A Sociedade e Contemporaneidade
Por: SonSolimar • 12/7/2018 • 6.594 Palavras (27 Páginas) • 324 Visualizações
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Era uma aluna de notas médias e adorava fazer desporto, música e também tínhamos uma atividade extracurricular, era um canteiro com horta, e jardim, tinha um pouco de tudo desde cenouras, batatas, feijão, rosas, cravos, malmequeres e muito mais, e era cuidado pela minha turma e outra, todos os dias tínhamos que cuidar dele era maravilhoso, pois eu adoro a natureza e a agricultura.
Os anos foram passando, e com eles passei por muitos professores, alguns me deixaram marcas boas, que gosto de lembrar, outros nem tanto. Alguns me motivaram, confiaram em mim, outros me desanimavam com suas atitudes, algumas aulas eram legais, outras monótonas, mas cada uma contribuiu da sua maneira para o meu aprendizado.
Tenho algumas histórias que marcaram minha vida, e uma das que não esqueço foi uma de quando morava em Goiânia, lembro-me de um dia eu estar em casa com minha babá e resolvi sair pra dar um passeio sem avisar a ela. Abri a porta e saí. Perto de casa tinha um grande shopping e resolvi entrar pra ver uns brinquedos.
Fiquei ali na loja de brinquedos me divertindo por horas. Até que alguém me viu e chamou a segurança do shopping que depois de muito chamar meus pais pelo alto falante resolveu chamar a polícia. Então os policiais ficaram conversando comigo, me levaram para o mac donalds e me deram lanche e conversando começaram a tentar fazer com que eu descrevesse o local onde morava.
Com muito sacrifício eles conseguiram que eu explicasse onde morava (era bem do lado praticamente) e me levaram lá. Quando minha mãe e meu pai viram a viatura de polícia chegando e não me viram dentro quase tiveram um ataque, e a essa altura o prédio todo estava lá em baixo e vários vizinhos dos arredores me procurando, quando eu saí do carro lembro que todo mundo bateu palmas.
Lembrando agora parece engraçado, mas me pondo no lugar de meus pais imagino o sofrimento, a angústia deles ao notar meu sumiço com apenas seis anos de idade.
Outra historia também que me marcou, foi quando eu entrava de férias, eu, meus irmãos e primos íamos sempre passar elas na casa de meus avós paternos em Jataí - Goiás, eles moravam em uma fazenda e foi aí numa dessas férias que estava acontecendo uma enchente num rio perto da casa da minha avó que estava transbordando, e fomos olhar, eu, minha avó, uma tia e duas amigas, aos poucos fomos nos aproximando da beira do rio e caímos num redemoinho (eu, minha tia e minha amiga), das três só quem sabia nadar era minha tia e nós duas não deixávamos ela nadar para nos salvar pois agarrávamos a ela e as três afundavam, foi horrível bebemos bastante água, meu tio estava do outro lado do rio pescando, minha avó gritou e ele foi quem nos salvou, essa é uma parte de minha vida que acho difícil e não gosto de lembrar, acho que por isso não entro em barco, canoa, lancha, qualquer tipo de coisa que vá para dentro de um rio.
Ainda nesses anos nessa mesma fazenda, uma cena eu nunca esqueço, foi quando eu, meu irmão e meu primo "Sebastião" fizemos um pacto, mas não foi um pacto de sangue não, foi apenas um pacto em fala. O pacto era de que se alguém encontrasse ouro, diamantes, um tesouro e etc. deveríamos repartir entre nós três e isso valeria por toda as nossas vidas.
Nessa época acreditávamos em piratas, tesouros roubados, dinheiro escondido em pedras. Uma vez chegamos a despedaçar uma pedra em um rio, pensando que poderia ter algum tesouro nela. Bons tempos passamos juntos. Gostávamos de caçar passarinhos, correr atrás de coelhos do mato e de andar a cavalo, saudades, do nosso papagaio "Lola", do meu pássaro belga, do meu pássaro preto, dos canarinhos da Terra que criávamos...
Muitas saudades de minha infância: Eu ia bem satisfeita, pés descalços, braços nus, correndo pelas campinas, atrás das asas ligeiras das borboletas azuis, dos pássaros amarelos e dos periquitos coloridos. No fim de tarde ainda sobrava um tempo para jogar bola com meus primos no gramado que tinha em frente à antiga e tradicional casa de fazenda. Antes de dormir meu avô, meu tio ou minha tia sempre contava "casos" para nós.
Dormia ouvindo o barulho da água na bica d'água e acordava com os berros dos bezerros querendo mamar. Eu adorava ler revistas em quadrinhos como Tio Patinhas, Pato Donald. Lembro-me de um quadrinho brasileiro feito pelo Ziraldo, que era a Turma do Pererê. Os personagens dessa revista eram um pequeno índio e vários animais que compõem o universo do folclore, tais como a onça, o jabuti, o tatu, o coelho e a coruja.
Fui uma criança saudável, mas que tinha alguns problemas comuns na época como gripe, catapora, caxumba… E que enjoava muito se andasse de ônibus. Vomitava mesmo! Minha mãe fazia algumas simpatias como: colocar dois pedaços de esparadrapo em cruz, sobre o umbigo; tirar os sapatos dentro do ônibus, etc..
Bons tempos e bons tempos se passaram, lembro que minha mãe me falava que eu sentiria falta desses tempos e hoje eu sinto, e sinto muita falta.
Sinto muita falta de quando parávamos para jogar truco, detetive ou jogar conversa fora. Sinto falta até das reuniões que tínhamos em família, da hora do almoço sempre com um barulho enorme de crianças gritando e correndo pro lado e pro outro, de sair na rua a qualquer hora e não ter perigo de ser assaltado ou executado, simplesmente saudades, principalmente dos tempos que já não lembro mais, dos fatos que eu já esqueci, mas que um dia eu lembrarei.
Naqueles tempos felizes, ia colher as pitangas, subia frondosas mangueiras para tirar as mangas, as jabuticabas, achava o céu sempre muito lindo, adormecia sorrindo e despertava cantando. Saudades das músicas que meu pai cantava durante as viagens que fazíamos dos muitos tombos do balanço do flamboaiã que tinha em frente de casa. A rua toda era cheia deles. Frondosos! Maravilhosos! Quantos cacos de vidro e pregos enfiados nos pés descalços ganhei correndo pelo mato, a noite, para caçar vaga-lumes e coloca-los em um vidro... Saudades!!!
Desde muito cedo eu gostava também de empreendimentos. Lembro que eu e meu irmão brincávamos de "fazendinha", vendíamos gado, comprávamos sal e etc... Simulávamos uma fazenda, com lucros e despesas. E uma certa vez, acho que fiz um bom negócio, eu tinha um porco e meu irmão também, eu vendi o meu, comprei o do meu irmão e ainda sobrou dinheiro para comprar um som 3 x 1, que era um show, e ainda comprar mais um cartucho para o nosso videogame DACTAR.
Por volta de 1990/1991 não me lembro exatamente eu montei meu primeiro empreendimento. Tudo começou quando um vizinho da fazenda dos meus avós
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