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Praticas de Comunicação Popula e Comunitaria

Por:   •  15/4/2018  •  3.472 Palavras (14 Páginas)  •  371 Visualizações

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Sendo assim, não foge muito do conceito da organização em torno de um interesse comum. Que vise contemplar a todos.

Agora vamos fazer um paralelo entre comunidade e comunicação, levando em conta este conceito:

“Diz-se comunicação quando se quer fazer referência à ação de pôr em comum tudo aquilo que, social, política ou existencialmente, não deve permanecer isolado. Isso significa que o afastamento originário criado pela diferença entre os indivíduos, pela alteridade, alterneia-se graças um laço formado por recursos simbólicos de atração, mediação ou veiculação”.(Sodré, 1996, P.11)

Ambas parecem apontar para o mesmo sentido: O sentido comum, que busca a forma conjunta de deliberar em prol de todos, de voltar-se para o todo.

Então nada mais justo do que analisar comunicação e comunidade como tendo aspectos que norteiam as mesmas funções de comum e, portanto em sua maioria benéfica para a sociedade

A comunicação deve ser entendida, assim, como uma ponte das relações éticas e cosmológicas. É um processo multiforme, que não poderá se resumir às famosas ‘novas tecnologias da informação’ e que engloba igualmente uma grande gama de práticas populares, simbólicas, tanto as tradicionais quanto as emergentes, nas quais os grupos sociais, marginalizados ou não, se esforçam para se fazerem ouvir, serem reconhecidos como interlocutores e fazer avançar a democracia tanto a nível local como nacional. Sendo assim, a dimensão comunicativa e a dimensão informativa se entrelaçam e uma complementa a outra.

2,1 PARTICIPAÇÃO POPULAR FRENTE AOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.

Para se tecer qualquer pensamento crítico em relação ao estágio da comunicação atual se faz necessário expor e compreender os processos que caracterizam e definem a comunicação na sociedade contemporânea.

Na atual conjuntura, no que toca ao rádio e a televisão não há participação popular significativa, o que há são meros trabalhadores da área, profissionais subjugados as ordens hegemônicas de seus patrões e que se não rezam em suas cartilhas estão fora de seus quadros de trabalho.

Vimos recentemente na mídia uma verdadeira enxurrada de demissões ou mesmo troca de comandos em jornais impressos, causando uma sensação de instabilidade nos demais profissionais, porque não dizer ”ameaça velada”, visto que muitos desses profissionais migraram para blogs ou sites na internet por que não encontraram em suas áreas uma oportunidade.

Daí, vemos a fragilidade da sociedade em relação a esse sistema hegemônico que é a comunicação em nosso país. O que não se adéqua se descarta.

Em síntese, a comunicação traz consigo a prerrogativa da participação popular, com as garantias constitucionais, mas na prática indica a existência de um verdadeiro conglomerado de empresas que formam um quartel onde cidadãos não tem espaço .

A partir do final da ditadura militar, firmou-se objetivos para mediar a relação Estado-cidadão, fazendo com que a ordem política assumisse o compromisso de prestar contas a sociedade do que fazia.

Entretanto, a imprensa – como um desses espaços da materialização de uma esfera pública crítica – se converteria no império de uma opinião pública que não é pública, mas reino de muitos e medíocres, o que caracterizaria “uma coerção à conformidade” (HABERMAS, 1984, p.160). Ou seja, “se, no século XVIII, a opinião pública era, ao menos na teoria, dada na forma de debate racional crítico, no século XX revelou-se como uma força manipuladora da própria pratica política” (LUBENOW, 2007, p.105).

Em contrapartida aportou por aqui o advento da internet, que mesmo a serviço do capital hegemônico tem sido utilizada também para fins de comunicação, informação, entretenimento, conhecimento, aprimoramento e até mesmo relacionamentos da classe subalterna. Uma liberdade de expressão no âmbito das comunicações que vem ganhando força, através de uma camada da sociedade, mesmo que pequena, mas que vem através da rede abrindo pequenos espaços em blogs, sites e redes sociais, com a adesão de internautas ávidos por uma informação menos corrompida.

2.2 O REFLEXO NA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO.

A sociedade brasileira precisa se conscientizar que tem condições de democratizar os meios de comunicação no país. Nunca o momento foi tão propício para a sociedade civilizar a mídia, a exemplo do que foi feito em outros setores nas últimas duas décadas. Mas a existência desta luta só terá sentido se a sociedade se capacitar, pressionar e usar adequadamente o poder que possui. O que significa entrar pela porta da frente na discussão de modelos para os sistemas e mercados de comunicação. Não existe forma mais democrática da população deixar de ter esperança nas antenas de tevê e perceber que ninguém é dono da mídia.

O ponto principal é esse: A capacitação. Os profissionais de serviço social precisam se inserir nos espaços dos movimentos democráticos para levar conhecimento e fortalecer o debate. A categoria precisa se utilizar do seu referencial teórico, como também da sua capacidade técnica- operativa para implementar projetos dentro dos segmentos.

O reflexo na democratização da comunicação será com certeza, uma questão de tempo, pois a força dentro desses espaços já existe, o que falta é capacidade de canalizar e estruturar esse pontecial, que trará enumeras mudanças comportamentais, sociais, culturais e muitas outras, que inclusive vão influenciar na economia do país, diminuindo essa péssima influência do mundo da moda e das futilidades que se apropriam das pessoas, levando a um consumismo voraz e afastando grande parte das comunidades de seu verdadeiro cunho cultural para consumir produtos produzidos sem identidade social nenhuma com nossa gente.

Será possível uma renovação nos valores de nosso povo e da nossa terra, uma revolução no conceito do que é nosso, do que realmente nos coloca em patamar de desigualdade dentro da nossa própria sociedade, o jogo enfim será jogado em campo neutro, onde a balança não pesa só para um único lado, onde a nossa identidade cultural seja respeitada e acima de tudo com oportunidades iguais para todos.

Os fundamentos da comunicação popular e comunitária fazem imergir, ainda que timidamente, a possibilidade de disputa da hegemonia no campo da comunicação. Seus ideais apresentam em oposição a passividade, desarticulação,

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