SEM ALFABETIZAÇÃO NÃO HÁ CIDADANIA
Por: Rodrigo.Claudino • 15/5/2018 • 1.323 Palavras (6 Páginas) • 291 Visualizações
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Já o papel do professor é incentivar a leitura e a escrita de diferentes tipos de textos – livros de literatura infantil, poesia, bulas, receitas, jornais, rótulos, placas, anúncios, etc - mediante o uso de estratégias e metodologias adequadas para cada faixa etária e a partir de temas relacionados com a realidade do aluno.
É importante também oportunizar a prática da escrita, individualmente ou em dupla, através da redação de bilhetes, convites, notícias recados, para um leitor que exista, real, objetivando a compreensão dos sentidos da escrita como possibilidade de comunicar algo a alguém.
METODOLOGIA PARA O ACESSO A ESCRITA E A LEITURA
Para que a cidadania seja exercida com sucesso, é necessário que o cidadão tenha como base a aquisição da leitura, pois ela proporcionará a ele o acesso às informações, sendo assim, portanto, um cidadão atualizado e informado.
A escola, que tem como função formar cidadão, é uma das instituições responsáveis pela alfabetização dos cidadãos em formação. Por isso, o uso de estratégias e metodologias adequadas para cada faixa etária, é de extrema importância, pois o educador preocupa-se em provocar nos seus alunos, o interesse pela leitura.
Partindo desse pressuposto, uma das estratégias para essa provocação e interesse, é abordar temas relacionados com a realidade do aluno, ou seja, o assunto/conteúdo a ser estudado tem que girar em torno do aluno.
O professor Carlos Franchi, após uma leitura da gramática escolar, afirma:
“Tem razão, pois, quem rejeita a gramática, quando se perde esta dimensão criadora e esvazia o estudo gramatical de qualquer sentido pela desconexão entre seus objetivos e os objetivos de uma prática da linguagem em um contexto vital. Também porque somente aprende a gramática, quando relacionada a uma vivência rica em língua materna, quando construída pelo aluno como resultado do seu próprio modo de operar com as expressões e sobre as expressões, quando os fatos da língua são fatos de um trabalho efetivo e não exemplos descolados da vida”. (FRANCHI, 1998).
Os conteúdos da gramática devem andar de mãos dadas, estar em harmonia, sintonia com as necessidades dos alunos, pois assim, os mesmos interessar-se-iam mais pela aula.
Ainda na citação de Franchi, temos outra metodologia, quando ele aborda sobre os textos, dizendo que a produção deve ser “construída pelo aluno...”. Dessa forma, acredita-se que a compreensão do aluno sobre a sua fala, sobre o que lê, assim como o fato de que ele escreve alguma coisa para ser lida por alguém devem fundamentar a prática pedagógica na escola.
Assim, ao contrário do que ocorre com o uso do livro didático, em que tudo já vem pronto para ser consumido pelo aluno, e dessa forma ele não desenvolve seu pensamento crítico, nossa proposta é o que o ponto de partida da ação pedagógica seja o texto produzido pelo aluno, tanto oral como escrito. E este pode ser resultante do trabalho do professor com o aluno em Oficinas de Leitura e Escrita, onde se busca o enriquecimento progressivo dos textos produzidos, desde o espontâneo até os que apresentam um maior nível de complexidade.
Caso o aluno escreva palavras erradas na sua produção, o professor poderá fazer uso da epilinguística, perguntando: Não seria melhor utilizar essa palavra, ao invés dessas? Onde será feito uma análise da escrita.
Contudo, a gramática deve ser trabalhada a partir das produções dos alunos, com ênfase na sua variante linguística, comparada à norma culta da língua culta da língua portuguesa. Devem ser realizadas pelos alunos para sanar alguns problemas relativos a aspectos gramaticais sempre com a participação dos alunos. Atividades dessa natureza levam os alunos a uma maior compreensão da língua, e a utilizarem essa língua como meio de expressão de si mesmos, relevando, ainda, a sua compreensão das coisas e do mundo.
REFERÊNCIAS
BIBIANO, Bianca. Unesco: 38% dos analfabetos latino-americanos são brasileiros. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/unesco-38-dos-analfabetos-latino-americanos-sao-brasileiros. Acessado em: 01/07/2015.
FRANCHI, Carlos. Criatividade e gramática.
SED/SP-CENP, 1998.
GOULART, Cecília. Uma abordagem bakhtiniana da noção de letramento: contribuições para a pesquisa e para a prática pedagógica. In: FREITAS, M., JOBIM e SOUZA, S. & KRAMER, S. Ciências Humanas e pesquisa: leitura de Mikhail Bakhtin. São Paulo; Cortez, 2003.
MARIZ, Renata. Brasil cumpre apenas duas das seis metas do programa Educação para Todos, diz Unesco. Disponível em: http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-cumpre-apenas-duas-das-seis-metas-do-programa-educacao-para-todos-diz-unesco-15818318.
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