O CONSUMO DE BEBIDA ALCOÓLICA ENTRE ADOLESCENTES: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
Por: Salezio.Francisco • 23/8/2018 • 10.340 Palavras (42 Páginas) • 340 Visualizações
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Apesar das diferenças socioeconômicas e culturais entre os países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o álcool como substância psicoativa mais consumida no mundo e também como a droga de escolha entre crianças e adolescentes (VIEIRA et al., 2008).
Sabe-se que o alcoolismo é um problema social expressivo e que traz consigo consequências desastrosas para o usuário e que o alcoolismo apesar de ser uma doença crônica é tratável e se caracteriza pelo uso contínuo interferindo em diversas áreas sociais.
A envolvente publicidade de bebida visa, cada vez mais, conquistar jovens consumidores, despreocupados com um futuro que lhes parece distante. Nas propagandas, beber é divertido, engraçado, porém, quando um jovem, ou mesmo um adulto está embriagado, pode provocar riscos à sua saúde ou à saúde de outras pessoas, tais como: acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, homicídios, suicídios, abandono do lar, fatores que nada tem de positivo.
O consumo de drogas lícitas no cotidiano cultural das pessoas tem permeado o cenário de nosso convívio e, com isso, o atual cenário encontram-se os adolescentes participando deste consumo sem dar-se conta que o álcool é uma das drogas lícitas mais potentes e danosas consumida entre os jovens.
Como qualquer outra droga, o álcool provoca alterações no sistema nervoso, modificando o comportamento da pessoa, produzindo prazer momentâneo e tornando o usuário dependente, fato que geralmente se inicia na infância ou adolescência. A sociedade, infelizmente, tem um conceito muito positivo sobre a bebida e a publicidade explora a propaganda, associando-a a alegria, à sensualidade. Geralmente, as propagandas de bebida apresentam mulheres bonitas, saudáveis, bem sucedidas, sugerindo poder e sucesso. É de extrema importância ressaltar que a juventude do nosso país deve estar em constante alerta sobre os problemas decorrentes do abuso do álcool uma vez que essa droga provoca sérios problemas de saúde em seu organismo, como também em seu relacionamento familiar e social. A falta de esclarecimento e de controle faz com que os adolescentes sejam protagonistas, cada vez com mais frequência, de acidentes, brigas, furtos, e outros problemas relacionados ao uso nocivo do álcool.
Neste sentido, as intervenções educativas se fazem necessárias de forma precoce, visando minimizar ou interromper esse processo de autodestruição. Acredita-se na importância de valorizar as escolhas e opiniões que os adolescentes tecem sobre o que fazer no processo de crescimento, tendo que discernir o adequado e o inadequado.
O objetivo geral dessa pesquisa foi compreender os impactos da dependência alcoólica no âmbito familiar no Brasil, com ênfase no papel do serviço social diante de tal problema social, para tanto, trazemos no primeiro capítulo o conceito do alcoolismo e seus impactos sociais na juventude; no segundo capitulo trazemos a conceituação do que vem a ser adolescência e a necessidade do combate e prevenção do alcoolismo nessa faixa etária; no terceiro capítulos tratamos do papel do serviço social no enfrentamento ao alcoolismo na adolescência junto a família; por fim trazemos as considerações finais da pesquisa e suas referências.
Portanto, o presente estudo justifica-se pela necessidade de se conhecer os principais fatores que levam os adolescentes a iniciar o consumo de bebidas alcoólicas e suas principais consequências para a saúde. Desse modo, nota-se que a compreensão dos problemas relacionados ao consumo de álcool entre adolescentes deve se estender para além da prevalência do uso, e considerar também os diversos fatores que influenciam o comportamento de beber.
Esta pesquisa de caráter bibliográfico, teve como o ponto de partida para a realização à leitura de artigos que mostram que o consumo de álcool pelos adolescentes é um fato real e esta situação é especialmente preocupante devido à idade de início cada vez menor. Vários fatores como o ciclo de amizades ou até de familiares que fazem uso do álcool e alguma outra droga, o estresse dentre ouros, levam a uma iniciação do uso recreativo, culminado no nocivo.
Esta situação, por abranger um grave problema de saúde pública, não admite soluções apenas no campo da saúde, mas sim deve envolver uma abordagem amplamente intersetorial, tratando dos problemas da violência urbana, das injustiças sociais, das graves desigualdades de acesso à educação, ao trabalho, ao lazer e à cultura (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1989).
Sudbrack (2006) assegura que o trabalho de prevenção do uso de drogas evoluiu da repressão ao usuário e do amedrontamento da população para um novo enfoque, voltado para a educação e para a saúde, centrado na valorização da vida e na participação da comunidade.
1 O ALCOOLISMO E SEUS IMPACTOS SOCIAIS NA JUVENTUDE
Não é difícil, ao longo da história da humanidade, observar a estreita ligação entre o homem e a bebida alcoólica assim como os efeitos do álcool no organismo, como a sensação de euforia e liberdade, para descarregar as tensões do cotidiano, do sentimento de angústia entre outros, estando toda a história, assim, permeada pelo consumo de álcool (GIGLIOTI, et. al. 2004).
Mello GIGLIOTI, et. al. (2004) afirmam que desde os tempos mais remotos são conhecidos os efeitos patológicos das bebidas fermentadas. Através de estudos arqueológicos e bibliográficos foi possível afirmar que as bebidas alcoólicas foram utilizadas e conhecidos os seus efeitos já há algumas dezenas de milhares de anos antes mesmo da era cristã, destacando-se egípcios, gregos e romanos pelo desenvolvimento das artes do fabrico de bebidas alcoólicas.
Na antiguidade, a embriaguez era considerada um fenômeno de ordem da perturbação psíquica, sendo que, na época tal fenômeno fora ignorado, mas somente na França, na segunda metade do Século XIX, é desenvolvido o conceito de alcoolismo como uma doença e não apenas como um vício. Daí surge a preocupação com o crescente aumento do consumo de álcool durante um ano e a abordagem científica dos problemas ligados ao consumo de álcool sustentou-se numa consciencialização dos seus perigos para a saúde pública, os avanços no conhecimento da fisiologia da célula nervosa e os efeitos do álcool no sistema nervoso.
Zago, (1996) refere que o consumo assumido de substâncias com ação psicotrópica tem evoluído de acordo com os percursos civilizacionais e que, embora numa primeira fase atue no funcionamento mental (euforizante, estimulante, anestesiante, inebriante), numa segunda fase, induz a dependência e tolerância, apresentando
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