FICHAMENTO SOCIAL-DEMOCRACIA E SOCIALISMO
Por: Juliana2017 • 30/11/2018 • 2.694 Palavras (11 Páginas) • 533 Visualizações
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Os socialistas não tiveram escolha; precisaram lutar pelo poder político porque qualquer outro movimento em favor do socialismo teria sido excluído pela força, e tiveram de fazer uso das oportunidades oferecidas pela participação para melhorar as condições imediatas dos trabalhadores, pois de outro modo não teriam conseguido o apoio dos mesmos. Precisaram lutar pelo poder, e tiveram a sorte de poder fazê-lo sobe condições democráticas. Tudo ou mais foi em grande medida uma conseqüência. Przeworski e Wallerstein (1991, p. 280)
Neste sentido quando os socialistas começaram a lutar pelo poder político e o fortalecimento, e disputar na idéia de instituições representativas, tiveram que confrontar com algumas restrições e levaram a algumas conseqüências como o autor explana
A maior parte dos receios iniciais a cerca dos efeitos nocivos da participação realmente se materializou: as massas não puderam lutar pelo socialismo, tendo de delegar essa tarefa a líderes-representantes, o movimento tornou-se burocratizado, as táticas foram reduzidas as tentativas de conquista do eleitorado, as discussões políticas foram limitadas a questões que poderiam ser solucionadas em conseqüência da vitoria no próximo pleito, qualquer projeto de sociedade que não contribuísse para ganhar eleições foi taxado de utopia. Przeworski e Wallerstein (1991, p. 281)
Em conseqüência disso, os socialistas não conseguiram ganhar as eleições e implantar os programas socialistas, ao que refere-se ganhar o poder político, precisaram realizar o que era possível a eles, desta forma, formaram uma bandeira de luta
. Tornaram-se comprometidos com o nível de emprego, a igualdade e a eficiência [...], obtiveram a igualdade de acesso à instrução, proporcionaram um mínimo de segurança material para a maioria do povo. [...] Existe eficiência nas atividades que visam ao lucro, é mantida uma situação de quase pleno emprego e a desigualdade reduz-se a um mínimo. Todos trabalham, e trabalham lucrativamente, e todos são iguais. Przeworski e Wallerstein (1991, p. 281,284)
Os autores então quer dizer que os socialistas consistem na garantia de trabalho para todos os cidadãos, ou seja, pelo emprego, igualdade de serviços públicos, saúde, educação e habitação, no caso igualdade e capacidade do Estado de alcançar o objetivo que garanta a igualdade o Estado eficiente.
Logo a bandeira de luta dos Socialistas Revolucionários era a abolição da mão de obra escrava, liberdade e racionalidade coletiva:
Eis uma sociedade onde a busca cega do lucro torna-se o principio exclusivo da racionalidade, tanto assim que ate mesmo as empresas pertencentes à coletividade são guiadas por esse principio. [...]; nos termos daquele movimento socialista que foi instituído para abolir a busca do lucro, a escravidão assalariada e as divisões que ela implica; que deveria trazer a emancipação, a liberação. Previa-se que o socialismo seria uma sociedade onde as pessoas adquiririam individualmente o controle sobre suas vidas porque sua existência não mais constituiria um instrumento de sobrevivência, e onde as pessoas obteriam coletivamente o controle sobre os recursos e esforços comuns porque a alocação dos mesmos estaria sujeita à deliberação conjunta e à escolha racional. . Przeworski e Wallerstein (1991, p. 284, 285)
Em outras palavras queriam o fim da mais valia, a abolição da mão de obra escrava, os indivíduos precisariam ter liberdade de ir e vir a autonomia individual e trabalhar para suprir as próprias necessidades, produzir para o consumo próprio, ou seja, racionalidade.
Os autores trazem que as reformas so levariam ao socialismo se fossem somente irreversíveis (ganhos na lógica de políticas socais não podem ser revertidas), cumulativas em seus efeitos (qualificação no âmbito das políticas sociais), conducentes a novas reformas (melhorias leveriam a outras melhorias) e orientadas para o socialismo (politicas sociais seriam incorporadas por todos os países do mundo). Eles apontam essas quatros características para se chegar ao socialismo dizendo que
As reformas são reversíveis[...] em muitos casos é suficiente que o governo não faça coisa alguma para que reformas previamente introduzidas percam seu efeito.
As reformas não são necessariamente cumulativas, mesmo que não sejam revertidas. Elas seriam cumulativas se cada nova reforma constituísse um passo em direção a algum estado do mundo que pudéssemos reconhecer como socialismo. Entretanto, própria vida gera constantemente novos problemas que demandam resolução, quer resultem de reformas passadas, quer ocorram independentemente.
Nem todas as reformas são conducentes a novas reformas. [...]. Em varias situações, reformas que satisfazem demandas imediatas dos trabalhadores prejudicam possibilidades futuras. Observou Luxemburgo: “no grau em que os sindicatos têm condição de intervir no setor técnico da produção, são capazes somente de opor-se a inovação técnica. [...] Nesse aspecto, agem em uma direção reacionária”. A questão que continua a ocupar o centro das controvérsias diz respeito ao efeito de reformas sobre os movimentos do operariado.
Há ainda alguns autores que crêem que o entusiasmo pela transição socialista tornará toda as pessoas tão produtivas que não se verificará nem uma crise econômica em conseqüência dessa transição. Przeworski e Wallerstein (1991, p. 282, 283)
E um ponto muito relevante que o autor ressalta é sobre as características da Sociedade Socialista que é baseado nas idéias de Marx e os pontos são a Automação, Acumulação e Independência da satisfação das necessidades do trabalho escravo, árduo e escasso, e o autor nos apresenta essa idéia
Ocupemo-nos, agora, de algumas fantasias utópicas. Com Marx, imaginemos primeiro uma sociedade onde não mais seja usada mão-de-obra em tarefas que podem ser executadas por maquinas. Todos os processos de produção, manutenção e distribuição são realizados por maquinas, sem a ajuda direta de mão-de-obra. As maquinas são produzidas por maquinas, segundo instruções fornecidas por metamáquinas, programadas para produzir uma cesta de bens enquanto minimizam os recursos físicos. O tempo de trabalho necessário para a produção desses bens (inclusive das maquinas e metamáquinas) é insignificante. Algumas atividades humanas (“trabalho indireto”) acabam por entrar nesse processo de produção, mas por ora não será necessário tratarmos desse aspecto. Em segundo lugar, suponhamos que esse processo funcione de tal modo que a produção (medida como um vetor de quantidades físicas)
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