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O Serviço Social no Estado do Maranhão

Por:   •  27/9/2017  •  2.192 Palavras (9 Páginas)  •  491 Visualizações

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No ano de 1961, a Escola Maranhense de Serviço Social é agregada à Universidade Católica do Maranhão, e passa a ser conhecida como Faculdade de Serviço Social. Em 1967, a Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica do Maranhão, integra a Fundação Universidade do Maranhão, constituída pelo Governo Federal por meio da Lei n° 5.152, de 21 de outubro de 1966.

Nas eleições estaduais de 1965, o então deputado federal, José Sarney vence o pleito e coloca fim ao conservadorismo do grupo vitorinista, sob a tutela do regime militar, o que só foi possível após a realização de uma revisão eleitoral que anulou milhões de votos fantasmas. José Sarney foi eleito governador do Estado pelo partido União Democrática Nacional - UDN, tomando posse no dia 31 de dezembro de 1966. Uma vez eleito o novo governador do Maranhão elaborou um discurso pautado na libertação do Estado, na modernização, no desenvolvimentismo e no apoio das camadas populares, defendendo assim a ideologia do novo, do moderno, do progresso, corporificando o lema de “Maranhão Novo” em oposição ao vitorinismo que representava o atraso, a fraude, o coronelismo. No entanto, o discurso do novo governador do Estado representou apenas uma continuidade da gestão anterior, em que houve apenas uma reestruturação do sistema oligárquico e patrimonial de dominação.

Uma característica extremante importante da nova gestão, é o fato de o Estado mesmo estando comprometido com o projeto de desenvolvimento do capitalismo monopolista, passou a vivenciar uma política de massas que não era mais utilizada no território brasileiro em virtude de ter sido interrompida pelo golpe civil militar, de 1964.

No plano de governo da nova gestão, o setor agrícola foi considerado uma política prioritária, assim como o setor público que deveria gerar produtividade e eficiência. Nesse sentido, com foco no planejamento estadual, foi instituído o Grupo de Trabalho de Assessoria e Planejamento — GTAP, em 1966, que mais tarde, no ano de 1967, passou a ser chamado de Superintendência de Desenvolvimento do Maranhão — SUDEMA.

Em 1966, buscaram-se maiores investimentos para a zona rural, com a atração de empresários da região centro-sul do país para a implantação de projetos agropecuários e de colonização. Foram oferecidos também incentivos fiscais pela SUDENE, SUDAM e o Governo do Maranhão.

Na educação do Estado, José Sarney, com o intuito de conter um elevadíssimo índice de analfabetismo, criou o projeto João de Barros e os Ginásios Bandeirantes, em todo o território estadual, e a Televisão Educativa, na capital. Dessa forma, os trabalhos desenvolvidos tiveram forte repercussão, pois:

“o Projeto "João de Barros" teve inspiração no trabalho do MEB e no método de Paulo Freire, visando à alfabetização de adultos em articulação com a vivência do cotidiano da população rural, voltando-se para a conscientização das populações e de seu papel como agente participativo na resolução dos problemas comunitários e no desenvolvimento econômico-social do Maranhão. Os Ginásios Bandeirantes visavam à interiorização do curso ginasial, vinculando ao ensino de nível médio a preparação de recursos humanos, enquanto a TV Educativa direcionava-se para a preparação de mão-de-obra, no meio urbano, pela massificação do ensino médio em São Luís, voltado para as camadas mais pobres da população”. (SILVA, 1995, p. 67).

O Serviço Social no Maranhão se desenvolveu também devido a atuação da assistente social Mirtes Haickel Fonseca, essa era bastante conhecida, principalmente, por possuir prestígio pessoal frente ao governador José Sarney e por ter participado ativamente do movimento de reconceituação de vertente modernizadora iniciado com o Encontro de Araxá, o que torna evidente a sua “afinidade com o projeto desenvolvimentista e modernizador do Governo Sarney, e destaca-se a sua participação na montagem do plano de governo, integrando o grupo da SUDEMA”. (SILVA, 1995, p. 70). Mirtes Haickel Fonseca, também foi professora da Faculdade de Serviço Social, com isso exerceu forte influência na montagem do currículo do curso, em 1970. Como profissional atuante, criou a Agência de Menores, em 1966, sendo mais tarde transformada em Fundação do Bem Estar Social do Maranhão – FBESMA, órgão responsável pela execução dos trabalhos de Serviço Social no Estado.

Merece destaque também, a partir do ano de 1966, a atuação da assistente social Hebe Gonçalves que exerceu o papel de supervisora frente a outras profissionais por ocasião da transferência de populações na construção da Hidrelétrica de Boa Esperança. Atuou também nesse processo, a assistente social e professora do Curso de Serviço Social da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Olga Mohana.

Em 1971, destaca-se a implantação do Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária — CRUTAC pela UFMA, que passou representar o mais significativo campo de estágio interdisciplinar no espaço rural, passando a ser um dos principais campos de estágio para o Curso de Serviço Social no Maranhão.

No mesmo ano, foi criado o Centro de Atuação Universitária em Desenvolvimento de Comunidade — CAUDEC sob a coordenação da Faculdade de Serviço Social da UFMA em convênio com a Companhia de Habitação Popular do Maranhão.

O avanço do Serviço Social no Maranhão, entre as décadas de 1960 e 1970, representou para Silva, o papel evidente até então assumido pelos Assistentes Sociais no Maranhão, “que o caracterizava como agente de caridade e de assistência, sendo transformado noutro que o caracterizou em agente de mudança”. (SILVA, 1995, p. 72).

Até meados da década de 1970, o Serviço Social Brasileiro era fortemente marcado por uma vertente profissional caracterizada como conservadora. A partir dessa década, coloca-se em discursão a necessidade da construção de um novo projeto que permitisse superar a direção até então tomada pelo Serviço Social Brasileiro com fortes marcas do Regime Militar, nesse período ainda vigente no Brasil. Desse modo, o Projeto Profissional de Ruptura “tem seu início na primeira metade da década de 1970 e seu aprofundamento na década de 1980, tendo o campo acadêmico universitário como espaço privilegiado de expressão”. (SILVA; PEREIRA, GUILHON; SOUSA, 2000 ?, p. 12).

O novo projeto de profissão incidirá com toda força, inicialmente através da proposta de revisão do currículo mínimo do curso que passa a nortear todos os cursos de Serviço Social em território nacional a partir de 1982, a sua elaboração esteve sob a responsabilidade da Associação

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