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SER PROFESSOR: UMA ESCOLHA DE POUCOS

Por:   •  20/11/2018  •  1.594 Palavras (7 Páginas)  •  243 Visualizações

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Todos os educadores reconhecem a necessidade de estimular atitudes positivas, desenvolver apreciações e fortalecer valores, mas o sucesso do aluno é geralmente determinado pelas aprovações obtidas em exames tradicionais ou provas objetivas ou pelas colocações conseguidas através da apresentação de diplomas. Os sistemas educacionais, na realidade, concedem prioridade ao domínio cognitivo.

Ou seja, a escola deveria formar pessoas preparadas para o mundo e não apenas para provas.

De acordo com a Constituição Federal de 1988 art. 205 “educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”. Ou seja, a escola não é o único lugar onde se dá a formação do cidadão, mas parte desta se dá dentro do ambiente escolar, por isso existe a necessidade de se ensinar mais do que conteúdos. Sendo assim, cabe às instituições de ensino a missão de ensinar valores para o desenvolvimento da moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e metodologias que o favoreça.

Sabe-se que a família e a comunidade são agentes importantes na formação do cidadão, porém, nos últimos anos essa tarefa ficou entregue, quase exclusivamente, às escolas, que por sua vez deixa a responsabilidade a cargo do educador. O professor virou prisioneiro do sistema educacional e refém de uma sociedade consumista, com famílias cada vez mais desestruturadas. Sendo assim, ele acaba assumindo várias funções, e em meio a tantos ofícios, ainda é necessário conciliar o estudo didático com o repasse de valores, e trabalhar em sala de aula projetos que valorizem a família, o respeito e a dignidade humana, sempre explorando questões atuais com os alunos que levem a refletir sobre o caráter humano, para que o espaço escolar reafirme seu compromisso de educar um cidadão e para facilitar o convívio dentro de uma sala de aula.

A importância da profissão professor é quase indiscutível, afinal é o alicerce de todas as outras, sendo assim, a valorização do professor é essencial para uma educação de qualidade e para o desenvolvimento do Brasil, já que são eles responsáveis pela formação dos futuros líderes do nosso país.

O artigo 206 - V, da Constituição de 1988 determina a valorização dos profissionais de ensino, garantidos, na forma de lei, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos. Mas, segundo a pesquisa divulgada em 2013 pela fundação educacional Varkey Gems, o Brasil está em penúltimo lugar entre 21 países em um ranking de valorização de professores, com base na remuneração de docentes, respeito por parte dos alunos em sala de aula e o interesse pela profissão.

No Brasil, ser educador ou educadora é um grande desafio, pois é uma profissão desvalorizada, menosprezada, e de certa maneira discriminatória ou um trampolim para outras profissões. Percebe-se atualmente um grande déficit de professores, os jovens estão cada vez mais desinteressados pela profissão, segundo uma pesquisa feita pela Fundação Carlos Chagas a pedido da Fundação Victor Civita apenas 2% dos estudantes do ensino médio têm como primeira opção no vestibular, cursos diretamente relacionados à atuação em sala de aula.

Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil, onde um professor ganha, em média, 40% menos do que a média de outros profissionais com a mesma escolaridade, segundo estudo da pesquisadora Fabiana de Felício tomando como referência os micro dados da PNAD/IBGE 2009.

A baixa atratividade pela carreira do magistério se deve não somente a baixa remuneração, mas também pelas difíceis condições de trabalho, associadas muitas vezes à violência nas escolas. Países como Coréia do Sul, Finlândia, Cingapura, Canadá e Japão, que estão no topo da Educação mundial, têm pelo menos uma coisa em comum: ser professor, nestes países, é objeto de desejo, os jovens se sentem atraídos pela carreira do magistério. Diferente do que ocorre aqui no Brasil, onde os jovens não querem ser professores.

CONCLUSÃO

Concluímos, pois, que ser professor não é uma tarefa fácil, pois os mais variados desafios se apresentam todos os dias, onde ele necessita ser pai, mãe, educador, recreador, amigo, psicólogo e muitas vezes mágico. É uma profissão complexa, cheia de desafios e desvalorizada em relação à sua importância.

Analisando o contexto atual, percebe-se que a classe docente já conquistou alguns direitos importantes, mas para que se alcance uma valorização plena, necessita-se facilitar a qualificação do profissional, garantir boas instituições de ensino para sua formação, um local de trabalho com boas estruturas físicas, materiais didáticos de qualidade, e o principal, o respeito, tanto do governo quanto da sociedade.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Cortez, 1984.

ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. 3. ed. São Paulo: Ars Poética, 1994.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2000.

FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1991.

TURRA, Clodia Maria Godoy

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