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Fichamento do livro Escola e Democracia Demerval Saviani

Por:   •  22/10/2018  •  1.723 Palavras (7 Páginas)  •  660 Visualizações

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garantir uma eficiência máxima no processo impondo como este deve ser. Nesta teoria o marginalizado é um problema para o desenvolvimento da sociedade, um incapaz que não contribui para a evolução desta, então este sistema educacional deve treinar o indivíduo para executar tarefas da demanda social, pedagogicamente precisa-se aprender a fazer. Esta proposta educacional por fim piorou o problema da evasão e da marginalidade, o ensino se tornou raso e sufocante e só trouxe efeitos negativos para o trabalho pedagógico.

As teorias anteriores tem foco sobre a ação da educação na sociedade, as seguintes observam as condições da sociedade e sua reprodução na educação, estas são as Teorias crítico-reprodutivistas, existe um bom número de teorias nesse âmbito e muitos outros reconhecem o fracasso da escola para equalização mas Saviani explora aqui as três que acredita serem de melhor elaboração e conhecimento no mundo.

A primeira a Teoria do sistema de ensino como violência simbólica desenvolvida por Bourdieu e Passeron “Trata-se de uma teoria axiomática que se desdobra dedutivamente dos princípios universais para os enunciados analíticos de suas consequências particulares.”

Estes autores partem de uma sociedade estruturada em grupos ou classes com relações de força material, e aplica-se a educação sendo de um tipo de violência simbólica no todo pedagógico. A escola como reforçadora das relações de força material.

“Vê-se que o reforço da violência material se dá pela sua conversão ao plano simbólico em que se produz e reproduz o reconhecimento da dominação e de sua legitimidade e de sua legitimidade pelo desconhecimento (dissimulação) de seu caráter de violência explícita. Assim, à violência material (dominação econômica)exercida pelos grupos ou classes dominantes sobre os grupos classes ou classes dominados corresponde a violência simbólica (dominação cultural).”

Por meio da mídia, das religiões, dos livros, educação escolar e familiar é por onde se inculca a dominação. A junção do Trabalho Pedagógico na educação familiar com o Trabalho Escolar forma uma ação pedagógica que traz o habitus como produto que é quando o processo de inculcação da cultura dominante se legitima.

Nessa Teoria os marginalizados são os grupos ou classes dominados, estes sem força material e cultural na sociedade. Então educação é um instrumento de marginalização de interesses dos grupos dominantes, sendo inviável qualquer reação de superação por parte dos dominados.

A segunda Teoria desse grupo é elaborada por Althusser quando ele separa os Aparelhos Repressivos de Estado (exército, governo, polícia e etc.) dos Aparelhos Ideológicos de Estado (familiar, jurídico, político, sindical, informativo, cultural e escolar), esta é a Teoria da escola como Aparelho Ideológico de Estado já que a escola é a principal instituição material reprodutora dos interesses do Estado capitalista. O maior grupo de pessoas faz a educação básica e se tornam operários, outros que avançam um pouco mais na escolarização acabam por fazer trabalhos médios desse processo. O menor grupo que atinge o maior grau de escolarização se tornam os agentes da exploração dentro do sistema produtivo, outros fazem parte dos Aparelhos Repressivos de Estado e outros dos Aparelhos Ideológicos de Estado.

Dentro desse sistema de sociedade capitalista a classe trabalhadora é a marginalizada. Assim o sistema de ensino garante e perpetua os interesses da burguesia, e as Teorias não-críticas são ideológicas e fazem o mesmo papel de reprodução desses interesses e ignoram a situação de marginalização dos trabalhadores. Althusser até reconhece que existe uma luta de classes dentro do AIE, mas que na situação do sistema não tem resultado.

A terceira Teoria é a Teoria da escola dualista elaborada por Baudelot e Establet, estes autores reconhecem que assim como a sociedade capitalista, mesmo que aparentemente única, a escola se divide em duas. Nesse caso duas redes de escolarização, a primária-profissional que acaba formando o proletariado e a secundária-superior que forma a burguesia. Essa teoria mantém o conceito do sistema de ensino como Aparelho Ideológico de Estado que inculca a ideologia burguesa para controle e formação da força de trabalho, a teoria reconhece a existência de uma ideologia do proletariado, mas esta não faz parte da escola e sim das massas operárias. Além de legitimar a marginalidade produzida pela sociedade, a escola tem o papel de impedir a luta ideológica ou revolucionária do proletariado, desqualificando o trabalho manual. Isso revela que é inútil uma luta do proletariado dentro da escola e acaba por influenciar a educação na América Latina, trazendo um clima de pessimismo sobre a sua ação.

Resumindo as Teorias crítico-reprodutivistas não possuem proposta pedagógica, pois não acreditam no seu caráter de solução do problema da marginalidade e só procuram fazer análise da ação do sistema de ensino na sociedade dentro do momento histórico. Demonstram assim a impotência e o fracasso da escola dentro de uma estrutura social cheia de contradições.

Comentário:

Saviani continua o texto fazendo várias suposições sobre o problema da educação e da marginalidade da ideia ilusória das Teorias não-críticas e a visão da impotência da escola pelas Teorias crítico-reprodutivistas, e ainda comenta sobre uma Teoria de educação compensatória que pelo nome percebemos que pretende compensar deficiências individuais e o que pra ele nesse contexto parece ser inviável da forma que a teoria pretende fazê-la.

Desta forma o meu comentário geral

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