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Uma Análise Sobre a Ditadura Civil-Militar 1964 e o Golpe de 2016

Por:   •  15/4/2018  •  3.292 Palavras (14 Páginas)  •  366 Visualizações

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Esses eram alguns dos motivos pelo qual a burguesia era contra esse governo, e auxiliou durante o pré-golpe para a sua retirada. Algo semelhante ocorreu recentemente no governo da presidente Dilma, onde uma disseminação de informações destorcidas e muitas vezes aumentadas sobre a forma de governo da presidenta.

Durante o segundo mandato do governo da presidente, em 2016, os meios de comunicação em massa criaram um ódio, devido pedalas fiscais realizadas em seu primeiro mandato, argumentando que este é um crime de responsabilidade fiscal e o suficiente para um impeachment. É importante ressaltar que outros governos também realizaram essas pedaladas, como o do governo Fernando Henrique Cardoso.

A burguesia aliada a mídia disseminou um pensamento que estas pedaladas eram a causa da crise no Brasil, isto não fez com que o país entrasse em crise como muitos acreditam, por causa de informações equivocadas, pois essa é uma crise mundial. Outro discurso foi utilizado por esses, o de que o governo Dilma era corrupto, assim como o todo o PT, que eles roubaram o país e além disso investiram em programas que beneficiávamos pessoas a serem carregadas por esses benéficos e por isso não precisariam trabalhar, ao invés de investir na economia para depois pensar em classes mais abastadas.

Através de constantes ataques ao governo a mídia conseguiu manipular parcela da população, essa fez com que a sociedade pensasse que por isso não havia dinheiro e que o país estaria em crise e para sair dessa crise será necessário fazer cortes nos orçamentos destinados aos direitos sociais. A presidenta então contrariou os grandes burgueses, ao prioritariamente definir os recursos para programas sociais e não para o setor financeiro.

Essa classe atuou de forma ativa nos dois processos de Golpe de Estado anteriormente citados, atuando por meio da mídia. No período do João Goulart o mundo estava na Guerra Fria, os meios de comunicação se apropriaram da ampliação de direitos sociais para falar que o país sofria uma ameaça comunista, devido sua inclinação para a esquerda.

Percebe-se então como a burguesia controla as informações por meio da mídia e que essa possui capacidade de influenciar a forma como a população olha para o seu governo e delimita muitas vezes se ele será aceito ou não. Nos dois governos supracitados essa entidade aliada a classe governante fez com que governos constitucionalmente aceitos fossem depostos por outros, ou seja, que através dessa junção ocorreram Golpes de Estados, em 1964 e 2016.

Movimento Popular

Na época da Ditadura Militar, desde o começo o governo já havia utilizado várias estratégias para limitar e controlar a opinião pública, como Atos institucionais, censura prévia à imprensa, foram uns dos mecanismos usados nesse período ditatorial.

Essa repressão não impediu, pelo contrário, fez-se uma vontade para a população se movimentar, então os grupos de movimentos populares se mobilizaram contra o governo militar. Quanto mais a censura se aprofundava, mais as mobilizações ganhavam força e resistência, como se pode notar no crescimento dos grupos armados e na Passeata dos Cem Mil, que foi uma manifestação popular contra a Ditadura organizada pelo Movimento Estudantil, mas que entre os manifestantes, além de estudantes tiveram intelectuais, artistas, políticos e outros membros da sociedade civil brasileira. Essa mobilização se tornou uma das maiores e mais expressivas da história brasileira. As mobilizações populares não se limitavam apenas em passeatas, os jornais, mais precisamente “O Pasquim”, foram um veículo importante de denúncia dos autoritarismos governamentais, a maioria das publicações sempre usando metáforas para atacar e se esquivar da censura.

No teatro também houver muitas apresentações com temática revolucionária, represália ao conservadorismo social e aos limites políticos da época. Havia o Centro Popular de Cultura, junto com a UNE, que mobilizava debates. Depois do AI-5 muitas companhias de teatro deixaram de existir, mas isso não os fez perder a força nas encenações.

Fotografias e músicas também faziam parte dessa mobilização, apesar da opressora censura, os artistas faziam letras mascaradas sobre o real sentido, artistas nomeados como Gilberto Gil, Paulo Coelho, Caetano Veloso. Geraldo Vandré, estão entre os autores.

Hoje, em 2016, lidamos com um denominado golpe, onde foi aberto o processo de Impeachment contra a Presidente Dilma.

As mobilizações vieram dos dois lados, fez com que a polícia em meio de uma não ditadura, passasse a agir com tamanha repressão nas ruas. O modelo da polícia não é compatível com a nossa democracia. A mídia é bastante presente nesse momento, escolhe a que lado favorecer, criminaliza essas mobilizações de direita e faz com que as pessoas acreditem e olhem com terror. Temos como exemplo o movimento MST, tristemente mostrado como algo violento e terrorista, porque eles pedem as reformas de base e isso ofende a propriedade privada, o que atinge a elite.

Esse ano tivemos ao nosso favor as redes sociais, que facilitaram a expansão das notícias de passeatas a favor do nosso governo, assim como ajudaram a oposição. Atos contra o impeachment reuniram nas ruas mais de 140 mil pessoas em 25 estados brasileiros, a favor da democracia. Apesar do golpe ter se concretizado e a muitas pessoas satisfeitas com o processo, os movimentos sociais temem um longo processo de retrocesso para suas conquistas e lutas.

Legitimação Legal

Nos dois golpes um precedente crucial foi a participação da sociedade civi, formados por alguns grupos da população em geral como a classe média e religiosos, culminando na Marcha da Família em 1963 e as diversas manifestações que ocorrem no ano 2015 e início de 2016 ambos fomentando e acirrando os iminentes golpes. Contudo, o interesse empresarial brasileiro, que tem o foco no mercado externa, fez com ocorresse uma massiva desestabilização dos governos, que tinham políticas voltados para mudanças internas, com viés sociais e no caso de João Goulart, Jango, reformistas.

Essa perspectiva de barrar tais propostas cada vez mais voltadas para o campo social, teve também um grande apoio da mídia que estava atrelada aos empresários, que cumpriu sua função de derrubada muito, propagando e distorcendo as ações tomadas pelos governos que eram estereotipados pelo temido socialismo que estavam sendo acusados tentar implantar no país.

Manobras foram feitas para instalar o golpe, o de 1964, com a renúncia do

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