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REINTEGRAÇÃO FAMILIAR E SOCIAL DE MULHERES ADICTAS

Por:   •  21/3/2018  •  1.717 Palavras (7 Páginas)  •  277 Visualizações

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Orientadora: Profa. Fernanda Scalzavara.

Brasília, DF

2016[pic 4]

- INTRODUÇÃO

Esse presente projeto será realizado na instituição de recuperação terapêutica, fazenda Esperança de Brazlândia, analisando os desafios e possibilidades de recuperar essas mulheres adictas, percebe-se também que o uso nocivo do álcool e das drogas é uma doença que afeta não somente a usuário, mas também a família.

Dependência, em latim “adctere” significa estar preso ou escravizado. A dependência química é uma doença não contagiosa, mas é contagiante, pois altera toda a estrutura familiar, traz inúmeras consequências: doenças, destruição de pessoas e familiares.

Registros históricos relatam que o uso de álcool e drogas é um fenômeno universal e antigo quanto à humanidade e estão associados a vida dos povos em todos os países e em todos os tempos. Em tempos primitivos o uso das drogas e medicamentos era para aliviar e tratar dos enfermos.

Segundo Gonçalves (2010) aspectos históricos sobre o uso de álcool e drogas encontram-se diferentes finalidades e diferentes funções sociais e culturais. Nos anos 60, o consumo de drogas passa a representar uma via de acesso a um mundo novo, com caráter revolucionário. Nos anos 70, o uso de drogas é atribuído ao crime com significativo aumento de consumo. Na atualidade, com a transformação da sociedade, a utilização das drogas acompanha características da modernidade, priorizando os valores individuais e o hedonismo. “A ordem que o consumo ditar é a de que para ser feliz é necessário ter.” Assim o consumidor procura obter o produto (ofertado insistentemente pela sociedade de consumo) para alcançar um prazer pleno e absoluto, reduzindo evitando as tensões inerentes ao campo intersubjetivo e intrapsíquico.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) através da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) preconiza que a dependência química é uma enfermidade incurável e progressiva, é uma doença que atinge 10% da população mundial. Para Gonçalves (2010) “é uma doença democrática que não escolhe raça, religião, classe social, ocorre nos palácios e nas favelas”.

A política de saúde brasileira foi formulada a fim de viabilizar a garantia normativa máxima do direito à saúde, teve como ponto culminante a elaboração da constituição de 1988, na qual se destaca a saúde sendo uma das condições essenciais a vida digna, sendo um direito humano fundamental. Organizado pelas leis 8080/1990 e 8.142/1990 e com princípio constitucional ocorreu a implantação do SUS, pelo qual a saúde passou a ser pensada como obrigatoriedade do Estado. Quanto ao uso de drogas, em 2003, foi publicado no Brasil a política do Ministério de Saúde (MS) para atenção integral a Usuários de Álcool e Drogas. Ancorado pela lei Federal 10.216/2001 e por meio de portarias internas, o MS vem estruturando os serviços de atenção a usuários de álcool e drogas nos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS-AD).

Essa política é intersetorial e visa ser inclusiva, com ações em diversas áreas: saúde justiça, educação e social. Os CAPS- AD oferecem atendimento diário nas modalidades semi-intensiva e não intensiva, possibilitando o planejamento terapêutico dentro de uma perspectiva individualizada de evolução continua, a rede expressa o resgate por meio de profissionais, familiares, organizações governamentais e não governamentais, cada um com seu núcleo específico de ação, criando alternativas para lidar com o problema. Além dos serviços que compõem a rede do SUS, as comunidades terapêuticas (CT), se configuram como importantes dispositivos para os tratamentos, são acessos variados, acolhe, trata, reconstrói existências de sujeitos.

A fazenda Esperança é uma comunidade terapêutica que realiza o acolhimento de mulheres que trazem no seu, histórico a marca da exclusão social, a dificuldade de reintegração na sociedade por serem sujeitas estigmatizadas e fragilizadas. A instituição trabalha com mulheres com faixa etária de 18 a 60 anos, de diversas classes sociais, usuárias de álcool e drogas, objetivando a recuperação física, moral e espiritual, assim como a reinclusão social. Essas mulheres recebem tratamento médico e psicológico, compartilham atividades e sentimentos. O tratamento é baseado num tripé: trabalho, convivência e espiritualidade esse tratamento é um processo sem uso de medicamentos e tem durabilidade de 12 meses, a dependente tem que aceitar o tratamento (internação voluntária).

A Fazenda se trata de uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, constituída em 5 de março de 1970, hoje está presente em quase todos os Estados do Brasil, tem mais de 50 unidades em mais de 10 países. E está funcionando no Distrito Federal há 5 anos, a sede masculina localiza se na Cidade Satélite Recanto das Emas, e a feminina na cidade de Brazlândia na Rodovia DF 101, SLN Setor INCRA 07, CHÁCARA 3/336E.

Atualmente a fazenda contém 30 internas, tem uma frente de produção que mantém o próprio sustento com a fabricação de biscoitos produzidos pelas internas. A participação da família no tratamento da dependente é fundamental importância, aliado na recuperação, não só no início do tratamento, mas para a manutenção da dependente.

A família não é a única, mas é a principal referência do ser humano, ela faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade, é onde aprendemos a ver o mundo, viver e nos posicionarmos nele. Ela se responsabiliza pela formação pessoal de cada membro o bom exemplo é a melhor defensiva e o dialogo o melhor ataque.

- JUSTIFICATIVA

Esse projeto é de suma importância porque trata da questão existente no crescimento de mulheres dependentes químicas, e dos diversos problemas decorrentes do uso e abuso de álcool e drogas, que se tornaram uma preocupação mundial, fazendo-se necessárias ações de intervenção na atenção das usuárias femininas para que se recuperem e haja uma integração social dessas mulheres.

O uso abusivo de álcool e drogas levou a estudos epidemiológicos que indicam que o aumento de mulheres dependentes é cada vez mais crescente. O uso de álcool e drogas, está cada vez mais inserido na população, está sendo enfatizado pela mídia, em campanhas e em planos orçamentários governamentais internacionais.

A dependência química é um problema de saúde pública com graves consequências social,

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