A EVASÃO ESCOLAR NA EJA NO ENSINO MÉDIO
Por: eduardamaia17 • 26/9/2018 • 3.681 Palavras (15 Páginas) • 510 Visualizações
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O problema da evasão escolar muito preocupa a escola e seus representantes, ao perceber alunos com pouca vontade de estudar, alguns abandonando os estudos um mês após o início das aulas, apresentando grande atraso na sua aprendizagem. Os esforços que a escola, na pessoa da direção, equipe pedagógica e professores fazem para conseguir a freqüência e aprovação dos alunos não asseguram a permanência deles na escola. Pelo contrário, muitos desistem. É preciso considerar que a evasão escolar é uma situação problemática, que se produz por uma série de determinantes, entendida como resultado do fracasso escolar do estudante e da própria instituição escolar.
Portanto, a escola sente a necessidade de combater a exclusão social por meio de um efetivo trabalho educativo voltado a instrumentalizar o aluno com o desenvolvimento eficaz da aprendizagem dos conhecimentos científicos/conteúdos, trabalhados nas diferentes áreas do conhecimento. Desta forma, esta pesquisa servirá de apoio aos professores e equipe gestora fornecendo dados valiosos sobre os problemas que devem ser combatidos a fim de evitar a evasão escolar.
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Promover uma análise acerca da evasão dos alunos da EJA no Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Paulo Fontelles de Lima.
3.2. Específicos
- Identificar os fatores que causam a evasão escolar;
- Conhecer a visão do aluno sobre a escola;
- Analisar a relação aluno – professor – escola – família;
- Verificar a formação do Professor, inicial e continuada;
- Reconhecer as condições físicas, materiais e humanas das escolas;
- Conhecer o currículo das necessidades profissionais dos alunos da EJA.
4. REVISÃO TEÓRICA
Os jovens e adultos têm procurado a escola com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida, para conquistar as condições necessárias ao perfil exigido no mercado de trabalho. Entretanto, constata-se que esse interesse não é suficiente para a permanência dos alunos na escola.
Às vezes a falta de interesse do aluno, traduzida na evasão escolar, é uma maneira de mascarar sua incapacidade para se esforçar. Mas em outras ocasiões não é desta forma. O aluno faria um esforço se percebesse que os conteúdos da aprendizagem são úteis, conectados com sua vida diária, atraentes o suficiente para que seu esforço em aprender valha a pena.
Mas, quando o aluno descobre que aprender supõe apenas memorizar certos conteúdos distantes de sua realidade, para recuperá-los depois em uma prova, sua atitude defensiva diante da aprendizagem vai se consolidando. Pouco a pouco, seu atraso vai aumentando e chega um momento em que a distância com o ritmo da turma se torna uma barreira intransponível. O aluno com dificuldades específicas de aprendizagem não apresenta, de início, problemas de motivação, se bem que progressivamente pode se sentir incapaz de realizar as tarefas propostas e abandona qualquer tentativa de superá-las, já que as atividades propostas “estão cheias de respostas para perguntas que ele não sabe quais” (VASCONCELLOS, 1995, p.38).
Conhecer não é fácil, o que requer esforço de ambas as partes: do aluno no domínio da leitura, na vontade ou necessidade de aprender e no estabelecimento de ligação entre o novo conhecimento e conhecimentos anteriores; do professor em desenvolver técnicas de ensino de modo que estimulem o aprendizado e facilitem o entendimento do conteúdo ministrado para o aluno. Esses fatores tornam-se desafios a vencer sendo a sua ausência muitas vezes a principal causa da evasão escolar, traduzido em desestímulo.
A esse respeito Freire (1982) esclarece que o ato de estudar necessita de persistência e atenção, o que por sua vez, remete a uma atividade mental que está presente não só na resolução de tarefas de aprendizagem, como também na maior parte das ações sociais. Os alunos da Educação de Jovens e Adultos precisam saber qual o papel social da escola e as conseqüências positivas quando a aprendizagem acontece sistematicamente, melhorando o desempenho profissional, elevando a auto-estima e ampliando a sua competência leitora.
O mesmo autor enfatiza que o esforço da parte do professor está na criação de possibilidades para não só transmitir conhecimentos como também na sua superação ao entender o conceito "bancário" da Educação para assinalar a perniciosa relação na qual o professor é tido como depositante e o aluno tido como depósito de conhecimentos, revelando assim seu papel como instrumento de dominação. A tarefa do professor deve ser então a de problematizar para os alunos o conteúdo que os mediatiza e não entregá-lo e expressá-lo como algo já feito e acabado.
Está claro que, no cenário educacional, o aluno aparece como elo mais fraco dessa engrenagem, ficando a deriva, sendo sua vida levada para lá e para cá, a mercê da massificação imputada a ele pelo poder dominante. Nesse sentido, Freire (1982) defende a idéia de que é preciso superar o condicionamento do pensar falso sobre si e sobre o mundo. Isso implica na revisão profunda nos modos de conceber o mundo e nas manifestações dos jovens e adultos para tomarem nas mãos o próprio destino.
Seguindo este raciocínio, o professor tem muito a contribuir, sendo ele peça fundamental seguido depois da família ou do próprio aluno, capazes de fazer frente aos problemas voltados à aprendizagem e à transformação da visão de mundo em sentido mais amplo.
Essas iniciativas de mudanças são marcadas graças à comunicação com seus colegas, professores e funcionários da escola, e com os familiares, implicando na reflexão sobre o futuro, na observação de outros modelos sociais, sintetizando assim os princípios da conscientização e emancipação.
É complicado admitir que algo nessa engrenagem não está funcionando bem, mas é importante que essa análise seja feita para enfrentar com maiores garantias de êxito as divergências que surgiram sendo elas algumas das causas da evasão escolar.
Torna-se, pois, difícil delimitar as responsabilidades dos fenômenos ligados à evasão escolar, porque o problema é complexo e se produz no resultado de um conjunto de fatores que atuam de modo coordenado, já que nenhum deles tomado isoladamente o conseguiria provocar (BRASIL,
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