A Espetaculização da violência nos Programas Policiais

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Outra característica importante é que os programas policiais exercem influência sobre a representação do crime, reforçam o estereótipo do criminoso, colaborando para o processo da construção da imagem do inimigo. Schecaira (1996, p. 16) entende que a mídia é uma fábrica ideológica condicionadora, pois não hesitam em alterar a realidade dos fatos criando um processo permanente de indução criminalizante. Assim, os meios de comunicação, através da manipulação distorceM a notícia e apresenta apenas o que é de seu interesse. (Perspectiva justificada por um pressuposto teórico... ajuste a ABNT. Ver se ele está bem cotado na academia)

Seguindo o ponto de vista de Émile Durkheim , ao nascer, o indivíduo já encontra prontas as regras, práticas, crenças, maneiras de agir, de pensar e de sentir. Nessa perspectiva, o indivíduo se torna um edifício da sociedade, moldado e acabado segundo seus parâmetros, suas regras, seus modelos. Assim, a mídia tem uma função extremamente delicada diante da sociedade no que se refere à formação do indivíduo, com relação aos valores morais, ao caráter, à dignidade, à cidadania e todas as demais qualidades básicas de comportamento e convivência social. Assim, a mídia também é responsável por intensificar a violência na sociedade, pois ao disseminá-la ela se torna cada vez mais visível.

Seguindo o lema dos jornais sensacionalistas norte-americanos, no início do século xx: If it bleeds, it leads (se tem sangue, vira noticia), a mídia atua explorando a fascinação do homem pela violência, a fragilidade humana e o medo da própria morte ou de algum familiar, gerando assim, um ciclo vicioso entre o programa e o espectador. (Aspecto histórico – Melhorar os dados e OK)

A mídia reforça o “medo nosso de cada dia”, pois a mesma violência que vemos na televisão está cada vez mais próxima de nós. De acordo elizabeth rondelli a mídia “quando se apropria, divulga, espetaculariza, sensacionaliza ou banaliza os atos de violência está atribuindo-lhes um sentido que, ao circularem socialmente, induzem práticas referidas à violência. Se a violência é linguagem – forma de comunicar algo -, a mídia ao reportar os atos de violência surge como ação amplificadora desta linguagem primeira, a da violência” (Imagens da violência: práticas discursivas)

A falta de princípios éticos é notória, a mídia brasileira, em especial os programas policias, deixa claro que o importante não é presar pela informação e sim vender o seu produto, mercantilizar a morte e a miséria presente no país.

A plena liberdade de expressão é protegida por meio da Constituição Federal, mas a responsabilidade e o compromisso com a verdade deveria ser a outra face desse direito. “Censura nunca mais”, porém é necessário filtrar e ter bom senso na hora de produzir conteúdo . As mídias hão de saber usar todo o seu potencial, elevando os níveis de cidadania e educação e fazendo com que o brasileiro também tenha interesse por um conteúdo inteligente e que enriqueça cada vez mais o seu intelecto.

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