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O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO NA DIVERSIDADE CULTURAL DA ESCOLA

Por:   •  21/3/2018  •  11.212 Palavras (45 Páginas)  •  505 Visualizações

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A partir da análise de alguns aspectos teóricos do projeto político pedagógico partiremos para a análise da prática desenvolvida nas escolas municipais de Marialva realizamos um terceiro momento, a comparação entre o teórico proposto e a prática aplicada, levando em consideração a real aceitação e a elaboração do projeto político pedagógico para que a sua vivência seja efetivamente viável.

CAPÍTULO I

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:

MODA, EXIGÊNCIA OU TOMADA DE CONSCIÊNCIA.

Pensar um projeto de educação implica pensar o tipo e qualidade de escola, a concepção de homem e de sociedade que se pretende construir. Ultimamente temos observado uma correria enorme por parte de escolas e sistemas educacionais na busca da construção de seus projetos políticos pedagógicos. Segundo Ilma Veiga (2001)

As discussões vão desde a importância de um projeto para escola até mesmo a louca corrida pela execução da antiga pedagogia de projetos, mas só agora descoberta por algumas autoridades da educação que, a todo custo, mais uma vez tentam, às pressas, implantá-la, como se esta fosse novamente o “ovo de Colombo” da educação brasileira, que no decorrer da sua história já descobriu outros ovos que também, a todo custo, tentaram empurrá-los garganta a dentro dos professores. (p. 63)

Já estamos cansados de compreender que as mudanças na educação dependem fundamentalmente de vontade política, no que diz respeito a encará-la como prioridade nacional – não enquanto lema, mas praticamente – e da vontade e empenho dos professores, que são de fato os responsáveis para no dia-a-dia tornar em prática os projetos e concepções de educação que sempre foi foram idealizados por alguns e não por eles, o que contribui para que tenhamos tantas propostas interessantes no papel, mas que no fazer pedagógico se mantém mantêm a uma distância enorme do idealizado.

As nossas escolas municipais num sentido amplo, e os dirigentes políticos, poucos se preocupavam com a existência de um projeto político pedagógico, já que a nossa educação ao logo do tempo, salvo raras exceções, sempre foi um dos caminhos mais fáceis para se praticar os desvios de recursos para outros setores e em muitos casos para o enriquecimento ilícito, o que nos surpreende essa busca geral em que se encontram os sistemas de ensino para concretizarem os seus projetos. Segundo Ilma Veiga (2001)

A necessidade de um projeto político pedagógico na escola antecede a qualquer decisão política ou exigência legal, já que enquanto educadores e enquanto membros da instituição escola, devemos ter claro a que horizonte pretendemos chegar com os nossos alunos, com a comunidade e com a sociedade, caso contrário não estaremos exercendo o nosso papel de educador, mas simplesmente de "aventureiro", que não sabe onde quer chegar. (p. 93)

Como na educação a moda é uma constante, principalmente por parte daqueles que na verdade ficam esperando um pacote pronto de técnicas e métodos de ensino, em vez de buscarem desenvolver a criatividade e na prática irem recriando a sua própria prática pedagógica.

Será que a educação "entenda-se educadores e dirigentes dos sistemas educacionais" acordaram e resolveram de fato assumir o pacto pela qualidade da educação? Ou será apenas mais uma corrida para que cumpramos mais uma vez as exigências legais e dos acordos internacionais? Será que cada escola vai assumir ou ter apenas um projeto escrito? Ou continuaremos com as mesmas e velhas práticas autoritárias e alienantes dos nossos alunos e no dia seguinte, com o peito aberto, sairmos profetizando a mudança, pregando a demagogia e falando de formação para a cidadania e para o viver da democracia?

Claramente, não acreditamos nas mudanças da educação quando elas acontecem de cima para baixo. Se a escola é fruto da sociedade é conseqüência dos saberes construídos socialmente, culturalmente, subjetivamente pelas pessoas que estão fora e dentro da escola, como podemos pensar em mudanças a partir daqueles que não estão diretamente ligados a esta realidade. Alunos, professores, comunidades, não podem figurar apenas nos papéis e nas propostas, devem fazer parte do sistema de reformulação do pensar a educação e a escola.

A mola principal das mudanças, é a postura e crença do educador num repensar a educação e a sua própria caminhada, senão, como já disse o ex-Ministro da Educação, Carlos Chiarelli, em 1992: "os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e o governo finge que controla", quando na verdade deveríamos assumir o papel de educador, para tentarmos envolver e empolgar a sociedade a lutar por uma educação mais real, digna de um país de 500 anos de "descobrimento".

Partindo do óbvio, GADOTTI sugere que (2001), “a palavra projeto vem do verbo projetar, lançar-se para frente, dando sempre a idéia de movimento, de mudança”.

A sua origem etimológica, como explica Ilma Veiga (2001, p. 12), “vem confirmar essa forma de entender o termo projeto que vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante".

Para Ilma Veiga (2001), “o projeto é uma atividade natural e intencional que o ser humano utiliza para procurar solucionar problemas e construir conhecimentos”. Com isto verificamos que o projeto deve ser construído conforme a realidade a qual a escola esta inserida, não se pode fazer um projeto apenas como um fim burocrático para ser arquivado mas sim como algo para ser colocado em prática.

Na tentativa de uma síntese, pode-se dizer que a palavra projeto faz referência a idéia de frentes um projetar, lançar para, a ação intencional e sistemática, onde estão presentes: a utopia concreta/confiança, a ruptura/continuidade e o instituinte/instituído. Segundo Ilma Veiga (2001, p. 18 apud GADOTTI, 1994 p. 28),

Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.

E o projeto com a qualificação de pedagógico, qual é o seu significado? De repente, em meados da década de 90, a idéia de projeto pedagógico vem tomando

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