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Resumo Medo e Ousadia

Por:   •  15/3/2018  •  1.468 Palavras (6 Páginas)  •  373 Visualizações

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importância no processo, visto que tanto o professor quanto o aluno te m o que ensinar e o que aprender nos momentos em que se estabelecem os diálogos críticos da Pedagogia Libertadora. Desta maneira, o ensino libertador se mostra mais democrático do que o ensino tradicional, em que o professor é o único detentor do saber e o aluno, por sua vez, é considerado um mero receptor desse conhecimento, que em nada pode contribuir na construção do mesmo. Se pensarmos a educação autoritária-tradicional sob este aspecto, é impensável sua existência nas salas de aula da atualidade, pois é sabido que nada se aprende ou se constrói sem o envolvimento direto do aluno. A aprendizagem só se dá quando esse aluno se torna sujeito da construção do conhecimento ao ser participativo e crítico em relação às questões abordadas em aula e às questões que se fazem presentes na sociedade em que vive. Nas palavras de Freire (p. 46):

A educação libertadora é, fundamentalmente, uma situação na qual tanto os professores como os alunos devem ser os que aprendem; devem ser os sujeitos cognitivos, apesar de serem diferentes. Este é, para mim, o primeiro teste da educação libertadora: que tanto os professores como os alunos sejam agentes críticos do ato de conhecer.

Um aspecto importantíssimo da educação libertadora é que ela visa uma transformação além da sala de aula, ou seja, a Pedagogia Libertadora visa levar ao empreendimento de ações que venham a refletir em uma mudança da sociedade. O educador que quer transformar a sua prática mediante essa perspectiva (abordagem libertadora) não pode ser ingênuo e precisa saber que a educação é política. Segundo Freire (p. 60):

Esta é uma grande descoberta: a educação é política! Depois de descobrir que também é um político, o professor tem que se perguntar: Que tipo de política estou fazendo em classe? Ou seja: Estou sendo um professor a favor de quem? Ao se perguntar a favor de quem está educando, o professor também deve perguntar-se contra quem está educando. Claro que o professor que se pergunta a favor de quem e contra quem está educando também deve estar ensinando a favor e contra alguma coisa. Essa “coisa” é o projeto político, o perfil político da sociedade, o “sonho” político. Depois desse momento, o educador tem que fazer sua opção, aprofundar-se na política e na pedagogia de oposição.

O professor libertador busca o fim da passividade e o desenvolvimento da percepção crítica em favor da mudança social. Estas são ações que na escola, por si só, não são suficientes para transpor o sistema da realidade social. Entretanto, são pequenos fatores que podem vir a contribuir de forma significativa para a transformação além da sala de aula. Ao contestar a educação tradicional, estamos contestando a reprodução da ideologia dominante, e esse é um pequeno passo em direção à transformação. É um passo pequeno se considerarmos todo o sistema social que aí está, porém, é um primeiro passo que pode vir a impulsionar uma corrida em direção à transformação social!

Para finalizar as considerações acerca da transformação do professor em educador libertador, é importante ressaltar que este deve examinar constantemente a sua prática de forma crítica, reinventando-a sempre que for necessário.

No que diz respeito ao papel da Supervisão Escolar no contexto da Pedagogia Libertadora, é importante ressaltar que não há ação isolada por parte desta que possa transformar a realidade. Por outro lado, a Supervisão poderia mobilizar o grupo que, em primeiro lugar, deveria observar a realidade na qual está inserido. Em segundo lugar, após essa observação por parte do grupo, o Serviço de Supervisão Escolar poderia oportunizar espaço de estudo e discussão acerca da Pedagogia Libertadora, analisando suas contribuições e possibilidades mediante a realidade da Instituição em questão e da sociedade em que está inserida. Somente após toda esta análise, o grupo, em conjunto, poderia decidir porque essa pedagogia deveria se adotada e como promover um trabalho que venha a contribuir de forma eficaz para que se dê uma real transformação. Desta forma, não vejo como papel da Supervisão a tarefa de “mudar / salvar o mundo” (ou toda a realidade de uma Instituição Educacional), mas sim a tarefa da abertura de espaços de discussões que venham a contribuir para a proposição de ações pré-acordadas (no grupo) que levem a uma mudança positiva. Assim, o supervisor, enquanto educador libertador necessita promover o diálogo crítico e apostar no compartilhamento de idéias e no aprendizado que se dão através da troca e que podem, efetivamente, contribuir para uma educação transformadora.

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