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Pluralidade Cultural nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental

Por:   •  9/1/2018  •  7.353 Palavras (30 Páginas)  •  620 Visualizações

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No entanto, o objetivo principal é contribuir para a construção da cidadania na sociedade pluriétnica e pluricultural, conhecendo a diversidade do patrimônio etnocultural brasileiro, valorizando as culturas presentes, e compreendendo a desigualdade social como um problema de todos. Os conteúdos a serem trabalhados serão Língua Portuguesa, matemática, História, Geografia, Artes, Educação Física e Ciências. As atividades serão desenvolvidas por etapas, seguindo um cronograma, onde farão Leitura e discussão acerca dos tipos de textos, de literatura infantil, para reflexão, construção de novos textos a favor da diversidade, conhecendo as expressões regionais, estudo das dimensões sociais, políticas e culturais como meio para construir a noção de identidade do educando. Deverão fazer uma reflexão critica sobre a espacialidade geográfica fundamentando-se numa visão histórica, social, política, cultural e econômica, criação artística regional através de suas diversas manifestações como dança dramatização, músicas, e artesanato (expressões culturais). Pesquisar dados, elaborar gráficos e realizar estimativas de informações relacionadas à temática do projeto, e para complementar, estudar as causas de algumas “diferenças” como (deficiências genéticas, hereditariedade, doenças e seqüelas). Para a realização dessas atividades, serão usados todos os materiais disponíveis como lápis, caderno, livro, DVD, musica, papel etc. A avaliação acontecerá de forma contínua através dos registros e da montagem de portfólio para verificação do desenvolvimento das crianças. O texto foi desenvolvido em cima de conceitos bibliográficos de alguns autores como Paulo Freire, Brasil, Gonçalves e Silva, Laraia, etc.

Achar que uma cultura é superior a outra, é estarem abrindo caminho para desrespeitar os outros. Esse desprezo pelo preconceito de todos os tipos, entre eles os descendentes negros africanos escravizados que são as principais vítimas até hoje. Portanto, cabe á escola se posicionar politicamente contra toda e qualquer forma de discriminação, pois o importante é buscarmos as experiências e as trocas que nos ajudarão a avançar na construção de uma nação que valorize a todos os seus filhos, independente de cor ou cultura, origem étnico-racial.

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- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Pluralidade Cultural: Conceitos e definições

A pluralidade cultural existente no Brasil é fruto de um longo processo histórico de interação entre aspectos políticos e econômicos. Esse processo apresenta uma construção cultural brasileira bastante complexa, definida e redefinida em termos nacionais, apresentando características regionais e locais. Essas diversas culturas propiciam a compreensão de seu próprio valor. Mas o que é Pluralidade Cultural? Moreira (2007) em seus estudos culturais entende a palavra “cultura” no sentido plural, como “culturas” e afirma que: correspondem aos diversos modos de vida, valores e significados compartilhados por diferentes grupos nações, classes sociais, grupos étnicos, culturas regionais, geracionais, de gênero etc., e períodos históricos.

A pluralidade cultural está relacionada com a multiculturalidade de uma nação, ou seja, quando se encontram reunidos em um mesmo espaço vários tipos de manifestações, culturas e tradições diferentes. Freire (1997) ressalta que o multiculturalismo permite a convivência de diferentes culturas, mas que essa convivência não se dá naturalmente, sendo fundamental, por isso, decisão, mobilização, união e organização de grupos. Este autor acredita que tais elementos permitiriam a grupos considerados minoritários e oprimidos unirem-se em suas diferenças e, principalmente, semelhanças, fortalecendo a luta pela conquista de respeito e de direitos. Eis a defesa do educador pela unidade na diversidade: As chamadas minorias (...) precisam reconhecer que, no fundo, elas são a maioria. O caminho para assumir-se como maioria está em trabalhar as semelhanças entre si e não só as diferenças e assim, criar a unidade na diversidade, fora da qual não vejo como aperfeiçoar-se e até como construir-se uma democracia substantiva, radical. (FREIRE, 1997, p.154)

“O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são assim produtos de uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura.” (LARAIA, 2009, p.68).

Trata-se de uma visão antropológica de cultura, em que se enfatizam os significados que os grupos compartilham, ou seja, os conteúdos culturais. Cultura identifica-se, assim, com a forma geral de vida de um grupo social, com as representações da realidade e as visões de mundo adotadas por esse grupo. (MOREIRA, 2007, p. 17).

É bastante comum que em relação ao aluno proveniente das camadas economicamente menos favorecidas se desenvolva uma expectativa de desempenho baixo. A criança e o adolescente provenientes de grupos étnicos socialmente discriminados recebem o mesmo tipo de tratamento. A desigualdade traduzida na situação de pobreza, favela, áreas urbanas, trabalhadores rurais em condições precárias, seja, ainda, a dificuldade de adaptação do filho do migrante, lamentavelmente tem sido um estigma para muitas crianças na escola (BRASIL,1997a,p.32).

Ao mesmo tempo em que a miscigenização e pluralidade étnica se transformam em magníficas metáforas e alegorias literárias, negros,índios e mestiços vivem a mais brutal discriminação em todos os lugares em que vivem, seja no campo ou nos centros urbanos. Estranho jogo esse em que os diferentes são, a um só tempo, objeto de exaltação e de exclusão (GONÇALVES e SILVA, 2006, p. 68).Em sua própria defesa, porém, grupos são organizados e solidarizam-se para o enfrentamento das desigualdades produzidas no interior da sociedade e na luta pela preservação e respeito às identidades, bem como no sentido de sobreviverem frente às novas orientações culturais. Nesse contexto, as mulheres negras deram uma contribuição muito significativa para democratizar as relações de poder no interior do próprio movimento. Inicialmente, solidariza-se com a luta das mulheres, em geral, denunciando a supremacia masculina, inclusive a dos seus companheiros negros. Em seguida, reavaliam sua própria inserção nos movimentos de mulheres, pois não vêem ali contempladas sua particularidade étnica. Ser branca, ser negra ou mestiça faz uma diferença muito grande em uma sociedade

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