A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE INGLÊS A DISTANCIA

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Os caminhos da investigação

A pesquisa objetivou conhecer e verificar a contribuição dos REAs utilizados no processo didático-metodológico do ensino de inglês no AVA de um curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês de uma universidade brasileira em São Paulo, que recebeu o nome de Universidade de Educação a Distância (UNIED) dentro da qual foram analisadas as possibilidades e limites dos REAS para a aquisição da competência comunicativa no AVA no curso de Licenciatura Inglês/Português na modalidade a distância para apreensão do conhecimento de inglês no que se refere à competência comunicativa.

A reflexão sobre tal temática partiu de uma preocupação pessoal e pela falta de pesquisas relacionadas ao estudo da aquisição virtual da Língua Inglesa e os REAs; como possibilidade de aprender a competência linguístico-comunicativa do idioma.

A Educação e a Internet

A internet transformou-se em um espaço possível para educação e, portanto, abre as portas para uma proposta de uma educação em rede, rizomática, solidária e igualitária, além de buscar elementos educacionais libertadores da autonomia dos sujeitos, traz no bojo a possibilidade de inclusão de homens e mulheres pela conscientização dos problemas planetários, da ampliação e compreensão dos conhecimentos transculturais e de ideologias hegemônicas.

O ambiente virtual reconfigurado para a aprendizagem sob o conceito pedagogia da virtualidade bem como sob a noção de educação popular, concede ao ensino de Língua Inglesa uma dimensão crítica que vem sendo abordada ao longo do seu contexto histórico, e que se pauta na viabilização da comunicação e das relações humanas que promovem o diálogo, inter e multicultural, mas, sobretudo democratizado. É necessário compreender que a disciplina de Língua Inglesa nos currículos de formação superior não pode ser apenas um ornamento.

Pressupondo que a modalidade de ensino a distância promove paradoxalmente a aproximação e a comunicação que abre portas para a multiculturalidade, a formação do professor de Inglês nesse universo constitui uma forma de desvendamento do mundo pela tela do computador que pode transpor a barreira linguística.

A evolução tecnológica trouxe especificidades no modo de ensinar e aprender para o contexto educacional. Para os cursos de Licenciatura Letras Português/Inglês virtuais, essas implicações tornam-se mais amplificadas pela complexidade que o ensino e a aprendizagem da competência comunicativa abrangem. O envolvimento da Educação com a problemática em busca de meios que possam conceder a esses profissionais e seus alunos o sentimento de completude desta determinada área do saber torna-se essencial.

Para sustentar essas discussões dos aspectos relacionados à Língua Inglesa na Educação a Distância, optou-se cinco hipósteses de Krashen (1988) que são: aprendizagem - aquisição, input compreensível, filtro afetivo e ordem natural, as concepções de Lévy (2010) que define o ciberespaço, segundo Lévy, é como um universo destotalizado, flutua na interconexão em tempo real de todos com todos, potencializando os processos da inteligência coletiva nas comunidades virtuais e o pensamento de Freire (1996) que empreende a educação como algo capaz de reconhecer-se no exercício de sua responsabilidade para enfraquecer o que reduz, desune e simplifica, e fortalecer o que complexifica, contextualiza e une; uma pedagogia que reconheça o todo que promove o sentido do sujeito e o mundo e o sujeito no mundo como parte de sua própria história, apreendendo o objeto em seu contexto, na sua plenitude e no seu conjunto.

O inglês é hoje a língua por meio da qual as forças do discurso e dos contra- discursos são engendrados. Portanto, o ensino do idioma puramente instrumental não faz sentido. Dentro desse contexto, Paulo Freire propôs uma alfabetização problematizadora que supera a relação opressor-oprimido. A consciência crítica para a aquisição da linguagem, para codificar e decodificar outorga sentido histórico à prática dos sujeitos quando decide, lê a palavra, torna-os passíveis de fazer a leitura crítica do mundo.

Ancorada nas teorias, e após delinear o critério de escolha da universidade investigada, o percurso metodológico foi constituído de três fases: composição do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura Português/Inglês que tinha como intuito a consonância da teoria e da prática no AVA, observação exploratória dos REAs no AVA na qual a proposta foi imergir durante 12 meses no Ambiente Virtual de Aprendizagem para observar os recursos utilizados e se eles eram utilizados com vistas à competência comunicativa segundo os preceitos de Krashen. As entrevistas reflexivas online foram elaboradas questões semidirigidas que abordavam a aquisição da fluência oral da Língua Inglesa em um curso de formação de professores de Inglês bem como as possibilidades REA.

Na análise do PPC e no mapeamento do AVA, que foram feitos simultaneamente, percebeu-se que as propostas discursam as diretrizes educacionais, porém elas não convergem para a prática que ocorre no AVA. Dessa forma, existe ainda um ensino que copia a modalidade presencial, mas dicotomiza o que está postulado no PPC e o que é praticado no Ambiente Virtual.

O mapeamento do AVA permitiu vivenciar, os recursos do ambiente e experienciar com que abrangência em termos de competência comunicativa o processo de ensino e aprendizagem ocorre. A participação em cada aula revelou que a aplicação dos REA não segue os conceitos estabelecidos pela UNESCO (2012) que preconiza a utilização, criação, compartilhamento, adaptação e reutilização dos REAs.

As entrevistas online revelaram que a tecnologia avançou e que a educação, por sua vez, embora apresente alguns avanços teóricos permaneceu na prática mais tradicional, nos modos de ensinar e aprender, mas há tentativas de acompanhar os avanços tecnológicos para incorporar a cultura contemporânea no processo de aprendizagem.

O marco conceitual elaborado a partir de Krashen (1985; 1988) Freire (1996) e Lévy (2010) e outras