RESENHA - Clifford Geertz, Pessoa, Tempo e Conduta em Bali (A Interpretação das Culturas)
Por: Lidieisa • 14/4/2018 • 1.023 Palavras (5 Páginas) • 799 Visualizações
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Títulos de status – são títulos de casta, com determinado grau de superioridade. Estes títulos fogem da estrutura social, sendo uma característica puramente pessoal. Tais títulos não geram privilégios de papel, pertencimento a grupo ou posição econômica ou política. Eles significam apenas ter o direito de herdar os atributos públicos de referência a ser um Dewa, Pulosari etc e são essencialmente religiosos, portanto, indicam a “composição espiritual’ do indivíduo. Estes titulos podem contrastar grandemente com os titulos sociais.
Títulos públicos – são terminologias usadas para indivíduos específicos. Chefes de aldeia, sacerdotes, príncipes etc são chamados pelos seus títulos públicos, às vezes sendo combinados com os tecnônimos, ordem de nascimento etc secundariamente. Estes indivíduos encarnam completamente a identidade de seus títulos, sendo confundida, pelo público, com suas próprias personalidades individuais. Estes títulos, bem como os de status, fazem alusão à ordem metafísica ou espiritual, da qual a ordem material/humana é uma mera cópia imperfeita.
Um Triângulo Cultural de Forças
A característica mais marcante nos padrões culturais balineses é o modo com o qual se enxerga o indivíduo. Cada definição simbólica, seja o nome oculto ou o título ostentado, age de forma a fortalecer uma padronização-idealização do indivíduo e uma generalização das características sociais. A posição em que se encontra numa ordem espiritual eterna é o que conta – assim, pode-se dizer que a cultura de Bali é despersonalizante.
Os Calendários Taxonômicos e a Precisão do Tempo
O calendário balines não tem por finalidade a contagem e identificação da passagem de tempo, mas, sim, identificar partículas de tempo discretas, no caso, os “dias”, não dizendo qual tempo é agora, mas que espécie de tempo é. O calendário lunar-solar consiste em doze meses que duram de uma lua nova à outra, tendo os meses dias solares e lunares, com diversos feriados que trazem festividades cerimoniais religiosas.
Cerimônia, Terror do Palco e Ausência de Clímax
Pode-se dizer que a presença de toda uma estrutura social-metafísica, repleta de formalidades e convenções, serve de artifício para provocar uma distância entre indivíduos e uma consequente negação do humano em sua dimensão criacional. Além disso, todos os rituais e costumes visam o objetivo de agradar (independentemente do objeto), num sentido mais estético-plástico que como virtude. Em decorrência disto, torna-se presente o chamado “terror do palco”, no qual se dá o medo de não se desempenhar bem seu papel atual, sob a pena de ser julgado e ridicularizado.
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