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Equipe multidisciplinar

Por:   •  9/4/2018  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  282 Visualizações

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A partir disso, os autores apresentam os desafios para inserção dos assistentes sociais relacionado a residência multiprofissional. O trabalho do assistente social é, em princípio, interdisciplinar e intersetorial, isso acontece à medida que as suas ações incidem no âmbito da construção da proteção social e ele trabalha sempre na relação e em relação. Portanto entendemos que os desafios são os mesmos, embora possam ter particularidades dentro da profissão. o espaço da residência como um espaço de formação profissional privilegiado pelas características já apontadas anteriormente. Ou seja, propicia através de uma remuneração condizente, a dedicação integral que significa uma vivência intensiva dos múltiplos acontecimentos do dia a dia do serviço com orientação sistemática, aprofundamento técnico, teórico, além da possibilidade de discussão dos dilemas éticos colocados cotidianamente para o exercício profissional.

Entrando nas questões de desafios, um dos principais levantados no texto é manter a fidelidade ao projeto estruturante da proposta de residência multiprofissional, que é o projeto de reforma sanitária, construído assim uma dimensão critica do social na saúde, aproximando o pensamento sanitário brasileiro com a teoria marxista, através da analise das condições de saúde e dos componentes estruturais da sociedade capitalista. Isso proporcionou o campo de saúde coletiva.

Esse campo da saúde coletiva proporcionou sustentação para efetivar a inserção do assistente social como profissional da saúde e a real possibilidade de encaminhar suas ações na lógica do direito e materializar o projeto ético-político da profissão, proporcionando uma mudança radical no papel do assistente social dentro da saúde. Segundo os autores, não sendo apenas um executor de ações instituídas por outros, mas sim um profissional capaz de pensar e decidir sobre projetos sanitários e não só executar ações, trabalhando de acordo com a postura critica e a interdisciplinaridade na execução do trabalho.

Para fechar a discussão, o texto nos traz os novos desafios existentes quando se fala da participação dos assistentes sociais nas residências das residências em Serviço Social. é possível considerar que a presença do Serviço Social nas residências é estratégica. Estratégica tanto para responder as questões colocadas pela

disputa de projetos sanitários distintos, claramente definidos ou travestidos, como para o avanço da própria profissão. Para que isso aconteça temos como desafios construir as residências como espaços de formação cuja centralidade é a unidade teoria-prática e Por outro lado, subsidiam a reflexão teórica e novas formulações que contribuem para o fortalecimento do Serviço Social enquanto área de conhecimento.

Somente nessa perspectiva é que o aprender fazendo ganha significado e o residente não é visto apenas como mão de obra para o serviço. Ao contrário, vai se forjando outro profissional capaz de problematizar, capaz de criar e comprometido com a população, com a profissão.

Nesse contexto, a residência e os residentes tornam-se elos fundamentais na cadeia da formação, pois a residência é o espaço de intercessão entre serviços e universidade. Experiências de estagiários e estudantes em disciplinas da graduação com residentes mostraram como o aprendizado de ambos é potencializado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreende-se que a discussão da formação em saúde a partir das residências multiprofissionais não pode ocorrer desvinculada do debate acerca do atual papel da universidade como uma instituição social diferenciada tal como expõe Chauí (2003).

Questões relevantes que, em geral, alimentam a crítica à proposta de formação de residentes de áreas não-médicas, estão associadas aos desafios contemporâneos do ensino superior, como a fragmentação do conhecimento, o tempo reduzido de formação, a atenção aos interesses do mercado de trabalho para qualificação de mão de obra.

São questões que respondem à forma como a universidade expressa a estrutura e o funcionamento da sociedade, na qual “o conhecimento e a informação passaram a compor o próprio capital, que passa a depender disso para sua acumulação e reprodução”. As mudanças engendradas no âmbito do capitalismo transformaram duplamente a ciência: “tornou-se manipulação de objetos construídos por ela mesma; em segundo lugar e, como consequência, ela se tornou uma força produtiva e, como tal, inserida na lógica do modo de produção capitalista”. São transformações que tem levado ao abandono do núcleo fundamental do trabalho universitário: a formação

(CHAUÍ, 2003, p. 04).

Para Santos (2005, p. 32), o enfrentamento desta nova realidade envolve “a promoção de alternativas de pesquisa, de formação, de extensão e de organização que apontem para a democratização do bem público universitário, ou seja, para o contributo específico da universidade na definição e solução coletivas dos problemas sociais, nacionais e globais”. Entra em cena uma das características definidoras da universidade: sua autonomia intelectual, o que lhe permite “relacionar-se como o todo da sociedade e com o Estado de maneira conflituosa” (CHAUÍ, 2003, p. 2).

As universidades brasileiras historicamente têm importante participação nas lutas sociais pela democratização da saúde, exemplo disso foi a luta empreendida pelo movimento da Reforma Sanitária. Em um contexto de ditadura militar, no qual há uma redução de canais de expressão política, estudantes e professores universitários, juntamente com setores populares e entidades de profissionais da saúde, defenderam mudanças nesse setor.

Hoje, contraditoriamente, além dos desafios já pontuados, é possível levantar algumas indagações acerca da condução da política universitária na área da saúde, sobretudo quanto aos HUF, em vias de extinção por meio do estabelecimento da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Se caminhamos para o abandono da ideia de HU visando o desenvolvimento de redes docentes-assistenciais não-universitárias, especialmente em atividades mais ligadas aos níveis primário e secundário de atenção (CISLAGHI, 2012), o que se espera do fortalecimento da formação de trabalhadores nos espaços do hospital? Se entre as

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