a Cruz se tornara símbolo do cristianismo a partir do próprio Jesus Cristo sendo apoiado pela compreensão correta da mensagem pelos apóstolos ainda que este fosse um símbolo que causasse repulsa em alguns, o símbolo persevera até os dias atuais.
1.5 Deus e a Cruz (As Profecias)
Antes do nascimento de Jesus Cristo muitos profetas foram usados por Deus para falar ao povo como tudo aconteceria, abaixo vamos ver vinte e cinco profecias cumpridas que tratam mais especificamente da morte de Cristo, conforme nos conta o site Sola Scriptura TT, com isso poderemos compreender que também era plano de Deus a morte de Cristo na Cruz.
“Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas”. Mateus 26.56a
As seguintes profecias do Antigo Testamento (Bíblia Sagrada), sobre a traição, o julgamento, a morte e o sepultamento de nosso Senhor Jesus Cristo, foram feitas por diferentes pessoas, em épocas distintas, em um espaço de cinco séculos, de 1000 a 500 a.C.. Todas se cumpriram, literalmente.
1. Vendido por trinta moedas de prata
Profecia: “Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata”. Zacarias 11.12
Cumprimento: “Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, indo ter com os principais sacerdotes, propôs: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E pagaram-lhe trinta moedas de prata”. Mateus 26.14-15
2. Traído por um amigo
Profecia: “...mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigo. Juntos andávamos, juntos nos entretínhamos e íamos com a multidão à Casa de Deus. A morte os assalte, e vivos desçam à cova! Porque há maldade nas suas moradas e no seu íntimo”. Salmos 55.13-15
Cumprimento: “E logo, aproximando-se de Jesus, lhe disse: Salve, Mestre! E o beijou. 50 Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisto, aproximando-se eles,
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