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OS DESAFIOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Por:   •  24/11/2018  •  1.803 Palavras (8 Páginas)  •  278 Visualizações

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A fé na transformação e progresso do mundo por meio da ciência, da razão sofre grande golpe. Uma de suas principais características a crença de que as teorias, os conceitos, os modelos, a pretensão de trazer, fazer o desenvolvimento e o sucesso da sociedade e as respostas dadas pela modernidade falharam, ao entrar no século XIX com uma constatação: a ciência não conseguiu responder aos problemas básicos humanidade. A racionalidade moderna marcou a história do conhecimento ocidental favorecendo a fragmentação do conhecimento e pensamento humano.

Tal processo influenciou de sobremaneira como os indivíduos são educados, a sua forma de pensar, sua cultura, as práticas e relações diárias, tanto no plano individual quanto no social. Da mesma forma, a escola, configurou-se a partir dessas referências e paradigmas da racionalidade moderna, por isso, apresenta-se com uma organização fragmentada, com regras bem definidas, rígidas e fechadas. Todavia, os paradigmas da racionalidade moderna foram postos em cheque. Foram e estão sendo criticadas e combatidas por inúmeros estudiosos, principalmente, no intuito de propor uma racionalidade mais orgânica, menos técnica e dicotômica.

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Hannoun (1998) nos traz uma grande contribuição para raciocínio sobre as ideias contidas nesse texto, principalmente, por propor pensarmos a educação como uma aposta enactante. A proposta enactante é um pensamento-ação, é uma ação reflexão, uma decisão teórica e prática ao mesmo tempo. Tem como base a concepção de enação, expressão que em sua raiz refere-se a uma ação em decorrência da percepção global de uma realidade. Ação que emerge do percebido, do conhecido, mediante ao próprio processo de conhecer. Prática movida pela teoria e teoria movida pela prática, ação e decisão frutos de pressuposições vividas, experimentada, conhecidas. Tal compreensão envolve o plano físico, da motricidade, da afetividade e das relações humana e social, da moral e da ética. O agir e as escolhas são constituídos por móbeis, intencionalidade, sendo estes, os motivos, argumentos e justificações de cada decisão.

E nesse sentido a educação, as relações de aprendizagens tecidas no processo educativo, bem como as políticas educacionais, têm uma função orientadora, coordenadora, ou interventora da vida humana no mundo.

Na perspectiva do pensamento complexo, propõe uma superação da dicotomia e da fragmentação teoria e prática elemento predominante dentro da razão moderna. A educação formal é um empreendimento da humanidade. Uma revolta contra as determinações externas e construtoras da pessoa. Um recusar do ser humano em se deixar determinar pelo acaso, pelas circunstâncias ambientais, biológicas, pela educação informal, pelas contingências.

A humanidade pode decidir seu destino, de criar a si mesmo. As escolhas comportam tanto a possibilidade dos avanços, e da esperança quanto a possibilidade do erro, e dos retrocessos. O processo educacional tem como fundamento basilar dois tipos de pressupostos, os fundamentais e os instrumentais. Os primeiros são aqueles que encontramos em todos os campos e dimensões da atuação humana, estão mais próximos dos princípios e vinculados à moralidade, a dignidade; o segundo são peculiares à relação professor-aluno, são os valores, estes, que tem suas raízes, tanto no indivíduo e no conjunto de suas vivências quanto no meio ambiente e conduzem o ser humano. Assim, a educação se torna fonte de valores, pois a finalidade do ato de educar está ligada a valores, ou melhor, legitima o valor por de trás da finalidade.

O conceito de educação só é aceitável se a pessoa humana perfeitamente capaz de liberdade. No plano instrumental, no âmbito escolar, vimos que o processo ensino-aprendizagem pressupõe sua própria eficiência, o valor positivo a capacidade e vontade de ensinar por parte do professor, a presença mínima de motivação para acomodação-assimilação dos conteúdos escolares.

Importante para os avanços e crises na educação, são as razões no papel e na finalidade da educação formal, por compreender a vida como movimento entre ordem e desordem, nesse sentido, entre avanços e crises; pensar na educação a partir das relações entre seus sujeitos, entre os saberes que a compõe como campo conhecimento e saber científico, e entre os saberes a constitui enquanto filosofia da educação; colocar no centro do seu fazer educativo o ser humanos como sujeito autônomo e capaz de tomar decisões e fazer escolas e agir com coragem e entusiasmo para recriar a humanidade; por reconhecer que a educação não se faz sozinha, compreendermos que, o educador, pesquisador, político, gestor, provocado a tomar decisões visando o fazer educativo. Sendo assim, a educação brasileira precisa reconsiderar, e o grande sujeito desse processo e o educador. Sua finalidade, seu papel, precisamos aprender com os outros, com as experiências de sucesso, mas também, precisamos criar um projeto de educação nacional.

Conclusão

Estamos convencidos quanto aos avanços alcançados da educação brasileira na atualidade, contudo ao observamos o conjunto das reformas ocorridas a partir dos anos de 1990. Entretanto, muitos são os desafios que seguem, principalmente para a concretização de uma educação com qualidade e igualdade para todos os brasileiros. Talvez nos seria necessário repensar, ou pensar um projeto educacional. O modelo de educação e as políticas educativas. Ao analisar amplamente além escola, isto é, onde está inserida; outro olha a partir da educação em si mesma, como ela acontece e se constitui no Brasil, qual tem sido sua finalidade e quais têm sido seus resultados; e analisar o professor, que é esse sujeito, de fato e de direito, sua função, sua profissão, sua atuação, sua constituição, também, sua valorização. É fundamental inserir a análise e o olhar no contexto da crise da modernidade e repensá-la dentro dos paradigmas do pensamento complexo.

Pode-se destacar o princípio da enação, pelo qual todo educador é movido, por meio do ato educativo, a ousar recriar a própria humanidade e a si mesmo, consequentemente, a criar e recriar

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