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Prointer III PROJETO INTERDISCIPLINAR APLICADO AOS CURSOS SUPERIORES

Por:   •  8/3/2018  •  3.915 Palavras (16 Páginas)  •  429 Visualizações

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O cliente, principal fator de sucesso, mudou nos últimos anos. “Os cliente estão cada vez mais exigentes; o sucesso de hoje não garante sua continuidade amanhã” (PIMENTEL, 2008, p. 24). Segundo esse autor, os clientes modernos além de estarem mais exigentes, possuem mais informações, ou seja, com um clique, um toque no celular podem acessar informações da concorrência em tempo real.

Dentro dessas considerações introdutórias, esse trabalho tem por objetivo analisar a situação de uma empresa no ramo alimentício e determinar o melhor modal de transporte a ser utilizado pela empresa. Para tanto, será realizada uma pesquisa bibliográfica nos temas “gestão de custos logísticos”, “intermodais” e “gestão em marketing” para embasar a decisão tomada no final das análises.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 A logística nas decisões estratégicas

A organização da maioria das empresas, por uma força da tradição, está voltada com seu foco na área comercial e na área de produção e operações. Esta cultura organizacional tem suas origens no passado onde o entendimento que se tinha era o de que os produtos de uma empresa somente teriam valor se pudessem ser produzidos e vendidos. Este nivelamento na atenção dirigida aos diversos setores da organização deixa de lado todas as atividades auxiliares no processo de produção como as atividades logísticas que certamente, tem grande impacto na eficiência produtiva da empresa.

De acordo com Fernandes (2012, p. 14),

Infelizmente, quando chegam à estratégia corporativa, a maioria das funções de operações e logística permanece relegada aos tradicionais papéis relativos/táticos. A alta direção enxerga operações e logística como tática por natureza, projetando a estratégia sem suas considerações e relegando-lhes um papel de minimização de custos.

Segundo o autor, essa atitude gerencial é ultrapassada e existem diversas razões para tal. Uma delas é a dominância funcional de certas áreas na formulação da estratégia corporativa. Outra razão seria a presença de uma visão de curto prazo das contribuições de operações/logística, e por último uma crença de que operações e logística são especialidades técnicas e não funções estratégicas do negócio.

Para o autor, a logística precisa participar do planejamento estratégico das organizações e não ser apenas um departamento de execução, uma vez que a maioria das empresas apresenta o planejamento pronto restando à área da logística apenas executar o que foi decidido.

2.2 A matriz de transportes no Brasil

No ponto que interessa a esta pesquisa, o transporte é o principal componente, dentro da cadeia logística, proporcionador de redução de custos, embora, há de ser lembrado que no que diz respeito ao desenvolvimento dos transportes do Brasil, existe uma deficiência de infraestrutura em praticamente todos os modais.

Na visão de Fernandes (Ibidem, p. 89), “o nosso país sofre com o formato que foi idealizado há muitos anos, através de incentivos para as indústrias automobilísticas que protagonizaram a exploração de um único modal de transporte, coincidentemente o mais caro, o modal rodoviário”. O objetivo principal dos transportes é fazer girar a economia por meio do deslocamento de produtos, indiferente da classe, produto acabado, matéria prima, pelas e componentes, acessórios etc. O transporte de mercadorias é essencial na contribuição para o crescimento econômico do país, sendo que todos os demais setores necessitam de um sistema de transporte eficiente para escoar sua produção e ter acesso à matéria prima.

Fernandes (Ibidem, p.89) orienta que,

Seja qual for o modal de transporte escolhido a ser utilizado pelas empresas ou mesmo a integração entre os modais de transporte, os desafios da área exigem profissionais estratégicos que conciliem todas as alternativas possíveis para equilibrar os custos de transporte com o Transit Time das cargas, exigindo do mercado não mais simples transportadores, mas sim profissionais com domínio da arte de transportar, administrando as operações logísticas pela qual o produto é desenvolvido.

O setor de transportes nacional depende muito do modal rodoviário para o transporte de cargas e de pessoas. Apesar de ser um dos modais mais caros perdendo apenas para o aéreo, parece que o transporte rodoviário é mais prático e devido esse motivo é muito utilizado. A origem do desbalanceamento na matriz de transportes no Brasil pode ser apontada como sendo o baixo investimento dos governantes passados em modais de transportes menos poluentes como o aquaviário e o ferroviário. Esses dois últimos modais, apresentam um nível de serviço menor, porém os custos são baixos e a poluição é quase nula quando comparada a toda poluição causada nas estradas brasileiras.

A dificuldade para utilização de outros meios de transporte como, por exemplo, a via marítima, é outro fator que aumenta a dependência do transporte rodoviário. O Brasil não possui infraestrutura necessária para transportar mercadorias através dos rios e atualmente o prazo de entrega tem sido um dos fatores fundamentais na determinação do nível de serviço. Da mesma forma, o transporte ferroviário, que poderia ser uma alternativa ao transporte por rodovias devido ao baixo custo e ao prazo de entrega, não possui ferrovias suficientes para suprir toda a demanda da produção brasileira e muito menos rotas diversificadas.

Wanke e Fleury (2006, p. 418) lembram que,

De todos os problemas que afetam o transporte de cargas no Brasil, o mais preocupante é certamente a distorção da matriz de transportes brasileira. Enquanto países de grandes dimensões territoriais, como EUA, Canadá, China e Rússia utilizam predominantemente os modais, ferroviário e aquaviário, em detrimento do rodoviário, no Brasil o que se observa é exatamente o contrário, ou seja, o predomínio absoluto do rodoviário. De acordo com Fleury (2003), no Brasil mais de 60% da carga é transportada pelo rodoviário contra 26% nos EUA, 24% na Austrália e 8% na China. Tal fato posiciona o Brasil muito mais próximo de países da Europa ocidental, de baixa dimensão territorial, que de países de grande dimensão territorial como EUA, Canadá, Austrália, China e Rússia.

Outro fator que ajudou a criar uma dependência do transporte rodoviário é o crescimento repentino da economia, onde a forma espontânea necessária

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