FAMÍLIAS: PERSPECTIVAS TEÓRICAS E DESAFIOS ATUAIS
Por: Rodrigo.Claudino • 30/9/2018 • 4.816 Palavras (20 Páginas) • 306 Visualizações
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Conclui ainda que, quando duas pessoas que se casam, automaticamente, se tornam parentes. Percebe-se assim que o casamento une um número mais vasto de pessoas que se tornam parente. Ou seja, pais, irmãos, e outros familiares de sangue tornam-se parentes do outro cônjuge através do casamento. As relações familiares são sempre reconhecidas dentro de grupos de parentesco mais amplos, como a Família Nuclear “(...) a família composta por dois adultos juntos num mesmo agregado com seus filhos biológicos ou adotados.” (GIDDENS, 2008, p. 175), que, em quase todas as sociedades, está inserida nas redes de parentesco mais amplas. Quando algum outro parente, além do casal e dos filhos, vive num mesmo agregado, ou está em contato próximo e continuo com eles, chama-se família extensa, que pode ser definida como um grupo de três ou mais gerações que vivem na mesma habitação ou muito próximas umas das outras.
Nas sociedades ocidentais, o casamento e, por decorrente, a família, está ligado à monogamia, tornando-se proibido, ilegal, o casamento de um homem com várias mulheres ou vice versa. Entretanto, esta não é uma situação semelhante a outras sociedades, como por exemplo, a oriental, logo se pode citar uma comparação feita entre diversas sociedades do mundo por George Murdock em meados século XIX, que descobriu a poligamia, nos quais eram presentes em 80% (Oitenta) das sociedades comparadas (Murdock, 1949). Contudo podemos citar que existem dois tipos de poligamia: a poliginia, na qual um homem pode ser casado com mais de uma mulher ou mesmo tempo; e a poliandria que se dava pelo casamento de uma mulher com mais de dois homens ao mesmo tempo.
2.1. FAMÍLIAS ORIUNIDAS DO SUL ASIÁTICO E DAS CARAÍBAS
Uma característica marcante da Grã-Bretanha é a incidência de emigrantes, nos quais apresentam diferentes conceitos étnicos que implicam diretamente com variações entre família britânicas e asiáticas que por sua vez indicam conflitos entre culturas.
A Grã-Bretanha, mais conhecido como país Gales, fora uma região, na qual recebera muitos emigrantes, sendo esses provenientes do sul asiático, onde se situa países como: Índia, Paquistão, Afeganistão entre outros. Os emigrantes, por sua vez situaram-se no país, agregando a suas crenças, religiões, região de origem, e laços de parentesco. Entretanto os asiáticos recém-chegados descobriram uma grande diferença entre seus padrões familiares para com os britânicos que por sua vez tinham uma cultura totalmente diferenciada.
Muitos emigrantes apresentavam famílias extensas, exigiam que seus filhos seguissem normas de cooperação, respeito à família. Destacando-se principalmente o casamento por “Amor” contido na Grã-Bretanha, já que a cultura asiática adota ao casamento combinado e diz que o “amor” vem com o tempo de união com o cônjuge.
As famílias britânicas oriundas das caraíbas, situadas em ilhas próximas a Grã-Bretanha, vivem uma situação diferente, estas que por sua vez são de maioria negra, sendo que seus índices mais alarmantes são os de divórcios e separação entre os africanos, sendo mais elevado que qualquer grupo étnico da Grã-Bretanha. Os agregados monoparentais também são mais comuns entre os mesmos, do que qualquer minoria étnica, contudo, ao contrário de muitos grupos étnicos, é mais comum encontrar mães solteiras empregadas entre as mulheres negras oriundos das Caraíbas. No entanto, grande parte das famílias negras tem-se centrado nos baixos níveis de casamento formal; para os negros uma relação matrimonial não forma necessariamente a estrutura da família negra, como acontece em outros grupos étnicos, “As redes de parentesco são mais importantes para os africanos da Caraíbas, do que laços matrimoniais”. Logo famílias monoparentais possuem uma forma de recorrer a sua rede de parentesco, reconsiderando o título, no qual, uma família monoparental não necessariamente pode ou deve ser instável.
2.2. ALTERNATIVAS DO CASAMENTO: COABITAÇÃO E CASAIS HOMOXESSUAIS
Coabitação entende-se por casais que optam por unir-se, mas não por meio do casamento, são pessoas que dividem um lar, mantém reações sexuais ativas e criam seus filhos, mas não são casadas. É uma pratica que tem crescido com certa frequência e vem se tornando cada vez mais popular, e, consequentemente, mais aceitada pela sociedade ao longo dos anos, o que antes era visto como algo escandaloso, hoje é totalmente normal um casal preferir coabitar antes de casar-se. A coabitação antes do casamento é titulada como uma fase experimental pré-casamento, é uma etapa do relacionamento adotada por muitos casais atualmente e não possui um tempo obstante de duração podendo vir a tornar-se permanente, tornando-se a escolha de muitos casais jovens que iniciam relacionamentos nem sempre com o intuito de casar-se com aquela pessoa, contudo à medida que o casal mantém uma vida sexual ativa começam há passar mais tempo juntos e um acaba abdicando-se de sua habitação, passando a morar com o outro. Apesar de esta prática estar tornando-se popular, pesquisas feitas recentemente indicam que o casamento ainda é a forma de união que traz mais estabilidade, existe uma chance maior de separação entre casais que vivem juntos, do que entre casais casados.
Atualmente muitos homens e mulheres homossexuais vivem em coabitação, uma vez que, grande parte dos países ainda não aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aplica-se a expressão ‘famílias de escolha’ a relações homossexuais, pois esta corresponde à forma positivamente criativa com a qual esses casais levam a vida uma vez que tem características próprias ao relacionarem-se. Diferente dos relacionamentos heterossexuais, nos relacionamentos homo afetivos – que se dá através do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo – existe uma maior possibilidade de igualdade, negociação de tarefas, compromisso, confiança mútua, disposição para enfrentar dificuldades e responsabilidade partilhada do trabalho emocional entre os parceiros, uma vez que, estes não estão ‘presos’ a estereótipos e aos pré-direcionamentos criados pela sociedade, já que não existem homem e mulher neste tipo de relação. No início dos anos 70 os departamentos da Segurança Social de cidades norte-americanas concederam a custódia de rapazes homossexuais sem lar a casais de homossexuais masculinos, mesmo que quase todas as famílias homossexuais britânicas com filhos originem-se por duas mulheres, esta prática sofreu intervenções visto que a reação da sociedade foi contrária a tal feito.
Recentemente, através de vitórias legais para os casais homossexuais
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