Resenha do Documentário Tempo de Resistência

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Enquanto os movimentos revolucionários eram pacifistas, o regime autoritário os reprimia duramente e parecia não os ver como uma ameaça ou um movimento que não pudesse ser contido. Contudo, quando as articulações começaram a se armar e promover respostas contra as prisões que eram realizadas, como o sequestro do embaixador norte-americano, Charles Burke Elbrick. Então, conseguiram fragilizar o governo ao obrigarem a liberação de quinze presos.

Os militares ofereceram como resposta a nova lei de segurança nacional, que decretava pena de morte, prisão perpétua, banimento, afetando diretamente os revolucionários. É importante observar que quanto mais o movimento da oposição avançava, maior a repressão exercida sobre eles pelo governo ditatorial, como uma relação diretamente proporcional.

Médici (1969-1974), assumiu o poder e seu governo foi muito repressivo. A tortura tornou-se a maior arma de repressão, alcançando níveis extremos de brutalidade. Os relatos durante o documentário são chocantes, tanto de torturar físicas quanto psicológicas, é possível notar a expressão no rosto dos indivíduos ao recordarem de momentos e marcas que jamais serão apagados de suas memórias.

Lutar contra os ditadores acarretou em várias mortes de líderes importantes para o movimento, como a morte de José Guimarães, Virgílio Gomes da Silva (Jonas), Toledo, Lamarca, entre outros. Todos lutavam pelo mesmo ideal: um Brasil livre e democrático. O assassinato de Toledo e Lamarca desestruturaram a ALN e em 1972 os principais movimentos armados de oposição estavam desarticulados.

No período ditatorial, até mesmo os jornais, propagandas, músicas, foram controladas pelo governo. Tudo que fosse publicado antes precisava passar por eles, afinal, eles lançavam uma imagem de uma nação em pleno desenvolvimento, como fizeram quando a seleção brasileira ganhou a Copa do Mundo no México.

Somente após quinze anos de ditadura o governo militar é compelido a recuar e inicia-se no país o longo processo de volta à democracia, que teve seu campo invadido por um golpe que a autocracia desferiu sobre, como José Paulo Netto diz, a cultura de esquerda. O regime ditatorial marcou um período de muitas lutas e não de aplausos, onde pessoas lutaram arduamente para resgatar a democracia que havia sido capturada, a fim de manter um poder hegemônico das classes dominantes e seguir o padrão imperialista da época.

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