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PROJETO DE ENSINO DITADURA MILITAR

Por:   •  19/4/2018  •  5.146 Palavras (21 Páginas)  •  362 Visualizações

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A escolha das músicas como fonte de ensino se dá para que haja uma valorização dos artistas e também da criatividade dos alunos, além de abrir caminho para um trabalho interdisciplinar em conjunto com outras disciplinas, o que facilita o ensino e o torna mais dinâmico e interessante aos alunos.

- JUSTIFICATIVA

Vivemos atualmente um momento de grande agitação e caos na situação econômica e política do país. Grandes problemas se desenvolvem com nossos governantes, mas problemas ainda maiores se desenvolvem no meio civil. Ao acessarmos as redes sociais, é grande o protesto e indignação com tudo que acontece a nossa volta e, infelizmente, podemos ver um sem números de pessoas que pedem a volta da Ditadura Militar. Isso é um problema extremamente grave e preocupante: as pessoas protestam “pelo direito de não terem direitos”, para que voltemos a viver o que já vivemos e sabemos o quão ruim foi.

Usar as redes sociais como indicador para deficiências no ensino se mostra muito eficiente: se as pessoas pedem pela volta da Ditadura Militar, elas não entendem o que de fato foi a ditadura, talvez não tenham sido bem ensinadas sobre suas consequências e seus horrores. É aqui que fica claro a importância desse projeto, pois se ensinarmos nossos alunos sobre os horrores e repressões desse período tão caótico da nossa história, eles passarão a ter mais vontade de ensinar os que pedem a volta desse governo autoritarista. Ensinando as pessoas a história nua e crua, elas verão o quanto é importante que valorizemos nossa liberdade de expressão, mesmo através das redes sociais, da imprensa e da arte.

A escolha do tema do projeto também contempla nossos limites em relação a educação e ao material disponível nas redes públicas, pois é muito fácil encontrar materiais de apoio sobre a Ditadura nas escolas. O meio de ensino escolhido são as músicas para facilitar ainda mais a aplicação do projeto, pois se a escola não tiver aparelhos de áudio e vídeo disponíveis, ainda assim o projeto pode ser aplicado, já que tais músicas podem ser reproduzidas mesmo por telefones celulares, sejam dos alunos ou do professor, com a devida autorização da equipe pedagógica do colégio. Além disso, ainda é importante destacar que a Ditadura Militar faz parte dos conteúdos obrigatórios no ensino da história, então podemos aplicar uma forma de ensino diferenciada aos nossos alunos sem fugir dos conteúdos que devem ser trabalhados em sala de aula.

- REFERENCIAL TEÓRICO

A Ditadura Militar Brasileira foi, provavelmente, o período mais obscuro da história do nosso país. Instaurada no Golpe de 1964, com a queda do presidente João Goulart, ela perdurou até o ano de 1985.

Os anos que anos que antecederam o Golpe de 1964 foram de grande agitação política. Eleitos democraticamente, Jânio Quadros e João Goulart eram opostos políticos, uma vez que a legislação da época permitia que houvesse a votação do presidente de uma chapa e do vice de outra, sendo Jânio Quadros eleito pela União Democrática Nacional e João Goulart pelo Partido Trabalhista Brasileiro. Porém essa união improvável acabou por não durar muito tempo. Jânio assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1961 e renunciou em agosto de 1961, pelo rádio. Seu objetivo com essa renúncia era que ela não fosse aceita pelo povo e ele acabasse sendo chamado para reassumir, com condições de ter plenos poderes na presidência. Seu plano acabou sendo frustrado, e nem o povo nem o Congresso se agitaram por conta disso e acabaram aceitando a renúncia tranquilamente.

Pela legislação, quem deveria assumir ao cargo seria o vice, João Goulart, mas isso não foi nada fácil. Jango, que então estava em missão diplomática na China, teve grandes dificuldades para tomar o poder, por ter grandes influencias esquerdistas e propor uma série de reformas governamentais, que não foram aceitas pelos ministros militares, que tentaram vetar a posse de Jango. Em reação a tentativa de veto militar a posse de Jango, a população se agitou e Leonel Brizola, cunhado dele e então governador do Rio Grande do Sul deu suporte para que ele assumisse ao voltar ao Brasil, organizando a Campanha da Legalidade, que foi divulgada em uma rede de rádios, chamada Rede da Legalidade. Para resolver o impasse criado entre o movimento de Leonel Brizola e o veto militar, o houve a mudança do regime presidencialista para o regime presidencialista. Essa mudança foi arquitetada por alguns ministros do Congresso e pelo próprio João Goulart, uma vez que poderia assumir, mas com menos poder. Em 7 de setembro de 1961, Jango assume o poder no regime parlamentarista, que é derrubado em plebiscito popular em janeiro de 1963, dando a ele totais poderes presidenciais.

O plano de governo de Jango era pouco apoiado pelos políticos conservadores brasileiros, por incluir uma série de reformas de bases, nas quais as principais eram a reforma fiscal, administrativa, universitária e a principal e polemica reforma agrária, muito apoiada principalmente pelas Ligas Camponesas lideradas por Francisco Julião, que levantava a bandeira “Reforma agrária já! Reforma agrária na lei ou na marra! ”. Grupos políticos de esquerda e nacionalistas se mobilizavam para apoiar as reformas de bases, enquanto grupos civis e políticos de direita alertavam sobre um possível golpe comunista que estaria sendo arquitetado pelo presidente.

Nesse cenário político caótico começa o ano de 1964. O governo de Jango via-se então acuado: de um lado, os grupos de direita conservadora de civis e no Congresso alertavam sobre a tentativa de golpe comunista e tentavam impedir a reforma agrária, apoiados pelos grandes latifundiários. Por outro lado, os grupos civis e políticos, de esquerda tentavam garantir a reforma e a sua posse. Nesse cenário, acontece o Comício de 13 de março de 1964, realizado pelo Comando Geral dos Trabalhadores e apoiado por Goulart, onde foi defendida a ideia de mudanças estruturais no governo para o desenvolvimento e a diminuição da desigualdade social e também a reforma agrária. Depois desse comício, a direita conservadora se revolta e pede a saída de Jango do poder, organizando as “Marchas da Família com Deus pela Liberdade”, que aconteceram em vários estados do país e em alguns sendo apoiados por seus governantes. Logo após, aconteceria algo que daria ainda mais pretexto para as direitas civis, políticas e militares: a Revolta dos Marinheiros. Eles pediam a reformulação do regulamento disciplinar da Marinha e apoiavam as reformas de bases e foram apoiados por João Goulart. Esse acontecimento foi a gota d’agua que faltava para uma intervenção

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