Tcc sobre bolsa familia
Por: Carolina234 • 12/10/2018 • 4.429 Palavras (18 Páginas) • 432 Visualizações
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Com o surgimento dos Programas de Transferência de Renda, em especial o Programa Renda Cidadã, que foi criado com propósito de implementar políticas publicas de apoio as famílias e enfrentar o processo de empobrecimento de uma parcela significativa da população, que tem alterado profundamente a estrutura da família, seu sistema de relações e os papeis desempenhados.
Um grande número de famílias vivencia processo de vulnerabilidade em decorrência do desemprego ou subemprego, falta de qualificação profissional, analfabetismo, situação precária de saúde, falta de moradia ou moradias precárias, falta de saneamento básico, violência, dependência química, separações e perdas na família, migração, assentamentos e reassentamentos.
Passaram pelo programa Renda Cidadã, de 2001 a janeiro de 2013, um total de 695.341 famílias paulistas. Em 2013, a meta é beneficiar 190 mil famílias.
Grande parte das famílias atendidas no CRAS SUL são monoparentais femininas, ou seja, famílias chefiadas por mulheres que tem como característica principal à ausência de um parceiro, sendo elas as principais responsáveis por esta família, inseridas no mercado informal do trabalho, ligado à prestação de serviços domésticos e com baixa escolaridade.
A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) enuncia que as famílias vulneráveis à pobreza e exclusão estão no foco da Política de Assistência Social, realizada através de um conjunto integrado de ações que venham suprir as necessidades básicas de seus indivíduos.
Segundo ainda a Política Nacional de Assistência Social (1999), seus destinatários pertencem aos segmentos excluídos de oportunidades de acesso a bens e serviços, produzidos pela sociedade bem como isentos, involuntariamente das políticas sociais básicas.
O crescimento das famílias com chefia feminina deve-se a uma série de fatores, tais como a crescente participação da mulher no mercado de trabalho, o próprio aprofundamento da pobreza e o aumento das taxas de separação e divórcio. Este fenômeno sócio- demográfico coloca novas exigências a serem enfrentadas pelos programas de proteção social (Política Nacional de Assistência Social. – 1999 p.17).
No entanto, aprofundar a discussão sobre família em situação de vulnerabilidade social nos permite refletir e fazer um retrato vivo dos reflexos que a má distribuição de renda e crise econômica no país gera como desigualdades sociais, exclusão e fragilização e possibilidades de rompimentos de vínculos familiares, a grande massa empobrecida de nossa sociedade.
Espera-se, portanto, que a família seja enfocada de forma concreta na agenda política dos governos para que ela possa prover sua autonomia e para que seus direitos sejam respeitados. É necessário que as políticas públicas venham em apoio à família pobre não apenas em relação à renda, mas também em relação ao acesso a bens e serviços sociais, levando em consideração a atual conjuntura por ela inserida, portanto:
’O empobrecimento da família impõe mudanças significativas na organização familiar, criando novos desafios e dificuldades para o exercício de suas funções primordiais de proteção, de pertencimento, de construção de afetos, de educação, de socialização. Freqüentemente, estas funções estão enraizadas em sua cultura, principalmente em suas mães de família, que as recebem de um processo de qualificação informal e contínuo, no qual as representações e as práticas vão se construindo naturalmente. (BAPTISTA, 001)
Por fim, este estudo busca aprofundar e compreender os inúmeros desafios, encontrados por estas famílias estigmatizadas pela violência da pobreza e que diante das condicionalidades impostas pelo Programa renda Cidadã, em meio aos vários motivos do qual pretendemos desvelar, não conseguem autonomia social e financeira, embora sejam acompanhadas pelo CRAS e participem de cursos de geração de renda.
3.0 METODOLOGIA
Nossa opção metodológica foi por uma abordagem qualitativa, cujos instrumentos possibilitam um olhar mais respeitoso com a voz do sujeito pesquisado, no decorrer do próprio processo da pesquisa.
Diante da relevância que a pesquisa qualitativa possui Almeida lembra que a análise qualitativa se constitui num grande desafio, pois o “objeto de análise é, antes de tudo, um sujeito – atores, cenários, acontecimentos, período histórico- conjuntural e numa relação político- econômica”. (ALMEIDA, 1990, P.135)
Consideramos que a metodologia da pesquisa qualitativa busca revelar e valorizar a “fala” de todos os sujeitos envolvidos nessa problemática, expondo suas formas de pensar e avaliar essa problemática, onde todos são importantes no processo de conhecimento crítico da realidade.
Realizamos pesquisa qualitativa por possibilitar aprofundar nosso estudo, que busca compreender as dificuldades das famílias inseridas no Renda Cidadã conseguirem sua autonomia.
A pesquisa de campo foi realizada no município de Caraguatatuba, Bairro Porto Novo, no CRAS SUL, por ser o local de trabalho de uma das integrantes do grupo de pesquisa, o que nos possibilitou o acesso a coordenação, equipe técnica e as famílias atendidas pelo RC.
- Análise de documentos: utilizada através do estudo dos prontuários das famílias;
- Entrevista semi-estruturada: com o responsável legal pela família e pelo benefício do PBF – mãe-pai- avó, e ou/outros. (Anexo A)
- Entrevista semi estruturada: com os profissionais e coordenação do CRAS. (Anexo B)
As famílias foram identificadas pelo cadastro do RC na rotina de atendimento.
Selecionadas aquelas com presença de crianças ou adolescentes no grupo familiar, as a famílias identificadas foram convidadas a participarem do estudo. Todas aceitaram após esclarecimento das propostas e seus objetivos.
Como procedimento metodológico, foi escolhida uma amostragem intencional, utilizou-se entrevistas semi-estruturadas ou semi-abertas, e observação assistemática.
Os profissionais do CRAS e a coordenação do serviço foram convidados a participar da pesquisa, sendo orientados sobre o objetivo do estudo e a garantia do sigilo da identificação profissional através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo D) e no processo de análise dos resultados.
As famílias também aceitaram participar da pesquisa e foram orientados através Termo
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