EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: COORDENAÇÃO MOTORA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Por: Carolina234 • 31/3/2018 • 1.576 Palavras (7 Páginas) • 523 Visualizações
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Durante anos, o desenvolvimento motor vem sendo estudado, recentemente alguns desses estudos demonstram que a motricidade e a cognição estão relacionadas, principalmente nos anos de alfabetização. A coordenação motora geral envolve o grupo de músculos maiores que controlam a cabeça, os ombros, braços, costas, o abdômen e os pés. De acordo com OKUDA et al (2011) O desenvolvimento da coordenação motora geral é um equilíbrio delicado entre o cérebro, o sistema nervoso, nos primeiros anos de vida os movimentos são totalmente controlados por reflexos involuntários, a criança desenvolve uma independência irrefreável. Já aos três anos de idade, sendo capaz de correr e pular, jogar e chutar uma bola.
A partir da coordenação motora geral o ser humano passa a desenvolver outras duas, a coordenação motora fina e a coordenação motora grosa onde CAPELLINI (2008) vem dizer que a coordenação motora fina é a função motora necessária para a realização de atividades que demandam destreza e que alunos com déficits motores geralmente têm dificuldade de adquirir habilidades motoras harmônicas com a sua idade. Para GUEDES E GUEDES (2006), a coordenação motora grossa é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos, resultando em uma ação global mais eficiente, plástica e econômica permitindo ao ser humano dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais grosseiros.
É importante que o professor conheça os seus alunos para depois das informações obtidas desenvolverem as atividades desejadas. A exemplo de um estudo realizado por Catenassi et al (2007) com o objetivo de analisar a relação entre o índice de massa corporal com o trabalho da coordenação motora grossa, a partir da constatação de alunos com o IMC alto sendo consideradas obesas ou sobrepeso foi possível concluir que essas crianças não tem dificuldades para realizar atividades motora grossas tendo o mesmo potencial de crianças consideradas normais, o que vem fortalecer a ideia que a excussão satisfatória dos movimentos da coordenação motora grossa não está atribuída a medidas antropométricas ou composição corporal.
Um estudo realizado por Ramanholo et al (2013) com o objetivo de analisar a interação entre a imagem corporal, o estresse e a coordenação motora grossa em escolares concluiu que a habilidade motora é influenciada por fatores como estresse, psicológico e auto percepção corporal. Sendo relevante ressaltar que o desenvolvimento motor estabelece relação com o meio, portanto é influenciado por fatores intrínsecos, além disso, foi notado que os avaliados constatados com coordenação motora baixa também apresentaram nível de estresse elevado e distorção da auto imagem tendo uma relação de causa-efeito.
Além da coordenação motora baixa existem alunos que tem a Desordem da Coordenação do Desenvolvimento (DCD), como características dessa desordem algumas crianças têm dificuldades de realizar todas as habilidades motoras e até mesmo a fala não é clara, outras já apresentam em situações especificas como a destreza manual: cortar com tesoura, escrever ou usar talheres. O grau da DCD varia de moderada a severa podendo manifestar logo ou apenas quando ingressar no ensino formal pode acontecer de forma isolada ou associada a outras dificuldades como ler, escrever entre outras. (FERREIRA et al, 2006).
Trabalhar a aptidão motora juntamente com a aptidão física com os adolescentes torna relevante pelo fato de estimular a prática de atividade física importante para a promoção da saúde e qualidade de vida, considerando que o individuo inativo na adolescência é propenso a continuar quando atingir a vida adulta. Portanto quanto mais cedo for estimulado a praticar atividade física melhor, pois quando a criança ou adolescente tem hábitos de se exercitar menos chance terá de tornar um adulto com comportamentos sedentários. (PEREIRA E MOREIRA, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com isso podemos denotar a coordenação motora como sendo uma das valências físicas primordiais para o desenvolvimento de nossos (as) alunos (as), pois a mesma se trabalhada e problematizada nos mais diversos níveis de ensino pode lhes proporcionar um melhor desenvolvimento social.
As atividades que melhoram a coordenação motora não se restringem a infância ou adolescência, pois a mesma pode ser treinada e este treinamento é aplicado aos mais diversos públicos, porém esse treinamento deve levar em consideração todo contexto histórico-social em que o individuo se localiza.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPELLINI AS, SOUZA AV. Avaliação da função motora fina, sensorial e perceptiva em escolares com dislexia. In: Sennye AL, Capovilla FC, Montiel, JM. Transtornos da aprendizagem da avaliação à reabilitação. São Paulo: Artes Médicas; 2008.
CATENASSI, Fabrizio Zandonadi. Relação entre índice de massa corporal e habilidade motora grossa em crianças de quatro a seis anos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Vol. 13, nº 4 – Jul/Ago, 2007.
FERREIRA, Lúcio Fernandes et al. Desordem da coordenação do desenvolvimento. Motriz, Rio Claro, v.12, n.3, p.283-292, set./dez. 2006.
GUEDES DP, GUEDES JERP. Manual prático para avaliação em educação física. São Paulo: Manole, 484 p. 2006.
KIPAHRD, Ernst Jonny. Insuficiências de movimentos v de coordinación en Ia edad de la escuela primária. Buenos Aires: Kapelusz, 1976.
OKUDA, Paola Matiko Martins et al. COORDENAÇÃO MOTORA FINA DE ESCOLARES COM DISLEXIA E TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE. Rev. CEFA; 13(5):876-885, 2011.
PEREIRA, Elenice de Sousa; MOREIRA, Osvaldo Costa. Importância da aptidão física relacionada à saúde e aptidão motora em crianças e adolescentes. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.7, n.39, p.309-316.
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