A ANTOLOGIA POÉTICA
Por: Ednelso245 • 4/7/2018 • 1.733 Palavras (7 Páginas) • 452 Visualizações
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Análise do poema
Por Pedro Morais
Fernando pessoa utiliza um de seus heterônimos para descrever a si mesmo, o poeta. O poema acusa que existe um fingimento ao criar uma poesia, pois não é uma experiência imediata e sim pensada para expressar uma beleza em harmonia com as palavras[pic 6]
OSWALD DE ANDRADE (1890-1908)
José Oswald Nogueira de Andrade, filho de uma rica família, se formou em humanidades em 1908, ano em que conheceu o poeta Guilherme de Almeida. Na Semana de Arte Moderna, estreou com o romance “Os Condenados”. Foi o autor dos dois mais importantes manifestos modernistas, “Manifesto da poesia do Pau-Brasil” e o “Manifesto-Antropófago”.
Pronominais
Dê-me um cigarroDiz a gramáticaDo professor e do alunoE do mulato sabidoMas o bom negro e o bom branco Da Nação BrasileiraDizem todos os diasDeixa disso camaradaMe dá um cigarro.
Análise do poema
Por Vithor Moraes
O poema, mostra algumas das principais características do modernismo em sua primeira fase, usando linguagem informal que entra em contato com o “o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira” facilmente. Seu título faz jus ao assunto: os usos de verbos pronominais - formal e informal.[pic 7]
Vício da falaPara dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mióPara pior pióPara telha dizem teiaPara telhado dizem teiadoE vão fazendo telhados.
Análise do poema
Por Pedro Morais
O vício da fala apresentado no poema se dá pela modificação na grafia devido à adaptação mais fácil da pronuncia no dia a dia. O autor conclui dizendo que criam-se “telhados”, ou seja, criam-se novas pronuncias e acabam sendo aceitas mesmo com o preconceito linguístico presente até hoje. A composição do poema se mostra simples e compreensível ao leitor- uma forte característica modernista.
[pic 8]
MÁRIO DE ANDRADE (1883-1945)
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, foi professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Durante sua trajetória, fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore.
Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações, sempre tinha tempo para ajudar os escritores que ainda não eram conhecidos, lutou pela arte com seu estilo de escrita puro e verdadeiro. Nunca abandonou suas maiores virtudes: a consciência artística e a dignidade intelectual.
Moça Linda Bem Tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.
Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.
Mulher gordaça, filó,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência…
Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta de pobre arromba:
Uma bomba.
[pic 9]
Análise do poema
Por Pedro Morais
O poema trata de um assunto duro para a época: o feminismo. A crítica a costumes antigos é evidente ao citar características negativas consequentes da criação machista e conformista que as mulheres recebiam (e recebem até hoje!!). O poeta faz jus ao que pregava: a dignidade intelectual é uma virtude a ser preservada.
Descobrimento
Abancado à escrivaninha em São Paulo
Na minha casa da rua Lopes Chaves
De supetão senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no Norte, meu Deus!
muito longe de mim
Na escuridão ativa da noite que caiu
Um homem pálido magro de cabelo escorrendo nos olhos,
Depois de fazer uma pele com a borracha do dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu.
Análise do poema
Por Pedro Morais
O poema tem como tema principal a crítica social baseada na desigualdade entre o mesmo povo “esse homem é brasileiro que nem eu”. O eu-lírico relata um calafrio ao se lembrar do povo do Norte, em especial a figura do trabalhador sofrido, magro, infeliz. Mais uma vez, o poeta é impactante ao escrever. [pic 10]
CECÍLIA MEIRELES (1901-1964)
Cecília nasceu no Rio de Janeiro em 1901. Sua estreia literária aconteceu em 1919 com o livro “Espectros”, reunião de sonetos escritos a partir de 1915. Sua obra mais conhecida é o épico “Romanceiro da Inconfidência”, de 1953. Embora cronologicamente vinculada a segunda fase do modernismo brasileiro, sua obra poética também traz influências simbolistas, românticas barrocas e parnasianas.
Nadador
“O que me encanta é a linha alada
das tuas espáduas, e a curva
que descreves pássaro da água!
É a tua fina, ágil cintura,
e esse adeus de tua garganta
para cemitérios de espuma!
É a despedida,
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