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A Desigualdade de Gênero

Por:   •  29/11/2018  •  3.415 Palavras (14 Páginas)  •  326 Visualizações

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Há também na politica ocidental, uma cultura sexista que impede que muitas mulheres participem deste meio. É grande a desproporcionalidade de mulheres na politica mundial em relação aos homens.

A religião também é instrumento de diferenciação de gênero e passou por varias fazes de perspectivas em relação as mulheres.

A participação feminina na cultura religiosa passou por variadas formas, desde a adoração do feminino pela fertilidade até sua total e completa negação, ou seja, saiu de um estado de divinização até o ponto de ser totalmente anulada. Desde o tempo em que o feminino representava o transcendente até o ponto em que representa a origem do pecado.(SANCHES, 2009)

Poderíamos associar os adjetivos culturais da mulher com a diferente carga genética dos gêneros, mas na verdade a maior contribuição para uma diferenciação é de origem cultural, em seu livro Sociologia Geral (GIL, 2011, p. 146) demonstra que os “fatores biológicos são fracos na determinação do comportamento social”.

Comparando três culturas que compartilhavam organização social semelhante ( arapesh, mundugomor e tchambuli ), constatou que nas duas primeiras não existia um padrão sentimental distinto para homens e mulheres. Na Cultura arapesh a docilidade era o traço mais valorizado e na mundugomor era a agressividade, tanto para homens quanto para mulheres. Já a cultura tchambuli havia grandes difereças entre os sexos: as mulheres eram dominantes e racionais e os homens eram submissos e emocionais. Seus papeis invertiam-se em relação aos padrões ocidentais (MEAD, 1969, apud GIL, 2011).

A linguagem, as crenças, valores e normas determinam a forma como avaliamos e definimos as pessoas. Podemos observar nas linguagens também uma grande diferenciação, no português a palavra homem e o pronome ele podem ser utilizadas para designar ambos os gêneros. E a palavra mulher além de designar a pessoa do sexo feminino, pode ser entendida como esposa.

Para (GIL, 2011) as crenças estão ligadas a valores culturais, pois há diferenças no tratamento da mulher em relação ao homem nas diferentes sociedades do mundo, além de apresentarem critérios diferentes para avaliar os dois gêneros. Na índia o infanticídio acontece em sua grande maioria com recém-nascidos do sexo feminino e na China com a politica do filho único, a preferencia é maior pelo sexo masculino trazendo em consequência o infanticídio feminino.

As normas da sociedade contribuem na diferenciação de gênero. No Estatuto da Mulher Casada (Lei nº 4121) demonstra conquistas igualitárias para a mulher, como exemplo o direito de trabalhar sem pedir autorização do marido e ter independência salarial em relação as dividas do cônjuge. Porém a lei também mostra a diferenciação de origem cultural no Art. 233 que diz “O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos”.

A definição da desigualdade de gênero se dá portanto aos fatores culturais e sociais de uma sociedade.

Teorias sobre a desigualdade de gênero

Teoria funcionalista: Os funcionalistas dizem que a diferença entre os gêneros é essencial para o funcionamento e estabilidade da sociedade, "pois para a efetividade da família é necessário que os adultos assumam um papel específico e particular.

A perspectiva do conflito: Segundo a teoria marxista a desigualdade decorre da posse ou não dos meios de produção.

A perspectiva internacionalista simbólica: Segundo tal perspectiva as interações entre homem e mulher reforçam a desigualdade de gênero. Em um grupo em que há homens e mulheres tendo um diálogo os homens tendem a falar mais e interromper as mulheres, validam seus argumentos e ignoram os argumentos das mulheres. As mulheres tendem a não insistir em seus argumentos para evitar conflito e fazem mais uso das expressões “por favor, muito obrigada e desculpe-me”. “Essa interação reforça a desigualdade dando a visão aos homens de capacidade, competência por terem seus argumentos e decisões aceitos “ (GIL, 2011).

Desigualdade de gênero afeta tanto mulheres como homens: O (FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL, 2016) mostra uma outra perspectiva da expressão Desigualdade de Gênero, assim como toda a reflexão em torno da mesma que se inicia, é frequentemente associada às mulheres. No entanto, homens e mulheres sofrem igualmente com as consequências resultantes da construção social de papéis de gênero definidas pelos sexos.

Consequências da desigualdade de gênero

A desigualdade de gênero traz grandes consequências às mulheres, consequências que afetam a sociedade pois abafam seus talentos, limitam suas ambições. Assim a mulher deixa de contribuir com o melhor de si para a sociedade.

Pobreza: As mulheres são mais atingidas pela pobreza pois embora a participação da mulher tenha aumentado significativamente no mercado de trabalho permanecem as diferenças de salários, pois as mulheres ganham em média 25% a menos que os homens. Segundo pesquisa realizada pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2016 o salário médio dos homens é de R$ 1.886,50 e o das mulheres, de R$ 1.503,17. Valores calculados com pessoas entre 16 e 65 anos de idade que trabalham no mínimo 40 horas por semana.

Agravos à saúde: Embora a expectativa de vida das mulheres seja superior à dos homens, a mulher está mais propensa a diversas doenças, como diabetes, anemia, enxaqueca, depressão e osteoporose. Tal propensão está ligada à desigualdade de gênero pois a inserção crescente da mulher no mercado de trabalho não as desobriga de suas funções tradicionais causando acúmulo de tarefas. Por conta da dupla jornada as mulheres tem maior desgaste mental e físico.

Violência: A violência contra a mulher tem ocorrido ao longo da história em todo o mundo. Se manifesta sob várias formas e diferentes graus, qualquer conduta de discriminação, agressão ou coerção que ocorra pelo fato da vítima ser mulher e que cause danos, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral, psicológico, social, político ou econômico, bem como perda matrimonial pode ser considerada violência contra a mulher.

Assédio sexual: Todo tipo de coerção de caráter sexual com a pretensão de obter favores sexuais. As maiores vítimas de assédio sexual são as mulheres, isto porque a cultura encoraja os homens a serem sexualmente diretos

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