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A natureza característica do evangelismo

Por:   •  29/10/2017  •  9.684 Palavras (39 Páginas)  •  467 Visualizações

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A palavra evangelizar é uma transliteração do grego do NT euangelizesthai (verbo) e euangelion (substantivo). O substantivo significa “boas notícias”, e é assim traduzido na maioria das línguas indianas, por exemplo, “notícia feliz” (Hindi), “boas notícias” (Bengali ou Tâmil).

O verbo significa “proclamar as boas notícias”, e a ênfase está no falar, anunciar ou proclamar a mensagem. As línguas indianas usualmente traduzem como “pregar” (prachar) e o “evangelista” é comumente chamado de “pregador” (pracharak).

A Septuaginta sugere isto em Sl 40.10, onde l salmista diz “eu tenho falado (literalmente evangelizado) sobre Tua fidelidade e Tua salvação” e em Sl 96.2 ele diz “digam ao Senhor... falando (literalmente evangelizando) sobre Sua salvação dia após dia”.

O NT usa a palavra euangelion 72 vezes e freqüentemente com os verbos pregar ou proclamar, indicando que evangelismo no NT era normalmente realizado através da pregação. Jesus e os discípulos compreendiam isto de maneira clara.

É importante lembrar isto porque alguns líderes nos países do 3º mundo igualam o trabalho social com o evangelismo e quase sempre usam isto como uma desculpa para não falar de Cristo a não-cristãos. Certamente fazer o trabalho social em nome de Cristo tem significância evangelística, mas é o contrário daquilo que o NT chama de evangelização, ou fazer disto um substituto da pregação das Boas Novas aos não convertidos.

Assim, o NT nos fala de Jesus indo à Galiléia “pregando o evangelho de Deus e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus.” (Mc 1.14, 15); dos discípulos indo “pelas aldeias, anunciando (pregando) o evangelho e fazendo curas por toda parte” (Lc 9.6); dos primeiros cristãos “anunciando a palavra” (At 8.4); de Filipe em Samaria, que lhes pregava acerca do reino de Deus e do nome de Jesus” (At 8.12); dos apóstolos que “evangelizavam muitas aldeias dos samaritanos” (At 8.25) e Filipe que “evangelizava todas as cidades, até que chegou a Cesaréia” (At 8.40). Paulo disse que Deus o chamou para “pregar o Evangelho na Macedônia (At 16.10). O que estavam fazendo todos estes evangelistas? Pregando as boas novas, anunciando o Reinado de Jesus e chamando o povo ao arrependimento e à fé. Certamente não supomos que todos os que foram evangelizados se converteram. Evangelizar não significa converter – significa, sim, proclamar ou dizer a respeito da mensagem para que as pessoas compreendam e possam respondê-la. Para alguns, isto significa arrependimento e entrega a Cristo. Para outros, significará rejeição.

Portanto, evangelismo no NT significa essencialmente proclamação, pregação e anúncio das boas novas de Jesus Cristo. Enquanto a palavra falada deva ser o canal normal para a proclamação, não há razão para hoje em dia numerosos outros canais, como a arte, o teatro e a palavra impressa não possam ser usados.

Ingredientes do Kerygma

O que devemos pregar? Paulo pregou o Evangelho aos coríntios como “Cristo crucificado” e ele ampliou isto em I Co 15.1 ss, com a morte, a ressurreição e a volta de Jesus Cristo. Também, em Rm 10.8 ss ele diz que esta é “a palavra da fé, que pregamos. Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”.

Paulo também pregou acerca do “julgamento” (I Co 4.5, II Co 5.10), sendo que “julgamento” não é nada mais senão o Senhorio de Cristo sobre o Universo. Amor e julgamento são dois lados da mesma moeda.

A pregação do Evangelho também inclui o anúncio da volta de Cristo, e um apelo ao arrependimento, a oferta do perdão e o Espírito Santo. É importante notar isto, por exemplo, quando os três mil no Pentecostes foram instados ao arrependimento e depois se batizaram, ou seja, entraram na comunhão cristã.

Mesmo que o evangelismo não signifique necessariamente converter pessoas, mas simplesmente pregar a elas as boas novas, devemos manter em mente que o evangelismo deve ter uma intenção clara, que é a de trazer pessoas a Deus através de Cristo em arrependimento, da não-fé à fé, de rejeição à Igreja a uma comunhão vital dentro dela. Há dois estágios, primeiro a apresentação dos fatos; e segundo, um apelo. O Evangelho é proclamado e então aplicado. Obviamente um “apelo” implica uma intenção. Muitas pregações evangelísticas falham em não ter uma intenção clara de alcançar pessoas para Cristo. O objetivo final não deve ser obter mero consentimento intelectual com aquilo que é pregado. É trazer a morte e a ressurreição àquele que ouve a pregação. Seu alvo é trazer a pessoa totalmente à sujeição a Cristo Jesus.

2. A ABORDAGEM EVANGELÍSTICA

Enquanto que o Evangelho permanece inalterado, os pensamentos, idéias e circunstâncias dos homens mudam constantemente, e quer eles não possuam fé ou pertençam à outros sistemas religiosos ou filosóficos, o evangelismo verdadeiro será direcionado aos homens, em suas situações, buscando fazer o Evangelho relevante em toda esfera de existência. Toda proclamação que não leva em consideração o homem em seu ambiente não é proclamação verdadeira.

Portanto, a igreja deve conhecer o mundo no qual o homem vive e deve conhecer o próprio homem. Deve buscar compreender o que impulsiona ou detém o homem, conhecer os sucessos e fracassos do homem, suas esperanças e aspirações, sentar onde ele se senta. Comunicadores do Evangelho devem ser familiarizados com o histórico cultural e religioso dos ouvintes, para que encontre pontos de contato através dos quais possam pregar o Evangelho de maneira significativa. Mas, acima de tudo, deve ver as pessoas no contexto do plano e propósito de Deus para eles em Cristo. Isto distingue o evangelismo do mero proselitismo.

Em At 8, durante a pregação de Filipe “as multidões ouviam, unânimes... quando viram os milagres que operava” (v. 6). Em muitas partes de Gana, Nigéria, Quênia, Índia e muitos outros países, a pregação do Evangelho vem sido acompanhada de curas de cegos e aleijados, leprosos sendo curados e centenas de não-cristãos se voltando a Cristo.

Um último ponto deve ser colocado; é fato que as palavras da comunidade evangelística deve ser amparada por uma vida que não desminta sua pregação. O contexto do evangelismo deve ser o de um amor genuíno e cuidados por parte da comunidade cristã. Muito freqüentemente o evangelismo se degenerou em recitação sem amor e mecânica de textos bíblicos sem se importar com as necessidades

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