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Cidadania no Brasil – O Longo Caminho

Por:   •  19/10/2017  •  1.737 Palavras (7 Páginas)  •  500 Visualizações

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“[...]os operários tinham que enfrentar a repressão comandada por patrões e pelo governo. O governo federal aprovou leis de expulsão de estrangeiros acusados de anarquismo, e a ação da polícia raramente se mostrava neutra nos conflitos entre patrões e operários. ”

Somente a partir de revoltas como, Revolta dos Cabanos, Balaiada, Cabanagem, Sabinada, Farroupilha, Revolta dos Malês etc. É que foram consideras que a população brasileira começou a apresentar algum conhecimento sobre os seus direitos e deveres.

Segundo José Murilo de Carvalho, a população brasileira não teve muita participação nas decisões importantes que ocorreram no Brasil desde sua colonização, para ele todas as mudanças que ocorreram no Brasil ocorreram com o tempo, sem muita participação ativa dos brasileiros. Ele destaca que a participação na política no Brasil, inclusive nos grandes acontecimentos, era limitada a pequenos grupos da elite brasileira, sem a presença das massas. Desde os mais remotos tempos coloniais até 1930, não havia povo organizado politicamente nem sentimento nacional consolidado. A grande maioria do povo tinha com o governo uma relação ou de distância ou de incompatibilidade.

O que pode se dizer, é que, o maior avanço que ocorreu no Brasil desde sua Colônia tenha tinha sido a abolição da escravidão, por que na grande maioria quando acontecia algum avanço, acontecia juntamente um retrocesso que talvez fosse maior do que o próprio a avanço, mantendo assim um desequilíbrio entre os direitos adquiridos e perdidos, onde mais se perdeu do que se ganhou.

História Concisa do Brasil

Boris Fausto, destaca as várias revoltas que ocorreram desde a colonização até a república, ele descreve em seu livro “História Concisa do Brasil”, ele descreve como as revoltas se deram, desde os primeiros passos até o início, gerando assim uma dúvida, se o povo realmente havia ou não participado nas decisões ocorridas no Brasil naquele período.

São revoltas como Inconfidência Mineira (1789), Conjuração dos Alfaiates (1798), e a Revolução de 1817 em Pernambuco, que marcaram como revoltas regionais contra a Coroa Portuguesa, essas revoltas demonstram as divergências dos colonos com a Coroa, insatisfeitos com o que ocorria na época. Segundo Boris (2001, p.63):

“A consciência nacional foi-se definindo na medida em que setores da sociedade da Colônia passaram a ter interesses distintos dos da Metrópole ou a identificar nela a fonte de seus problemas”

A partir de então várias revoltas ocorrem no Brasil, ajudando a construir uma sociedade mais ativa. Direitos começaram a surgir a partir dessas revoltas, mártires surgiram, as pessoas começaram a ver uma cidadania mais ampla a partir dessas revoltas. Os escravos começaram aos poucos a serem “beneficiados” com algumas dessas revoltas, desde a proibição do tráfico de escravos a abolição da escravidão.

Com o passar dos tempos o republicanismo apareceu, dando ideia de revolução e com ideias reformistas na sociedade. E a partir de várias divergências que aconteceram, entre as elites monarcas, republicanos e a igreja. A monarquia veio a baixo, acontecendo então a Proclamação da República.

A Republica ficara praticamente nas mãos da elite brasileira, principalmente entre São Paulo e Minas Gerais, por serem os maiores produtores de café e de leite no país naquela época. Esse domínio entre as oligarquias poderia quebrado pelo povo através do voto, mais como o voto não era obrigatório e o povo não se via importante na briga entre os grandes, acabavam deixando a política de lado. Até então os resultados das eleições não expressavam a realidade. O voto não era secreto, e os votantes ficavam à deriva com os capangas dos Coronéis que muitas das vezes os obrigavam a votar num certo candidato ou sofreriam represarias por eles.

Os movimentos sociais urbanos começam a surgir, os operários começam a organizar os primeiros partidos, que buscavam visar um sindicalismo e um vago socialismo. O movimento operário buscava um alcance a reivindicações imediatas, como aumento de salário, limitação de jornada de trabalho, reconhecimento dos sindicatos pelos patrões e pelo Estado. Esses movimentos podem ter sido a fonte de ignição para que outros movimentos surgissem, até então o povo brasileiro começava a juntar forças e começar a aclamar pelos direitos mesmo que fossem coisas que deveriam ter sido feitas a muito tempo.

Conclusão

Analisando esses dois livros, vemos que a luta no Brasil sempre foi algo que não teve muito efeito sobre a legitimidade dos direitos civis, sociais e políticos. Talvez por que os direitos só aconteciam a medida em que beneficiariam a elite brasileira também, por isso temos uma vasta percepção de que os direitos no Brasil não foram conquistados, mas sim ganhos.

Ao decorrer da história vemos que o povo brasileiro desde a sua colonização foi privado de seus direitos, fatos que talvez possa ter alavancado algumas revoltas que para alguns não surtiram muito efeito, mas que para outros possa ter sido um incentivo para que as coisas pudessem começar a mudar por aqui.

Desde a Primeira Republica até os dias atuais, o Brasil parece não ter um povo político organizado, mesmo que o voto seja obrigatório em todo país, mesmo que todas as pessoas acima de 18 anos sejam obrigadas a votar, o povo brasileiro herdou uma herança muito ruim da Colônia e da Primeira Republica, muitas das vezes vemos pessoas que não sabem bem como usar os seus direitos, e não procuram correr atrás para poder melhorar esse

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