SAÚDE E DOENÇAS NO BRASIL: DENGUE - EPIDEMIOLOGIA
Por: Hugo.bassi • 11/9/2017 • 4.495 Palavras (18 Páginas) • 641 Visualizações
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língua de origem. O Diccionario de la Lengua Española da Real Academia Española coloca as três acepcções em uma única entrada,indicando tratar-se da mesma palavra que, na sua evolução semântica, teria adquirido sentidos diferentes.
O termo “dengue” foi utilizado pela primeira vez em 1827, no Caribe, para designar a epidemia de uma doença febril que cursava com exantema e artralgias. A palavra é um homônimo espanhol da expressão “ Ki denga pepo”, usada pelos nativos da região e que significava “cãimbra súbita causada por espíritos maus”. Contudo, a primeira descrição clínica da doença é atribuída a Benjamim Rush,1789,na Filadélfia (EUA) (VERONESI,1991).
A comprovação da transmissão do vírus pelo Aedes aegytpi foi demonstrada por Cleland, na Austrália em 1916.
Em 1931, Simmons, em estudos experimentais, identificou outro possível transmissor, o Aedes albopictus (REZENDE, 2004).
Segundo Rezende (2004), a denominação de dengue para a doença acha-se definitivamente consagrada de vez que foi incorporada à Nomenclatura Internacional da Doença, do Conselho das Organizações Internacionais de Ciências Médicas (CIOMS) e da Organização Mundial de Saúde.
A doença foi relatada entre 1779 e 1780, tendo ocorrido epidemias na Ásia e na América do Norte e também na África, indicando que há mais de 200 anos, tanto o vetor como as populações de vírus apresentavam ampla distribuição nos trópicos. No século XX, a epidemia global teve início no Sudeste Asiático, após a Segunda Guerra Mundial, tendo sido agravada nos últimos quinze anos. Nas Américas, a partir da década de 1960, passam a ocorrer epidemias de dengue. Observou-se, em 1963, transmissão no Caribe e na Venezuela, por sorotipo DEN 3. Anteriormente, em 1953, o sorotipo DEN 2 havia sido isolado na região de Trinidad e Tobago, em situação não epidêmica. Em 1968, ocorreram epidemias na região do Caribe com circulação dos sorotipos DEN 2 e 3 (SUCEN,2001).
Em 1977, o sorotipo DEN 1 chegou às Américas e se expandiu para a maioria das ilhas do Caribe . Durante a década de 1980, ocorreram epidemias explosivas na Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Belize, Honduras, El Salvador, Guatemala e México. Embora, até então, todos os sorotipos tenham sido assinalados, nas Américas, houve predominância dos sorotipos Den 1 e 4. Houve, também, ocorrência de epidemias em países, até então, sem histórico de dengue, como Bolívia (1987), Paraguai (1988), Equador (1988 ), Peru (1990) e Panamá e Costa Rica (1993). Em 1994, o sorotipo 3 foi reintroduzido no Panamá, Nicaragua e México (SUCEN, 2001).
Em relação ao dengue hemorrágico, o primeiro registro de epidemia ocorrida fora dos limites do Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental, afetou Cuba, em 1981, sendo considerado o mais importante evento na história do dengue nas Américas. Foram 344.203 casos, dos quais 10.312 de dengue hemorrágico, associados ao sorotipo 2, resultando em 158 mortes. Entre 1981 e 1996, foram notificados, em 25 países, 42.171 casos de dengue hemorrágicos, sendo mais de 50% procedentes de Cuba e Venezuela.
O mosquito, Aedes aegypti tem origem africana, chegou ao Brasil nos navios negreiros que se reproduzia dentro de depósitos de água durante as embarcações.
No início do século 20, em 1903, Oswaldo Cruz, implantou um programa de combate ao mosquito que se prolongou por anos. O medo, na época, eram as epidemias de febre amarela. O Aedes chegou a ser erradicado no Brasil na década de 50, mas retornou, e na década de 80 houve uma epidemia de dengue em Roraima. Até 1957 achava-se que a dengue era uma doença benigna, mas nesse ano, pela primeira vez ocorreu uma epidemia de dengue hemorrágica nas Filipinas. No continente americano, a primeira epidemia de dengue hemorrágica aconteceu em Cuba, em 1981(BENSEÑOR, 2008).
No Brasil, a primeira epidemia documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1982, em Boa Vista (RR), com circulação dos sorotipos 1 e 4. A partir de 1986, foram registradas epidemias em diversos estados. A mais importante ocorreu no Rio de Janeiro onde, pelos inquéritos sorológicos realizados, estima-se que pelo menos um milhão de pessoas foram afetadas pelo sorotipo 1, nos anos de 1986 e 1987. Nesse mesmo ano, houve expansão das áreas transmissão e foram registradas epidemias de dengue em outros estados. Na década de 1990, houve agravamento do quadro epidemiológico nacional e a introdução e expansão, em várias regiões do país, sorotipo 2. Nos últimos anos, a transmissão de dengue ocorreu de forma generalizada. Em 1997, 1998 e 1999 foram notificados, respectivamente, 254.987, 543.507 e 213.405 casos. (Fundação Nacional de Saúde- FNS – dados não publicados e provisórios para 1999 ). Em 1999, foram confirmados 70 casos de FHD, em nove estados brasileiros, dos quais três óbitos foram registrados (SUCEN, 2001).
2 - A transmissão da doença
A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes albopictus infectados pelo vírus da dengue. Após um período de incubação, que dura até por volta de 12 dias, o mosquito vai transmitir a doença.
O mosquito adaptado no meio urbano desenvolve-se bem a sua fase larvária em poços, caixas d’água abertas, vasos de jardins e outros recipientes.
Não ocorre transmissão em contato direto entre pessoas contaminadas e também não é transmitido o vírus através de alimento e água.
2.1- O mosquito Aedes aegypti
Aedes aegypti (aedes do grego “odioso” e agypti do latim “do Egipto”) é popularmente conhecido como mosquito da dengue. Um mosquito da espécie da família Culicidae, gênero Aedes e subgênero Stegomyia.
Cor negra predominante. Mesoto com duas linhas medianas claras. De cada lado, uma linha prateada, curva na metade anterior; segmentos abdominais com faixas basais brancas, pernas com anéis brancos (MORAES, 1978).
Quando o mosquito deposita os ovos na superfície da água, desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem ás pupas, e se tornando adultos.
Só as fêmeas que são hematófagas e os machos de qualquer espécie, alimentam-se de frutas.
A hematofagia, cópula e oviposição são diurnas. Acreditava-se que este mosquito possuía dispersão ativa pequena, raramente excedendo os 200 metros, trabalhos recentes demonstram que a capacidade de vôo de fêmeas grávidas para oviposição ultrapassam 700m/dia. Vive
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