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TRANSFORMAÇÕES SOCIETÁRIAS E O SERVIÇO SOCIAL

Por:   •  31/1/2018  •  1.454 Palavras (6 Páginas)  •  331 Visualizações

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Sendo assim os inauditos impactos puderam ser sentidos em todos os setores da sociedade.

O nível social fora demarcado pela alteração profunda na estrutura e configuração da classe trabalhadora (construção de novas formas de sociabilidade, afastando-os de suas formas históricas de organização), a emersão de novos protagonistas – mulheres e jovens, aumento demográfico e expansão urbana eliminando postos de trabalho, causando desemprego, precarização do trabalho e exclusão de milhões de trabalhadores do mercado de trabalho.

Observa-se no universo do mundo do trabalho no capitalismo contemporâneo, uma múltipla processualidade [...] houve uma diminuição da classe operária industrial tradicional. Mas, paralelamente, efetivou-se uma expressiva expansão do trabalho assalariado, a partir da enorme ampliação do assalariamento no setor de serviços; verificou-se uma significativa heterogeneização do trabalho, expressa também através da crescente incorporação do contingente feminino no mundo operário [...] (ANTUNES, 2000, p. 41).

A mutação advinda destas transformações societárias do capitalismo tardio constatou-se também na reformulação do pensamento cultural como fora enfatizado há muito por Marx:

Encobrir as características sociais do próprio trabalho dos homens, apresentando-as como características materiais e propriedades sociais inerentes aos produtos do trabalho; por ocultar, portanto a relação social entre os trabalhos individuais dos produtores e o trabalho total; ao refleti-la como relação social existente, à margem deles, entre os produtos do seu próprio trabalho. (MARX, 1988, p. 81)

Desta forma a cultura do consumo converteu o produto de trabalho do operário em bens de consumo, configurando-se na imediaticidade da vida social, da pós-modernidade (mundo globalizado), ansioso em privilegiar o individualismo, o direito à diferença, relação que pode ser assimilada a relação homem coisa ou no caso pós moderno o homem e os artefatos globais, podendo ser compreendido como o triunfo do indivíduo sobre a sociedade.

As transformações que transpassaram o plano político são igualmente evidentes. Enternecido pela nova dinâmica, Estado e sociedade civil neste momento, vislumbram a crise das representações tradicionais da classe trabalhadora, e o encolhimento de suas ‘‘funções legitimadoras. ’’ Grande parte, das responsabilidades antes delegadas ao Estado, encontram-se nas mãos da sociedade civil, mantedora dos interesses das grandes corporações, ocasionando na minimização das lutas democráticas e na politização de novos espaços sociais. Estas transformações auxiliaram na recuperação do capitalismo como Netto afirma:

Em pinceladas largas, esse é o perfil com que a sociedade tardo-burguesa se apresenta na ultima década do século XX. E na, entrada desta década, esse conjunto de transformações societárias configurava uma série inequívoca de vitorias de grande capital (NETTO, 1996, p.101).

Ainda assim se faz necessário analisarmos este evento e sua inferência real sobre a sociedade, uma vez que este demonstrou-se ineficaz, não resolvendo nenhum problema fundamental imposto pela ordem capital penalizando duramente a esmagadora maioria da sociedade.

PERSPECTIVAS DO CAPITALISMO TARDIO NO PANORAMA BRASILEIRO

O debate apresentado sobre a crise do capitalismo e a variação para o regime de acumulação flexível também impactará a sociedade brasileira. Impactada pela dissolução da ditadura militar o regime capitalista demonstrara no âmbito nacional sua capacidade adaptativa tão peculiar ao cenário brasileiro, sobre o tema Netto discorre:

A particularidade brasileira, contudo, impõe à face desse projeto feições singulares. Não há, aqui, um Welfare State a destruir; a afetividade dos direitos sociais é residual: não há ‘‘gorduras’’ nos gastos sociais de um país com os indicadores sociais que temos – indicadores absurdamente assimétricos à capacidade industrial instalada, à produtividade do trabalho, aos níveis de desenvolvimento dos sistemas de comunicação e às efetivas demandas e possibilidades (naturais e humanas) do Brasil. Aqui um projeto burguês [...] deve travestir-se, mascarar-se com a retórica não de individualismo, mas de ‘‘solidariedade’’, não de rentabilidade, mas de ‘‘competências’’, não de redução de coberturas, mas de ‘‘justiça’’ (NETTO, 1996, P.105)

Percebe-se, por conseguinte que a sociedade brasileira esta sintonizada com as refrações do capitalismo tardio. Todavia estas percepções vêm se tornado parte intrínseca da sociedade atual, um processo simbiótico consolidado pela indústria cultural Muito bem estruturada detentora do monopólio da mídia eletrônica responsável pela produção do ideal-político que assenta a sociedade brasileira no patamar tardo-burgues. As mutações decorridas na sociedade após a crise e reformulação do capitalismo (regime de acumulação flexível) propiciaram e continuarão a propiciar as transformações societárias e consequentemente uma ‘‘divida social’’ perante os amplos contingentes populacionais da sociedade tardo-burguesa sob a hegemonia do mundo globalizado pelo capital.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A compreensão das mutações envoltas nas transformações societárias pressupõe antes de tudo reconhecer, como estas abalizaram todo o sistema social contemporâneo analisando todas as esferas e extratos sociais.

A sociedade atual fora circunscrita por sua inserção em um período de constantes e contrastantes transformações culturais, políticas e econômicas, as quais, ambientadas em um cenário já de muitas evoluções, têm seu arcabouço na crise

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