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A Filosofia da Arte e do Design

Por:   •  25/12/2018  •  1.312 Palavras (6 Páginas)  •  524 Visualizações

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Butler começa o segundo capitulo "Proibição, Psicanálise e Produção da Matriz Heterossexual", ilustrando a complexidade que envolve questao do patriarcado como uma cultira histórica e um conceito moderno. Ela comenta sobre como uma lei repressiva ganha suas origens e como a narrativa correspondente pode, no final, justificar a lei que ela realmente se opõe. Butler observa: "Este ideal [patriarcado] tende não apenas a servir objetivos culturalmente conservadores, mas a constituir uma prática de exclusão dentro do feminismo, precipitando precisamente o tipo de fragmentação que o ideal pretende superar" (p.49).

A autora começa por analisar o discurso estruturalista de Lévi-Strauss em que uma estrutura de parentesco é baseado em mulheres, visto como presentes dados de um clã para outra através do casamento (p.52). Descrito como uma "economia falogocêntrica", a identidade cultural masculina de Levi-Strauss é estabelecida através de um "ato de diferenciação evidente entre clãs patrilineares" (p.54). Ela argumenta: "Com efeito, as relações entre os clãs patrilineares baseiam-se no desejo homossexual, uma sexualidade reprimida e, portanto, menosprezada, uma relação entre homens, que é, finalmente, sobre os laços dos homens, mas que ocorre através da troca heterossexual e distribuição de mulheres" (p.55). Levi-Strauss argumenta que o incesto não é uma realidade, mas sim uma "fantasia cultural" (p.57).

Butler também descreve a descrição psicanalítica de Riviere de “feminilidade como um baile de máscaras”, baseado na tentativa de um para esconder características masculinas. Eu estava interessado nessa teoria, e a pergunta colocada por Butler: "Mascarar, como sugere Riviere, transformar a agressão e o medo de represálias em sedução e flerte?" (p.65). Os comentários de Riviere sobre os paralelos de homens homossexuais e mulheres "mascaradas" também são interessantes.

É feita uma descrição sobre a explicação psicanalítica de Freud sobre luto e melancolia no subcapítulo 3. Freud acredita que, ao lidar com uma perda, o ego de alguém integra aspectos das características pessoais do outro. Butler escreve: "Este processo de internalização dos amores perdidos torna-se pertinente à formação de gênero quando percebemos que o tabu do incesto, entre outras funções, inicia a perda de um amor-objeto para o ego e que esse ego se recupera dessa perda através da internalização do objeto tabu de desejo" (P.79). Também é apresentada a idéia de Freud sobre o complexo edipiano nesta seção, que Freud acredita que pode ser positivo (mesmo sexo) ou negativo (sexo oposto). (P.81).

Na seção conclusiva do segundo capítulo, Butler escreve: "É necessário um entendimento ainda mais preciso de como a lei jurídica da psicanálise, repressão, produz e prolifera os gêneros que busca controlar" (p.97). Era sua intenção usar a teoria psicanalítica para criticar a questão do tabu do incesto e usava Levi-Strauss, Lacan, Riviere e Freud para entender essa questão complicada.

Na teoria feminista e na teoria queer, isso se expressa na virada para o individualismo metodológico. O conceito de patriarcado é despejado, e o gênero passa a ser visto como uma preferência individual, em perfeito concordância com o clima neoliberal de busca por soluções individuais. A contestação passa apenas para a esfera da cultura (onde as narrativas batalham outras narrativas).

Sendo assim, para as mulheres, homossexuais e pessoas trans, a forma como a comunidade as trata não depende da sua autoconsciência individual, e sim do conjunto de sexo/gênero patriarcal, que nunca vai reconhecer a igualdade social, por mais que se inventem termos "neutros".

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