Fichamento Sobre a Erosão do Serviço Social Tradicional do Brasil e da America Latina
Por: Lidieisa • 12/6/2018 • 1.102 Palavras (5 Páginas) • 879 Visualizações
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- [...] estes três elementos delimitam-se nitidamente: a dissincronia com as “solicitações” contemporâneas, a insuficiência da formação profissional e a subalternidade executiva. (pág. 139)
- [...] nos anos imediatamente seguintes, a erosão das formas consagradas do Serviço Social ganha uma dinâmica mais intensa. Seus detonadores de fundo são extraprofissionais: compreendem o estágio de precipitação da dinâmica sociopolítica da vida brasileira, entre 1960/1964, com o aprofundamento e a problematização do processo democrático na sociedade e no Estado. (pág. 139)
- Possuem, porém, um rebatimento profissional, pela mediação diversa de quatro condutos específicos, embora com óbvias vinculações entre si. (pág. 139)
11.1 – O primeiro remete ao próprio amadurecimento de setores da categoria profissional, na sua relação com outros protagonistas ( profissionais: nas equipes multiprofissionais; sociais: grupos da população politicamente organizados) e outras instancias (núcleos administrativos e políticos do Estado) (pág. 139)
11.2 O segundo refere-se ao desgarramento de segmento da Igreja Católica em face do seu conservadorismo tradicional; a emersão de “católicos progressista, e mesmo de uma esquerda católica, com ativa militância cívica e política, afeta sensivelmente a categoria profissional. (pág. 139-140)
11.3 – o terceiro é o espraiar do movimento estudantil, que faz seu ingresso nas escolas de Serviço Social e tem aí uma ponderação muito peculiar. (pág. 140)
11.4 O quarto é o referencial próprio de partes significativas das ciências sociais do período, imantada por dimensões críticas e nacional- populares. (pág. 140)
- A resultante desses componentes rebate no âmbito profissional de Serviço Social: de uma parte, vai criticando práticas e representações “tradicionais”: de outra, introduz diferenciações mesmo no interior das práticas e representações que se reclamavam conectadas ás novas exigências- precisamente aquelas que se pretendiam ao Desenvolvimento de Comunidade. (pág. 140)
- Não é um exercício de especulação projetar que o desenvolvimento deste processo profissional, nas condições então vividas pela sociedade brasileira, conduziria, a médio prazo pelo menos, à plena erosão das formas “tradicionais” do Serviço Social. (pág. 140)
- Esse desenvolvimento foi abortado pelo golpe de abril. Como variável independente, a autocracia burguesa modificou substantivamente o cenário em que ele vinha se desenrolando. Modificou-o muito contraditoriamente: num primeiro momento, pela neutralização dos protagonistas sociopolíticos comprometidos com a democratização da sociedade e do Estado, cortou com os efetivos suportes que poderiam dar um encaminhamento crítico e progressista à crise em andamento no Serviço Social “tradicional”; mas, com a implementação do seu projeto de “modernização conservadora”. (pág. 141)
- Evidencia-se, assim, que a renovação do Serviço Social que processa no marco da autocracia burguesa mantém uma relação complexa com o quadro anterior da profissão: erguendo-se sobre o colapso da legitimação das formas profissionais “tradicionais”, resgata alguns de seus núcleos tanto quanto bloqueia alternativas de desenvolvimento que estavam embutidas naquele colapso. (pág. 141)
- [...] os ganhos deste lapso, os assistentes sociais vinculados à crítica mais consequente do Serviço Social “tradicional” deles se beneficiariam, e no caso da ditadura, haveriam de capitalizá-lo. (pág. 141)
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