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Violencia sexual Infantil

Por:   •  13/2/2018  •  3.336 Palavras (14 Páginas)  •  318 Visualizações

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2.2 ONDE E COMO PODE OCORRER O ABUSO SEXUAL

O abuso pode ocorrer dentro da família (violência sexual ou intrafamiliar); ou fora do contexto familiar (violência extra-familiar), pode ocorrer em qualquer lugar, na escola (especialmente nos banheiros); nos clubes; nas igrejas; nas ruas e dentro do ambiente familiar, quando a criança ou o adolescente ficam sozinhos com um membro da família, um cuidador ou um amigo próximo. O principal local onde ocorre a violência sexual é a própria casa das vítimas, quando ficam sozinhas com o agressor e na maioria dos casos a violência sexual ocorre mais de uma vez e não são raros os casos de abusos diários.

Pode ocorrer com ou sem violência física, mas a violência psicológica está sempre presente. Muitas vezes a criança ou o adolescente não sabe ou não tem certeza de que estão sofrendo abuso sexual, pois na maior parte dos casos os abusadores são conhecidos das vítimas e se aproveitam desta proximidade para ganhar a confiança delas, fazendo brincadeiras, oferecendo doces, brinquedos, fazendo companhia, razão pela qual as vítimas possuem geralmente grande afeição pelo abusador, o que dificulta as denúncias e a elucidação dos fatos. O abuso sexual pode não deixar evidências físicas, como nos casos de assédio, carícias, manipulação suave dos genitais e exposição à pornografia, dessa forma, quando a vítima apresenta sintomas, mas não admite ter sofrido abuso, sua avaliação psicológica criteriosa e de sua família, pode ser um importante instrumento para a confirmação de casos nos quais há suspeita de abuso sexual.

2.3 O SILÊNCIO DA VÍTIMA

O abuso sexual intrafamiliar desencadeia intenso repúdio social, razão pela qual o perpetrador faz tudo para manter em segredo suas ações, às custas de ameaças, chantagem ou barganha, com o abusado. Os abusos também são mantidos em segredo devido aos sentimentos de vergonha e medo da vítima. Outro fator que contribui para o silêncio é o sentimento de culpa da vítima, caracterizado muitas vezes em razão do prazer ou excitação sexual gerada precocemente pelo estímulo indevido, que o abusador faz nas vítimas, usando-as para obter satisfação sexual imprópria e ainda as responsabilizando pelos abusos ilicitamente praticados. Primeiramente se deve esclarecer que o abuso sexual ocorre em todas as classes sociais e que existem abusadores de graus de instrução mais elevados, tais como: pós-doutores, médicos, advogados, empresários, autoridades das mais distintas áreas.

2.4 SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA

Alguns sinais de alerta que devemos estar atentos são: os desenhos que apresentam temas assustados ou órgãos sexuais super desenvolvidos, pintados geralmente com cores escuras; expressão de agressividade sexual contra amigos ou bonecos; atitudes nervosas contra adultos; isolar-se dos amiguinhos; demonstração de medo de lugares específicos, como o quarto ou o banheiro; desconforto na presença de determinado adulto; mudança brusca nos modos, nas atitudes e no comportamento; linguagem sexualmente explícita, imprópria para a idade; pesadelos e distúrbios de sono.

O abuso sexual afeta o desenvolvimento de crianças e adolescentes de diferentes formas, acarretando-lhes graves problemas emocionais, sociais, psicológicos e psiquiátricos. O abuso sexual é considerado um importante fator de risco para o desenvolvimento de psicopatologias, podendo as vítimas desenvolverem quadros de depressão, transtornos mentais e psicológicos, ansiedade, distúrbios alimentares, hiperatividade e dificuldades de atenção e aprendizado provocando culpa, baixa auto-estima, problemas com a sexualidade, dificuldade em construir relações duradouras e falta de confiança em si, as vítimas também apresentam problemas físicos, tais como: dificuldades respiratórias, problemas decorrentes de negligência com a higiene, doenças viróticas ou bacteriológicas, inclusive AIDS, doenças venéreas, alergias inexplicáveis e de difícil tratamento e cura e muitos outros males. O problema é agravado pelo medo e vergonha das vítimas, que indefesas, sofrem abusos reiterados por longo período de tempo e muitas vezes, quando finalmente criam coragem de denunciar o abusador, padecem pela pressão da família e de pessoas próximas, que desacreditam de suas versões, quando não as acusam de terem “provocado” os abusos.

Vítimas de abuso também apresentam problemas relacionados à sexualidade, descontrole emocional, inibição afetiva, fobia social, introversão exagerada, isolamento, agressividade confrontativa, ausência de limites, comportamento violento e suicídio tentado ou consumado. As vítimas ostentam ainda sentimentos equivocados de serem más, sujas e de pouco ou nenhum valor, possuindo baixa auto-estima e perda de confiança em outras pessoas, além do medo constante desofrer novos abusos.

2.5 PERFIL DO ABUSADOR

Ao mencionarmos o termo abusador sexual, geralmente nos vem à mente a imagem de uma pessoa “diferente”, com hábitos “estranhos”, um “monstro”, um “tarado” de fácil identificação. Contudo, tal estereótipo ou imagem preconcebida pelos membros da sociedade não condiz com a realidade fática, já que o abusador sexual é uma pessoa de aparência comum, exatamente como qualquer outra e geralmente é muito querido pela vítima, o que facilita seu acesso a ela e a prática delituosa. Quase sempre o abusador é um parente ou um amigo da vítima e de sua família, o que torna mais difícil e complexa a descoberta do crime, pois ele exige que a criança ou o adolescente guarde segredo quanto aos seus atos, sob ameaça ou permuta (quando, por exemplo, dá presentes, dinheiro ou doces para as vítimas). Na maioria dos casos o abusador é do sexo masculino (98,8%) e possui vínculos afetivos, familiares ou de confiança com a vítima. Os principais motivos alegados pelos abusadores para a efetivação dos crimes são: a percepção das vítimas como pessoas adultas e capazes de terem relações sexuais (31,3%); questões religiosas (25%) e o desejo de serem responsáveis pela iniciação sexual das filhas (25%). Portanto, o abusador na maioria das vezes é socialmente adequado, às vezes até mesmo um “perfeito cavalheiro” e alguém acima de qualquer suspeita (amigo, padrinho, pai, padrasto e outros). Muitas vezes as vítimas, por serem indevida e precocemente estimuladas em suas zonas erógenas, acabam tendo sensações de prazer próprias, o que as deixam confusas e pode fazer com que se sintam “culpadas” de alguma forma, como se estivessem contribuindo com o abuso de que são vítimas. Violadas e feridas na maioria

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