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Resenha do Capítulo “Lógicas de polarização urbanas: O olhar a partir de baixo”

Por:   •  5/6/2018  •  1.130 Palavras (5 Páginas)  •  265 Visualizações

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fazer uma comparação entre as duas primeiras lógicas, o autor coloca que a dessocialização do trabalho e a dualização ocupacional não são os únicos fatores que alimentam o crescimento da nova pobreza urbana. A partir dessa contraposição, o autor explora a terceira lógica, a “dinâmica política” na medida em que as forças de

mercado em conjunto com os Estados de Bem-Estar “são grandes produtores e modeladores da desigualdade urbana e da marginalidade”. De maneira resumida, Wacquant destaca a capacidade que o Estado detém de determinar acesso à educação, ao treinamento profissional, a sua capacidade de definir a entrada e saída do mercado de trabalho e, principalmente, o poder de estratificar a sociedade, consolidando sua capacidade de estimular a nova marginalidade urbana. Por fim, aborda a “dinâmica espacial”, a quarta lógica estrutural, no sentido de concentração e estigmatização. Faz uma comparação entre a antiga e a nova marginalidade, enquanto a primeira tendia a se distribuir largamente pelos “distritos proletários”, a segunda apresenta uma tendência distinta em conglomerar-se em áreas especificas, constituindo as zonas “barras-pesadas” e “proibidas” dos ambientes urbanos. Feita tal comparação, o autor explora as características de diferentes bairros em torno do mundo que seguem essa lógica espacial de aglutinação da miséria.

Como a situação da nova pobreza tem emergido em todo o globo, destacando para a convergência transatlântica, e dessa forma, tomado força, os Estados-nação encontraram três alternativas para enfrentar tal marginalidade avançada. A primeira e, a priori, ineficiente seria remendar os programas já existentes do Estado. Argumentações trazidas pelo autor colocam que tal “resposta retificadora” poderia ocasionar efeito contrário e acabar por alimentar o problema. A segunda alternativa consiste em “criminalizar a pobreza através do confinamento punitivo dos pobres” em bairros segregados e/ou em penitenciárias. Tal solução é adotada pelos Estados Unidos como mecanismo de controle racial e imposição de trabalho assalariado dessocializado. Convergentemente, algo parecido ocorre na Europa ao incentivar a polícia e as instituições carcerárias a frear os efeitos da insegurança social, o que tende a desregular o mercado de trabalho e incentivar uma explosão de inflação carcerária através do continente.

Após expor as duas primeiras alternativas e suas possíveis inviabilidades, Wacquant traz a terceira, e progressista, resposta para a polarização urbana a partir de baixo: uma reconstrução do Estado de Bem-Estar, “que adequaria sua estrutura e políticas às condições sociais e econômicas emergentes”. Seriam, portanto, inovações radicais que tirariam a dependência da subsistência das condições e possibilidades do trabalho, expandindo o acesso à educação, aos bens públicos, como moradia, saúde e transporte e, assim, desvinculando-os de uma necessidade extrema de trabalho assalariado. Wacquant conclui sua obra afirmando ser essa terceira opção a “única resposta viável ao desafio que a marginalidade avançada representa para as sociedades democráticas”.

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