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Projeto Politico Pedagogico

Por:   •  12/3/2018  •  1.929 Palavras (8 Páginas)  •  401 Visualizações

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Deve também constar os dados da situação da escola: a história da escola, a infra estrutura e a estrutura física da escola, os recursos didáticos da escola, numero de professores e demais funcionários e a formação dos mesmos, numero de educandos no geral, de educandos por turma etc.

O marco situacional, deve portanto apontar os principais problemas existentes na realidade geral e local: os grupos culturais, as sociedades de amigos da comunidade, a criminalidade de diversos tipos, problemas de drogatição e alcoolismo, pastorais de mulheres, sindicatos, clube de idosos etc.

Ao se fazer o inventario dessa situação já é possível visualizar possibilidades de parceria ou relação do trabalho pedagógico escolar com o trabalho pedagógico que se desenvolve na sociedade fora da escola.

2)O marco teórico ou a dimensão teórica do PPP fornecem os referenciais de analise. É como se fosse uma lupa ou um laboratório bem equipado para observar,os fenômenos da natureza, tais como uma célula, uma reação química ou um corpo físico. Só que os referenciais tóricos não são peças laboratoriais e sim conceitos teóricos através dos quais pode-se analisar e interpretar cientificamente os fenômenos da realidade identificados pelo marco situacional.

Esses referenciais de analise, ou referenciais teóricos no campo pedagógico têm por suporte um acumulo muito grande na pedagogia critica e na pedagogia histórico-critica de base marxista.

Dessa forma, o referencial teórico, ou marco teórico do PPP encontram seus aportes no materialismo histórico e dialético, também denominado marxismo ou critica da economia politica desenvolvido por Marx e Engels. Duas importantes referencias bibliográficas para a compreensão dessa teoria são os livros: “Educação e luta de classes” de Anibal Ponce; e Pedagogia histórico-Critica” de Demerval Saviani, dois livros de cabeceira de qualquer educador critico. O classismo, categoria que explica a luta de classes na sociedade capitalista, extraído do marxismo é o principal conceito do marco teórico do PPP. O marxismo considera que a filosofia passou muito tempo divagando sobre o mundo, quando na realidade trata-se de interpreta-lo e transforma-lo.

Portanto, somente uma concepção teórico e pratica, isto é, ao mesmo tempo analítica, interpretativa e prática pode oferecer sustentação ao marco teórico do PPP da escola pública que sirva ao povo: não pode ser uma escola só teórica descontextualizada da realidade também não pode ser uma escola só prática esvaziada das teorias cientificas. Tem que ser uma escola cientifica, classista e vinculada organicamente com as praticas politicas, sociais e produtivas da comunidade onde ela esta inserida.

“Não ha pratica revolucionaria sem teoria revolucionaria” afirmou Lênnin. É assim que entendemos a necessidade do domínio dos aportes teóricos pelos professores da escola publica. Aportes teóricos estes que têm como eixo estruturante o classismo e busque as diferentes contribuições das disciplinas cientificas tais como a história, filosofia, economia, direito, sociologia e a antropologia.

3)O marco operacional significa a definição do que precisa ser feito e do que pode ser feito. O coletivo da escola tem que desenvolver as suas capacidades teóricas e praticas, politicas e sociais para estabelecer os critérios e as prioridades do que precisa ser feito levando em conta o marco situacional já visto (diagnostico), e o marco teórico (concepção). Eleger o que precisa ser feito implica na capacidade do coletivo de trabalhadores da escola (educadores, professores, pedagogos, diretores), e dos representantes da comunidade (principalmente pais e alunos) em elaborar projetos de curto, médio e longo prazos. Isso vai desde um ato com mobilização da comunidade para exigir do poder publico o atendimento de determinadas revindicações, ate a confecção de um jornal mural na escola, a fusão de duas ou mais turmas de alunos, a abertura de um novo turno de aulas uma palestra publica de interesse geral ou especifico, ou o afastamento ou a solicitação e um novo professor.

O marco operacional define o que deve ser feito tanto no que diz respeito as atividades didático pedagógicas e de ensino e aprendizagem ate mesmo as atividades relacionadas à infraestrutura e espaço físico da escola, como a cantina, área verde ou de esporte, uma biblioteca um muro ou uma horta escolar etc.

Normalmente a baixa capacidade politica do coletivo escolar em estabelecer prioridades na definição do que precisa ser feito conduz a um certo pessimismo e as queixas de que “nada é possível ser feito”. É necessário saber negociar para se estabelecer a prioridade dentre as ações que precisam ser desenvolvidas e cumprir o que foi acordado com o segmento cuja as demandas ficaram para etapas posteriores.

O grande para se evitar as frustrações das propostas e projetos não atendidos é a absoluta transparecia, o dialago, a democratização e a tomada de decisões envolvendo a todos .

Escola, cultura e Educação do Campo

A realidade do campo brasileiro constituída historicamente é marcada pela grande contradição entre classes sociais. De um lado a classe latifundiária (latifúndios tradicionais improdutivos e especuladores da terra e latifúndios de novo tipo denominados por “agronegócio”); de outro a classe dos camponeses pobres, sem terra ou com pouca terra (assalariados rurais, boias frias, meeiros, posseiros, quilombolas, indígenas, assentados, acampados, ribeirinhos, pescadores etc). A existência do latifúndio data de mais de quatro séculos no Brasil, desde a criação da capitanias hereditárias, passando pela lei de terras de 1850 ate o estatuto da terra de 1964 e a constituição federal de 1988. Todos estes são instrumentos legais de instituições que asseguram a existência do latifúndio no Brasil. Latifúndio trabalha o escravo e monocultura foi o tripé responsável pela formação da questão agraria brasileira (sugestão para estudo do livro “IV seculos de latifúndio” de Alberto Passos Guimarães).

Econômica e socialmente o campo brasileiro é marcado por um atraso histórico secular decorrente tanto pela concentração da terra tanto pelas cultura nelas trabalhadas com enfase no monocultivo e na produção e de bens in-natura para exportação sob a forma de commodities, tais como madeira, soja, fumo, suco de laranja,

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