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O homem constrói o mundo e a história

Por:   •  8/8/2018  •  1.661 Palavras (7 Páginas)  •  274 Visualizações

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É nesta perspectiva que o mito pode ser considerado como algo verdadeiro, isto é, há uma compreensão que satisfaz a ansiedade humana quanto á sua origem.

Os mitos, efetivamente narram não apenas a origem do Mundo, dos animais, das plantas e do homem, mas também de todos os acontecimentos primordiais em conseqüência dos quais o homem se converteu no que é hoje – um ser mortal, sexuado, organizado em sociedade, obrigado a trabalhar para viver, e trabalhando de acordo com determinadas regras (ELIADE, 1994, p. 16).

Burke (2002) afirma que os mitos são histórias com funções sociais, uma história que serviria como autorização para o presente, ou seja, seria uma história fictícia com a função de justificar alguma instituição no presente, desta forma, a antropologia observa no mito uma mensagem que seria capaz de revelar o que uma determinada sociedade pensa.

Portanto, observa-se a existência de correntes e análises distintas quanto ao mito, mas conclui-se que o mesmo se mostra de grande importância para uma análise apurada da sociedade que o produz ou que se apropria dele (DINIZ, 2011).

Vale destacar que o mito e o cotidiano caminham juntos, pelo menos ao se pensar no contexto das Grandes Navegações entre os séculos XV e XVIII, mito no sentido das “lendas” que permeavam o pensamento do homem que pouco conhecia o além mar, um influencia o outro, pois ambas permaneceram juntas para a sobrevivência e desempenho das funções dos indivíduos ali inseridos (DINIZ, 2011, p. 4).

Um instrumento privilegiado que possibilita a apreensão e a materialização desses significados é a linguagem. À medida que o homem utiliza e se apropria das diversas linguagens existentes (gestual, oral, escrita, etc.), as quais servem como mediadoras de sua relação com este meio (Vygotsky, 1989), passa a ter acesso a um vasto conjunto de significados historicamente produzidos. Contudo, enquanto um ser ativo, ao se apropriar dessas linguagens, desses significados presentes em uma determinada cultura, ressignifica-os, conferindo-lhes um sentido próprio construído através de suas relações.

A linguagem é entendida como uma produção humana que tem origem na necessidade de comunicação. Ao agir por meio da linguagem, os seres humanos produziram simultaneamente a capacidade de operar com símbolos, possibilitando a organização da prática social, o registro, o acúmulo de experiências e a transmissão de informações. Nesse processo de simbolização, os seres humanos vão desenvolvendo gradativamente formas mais elaboradas e complexas de pensamento e de expressão. A linguagem e o aprimoramento da função simbólica são elementos constituidores da forma humana de aprender e de ser (CÚNICO, et.al. 2010).

A linguagem une os indivíduos e os humaniza. Ela atua como mediadora entre o indivíduo e a sociedade, uma vez que organiza a prática social, registra informações, armazena experiências acumuladas pela história humana, possibilitando o desenvolvimento do pensamento, que se manifesta na projeção de idéias, na apropriação de conhecimentos científicos e na criação artística. Compreender a função social da linguagem implica compreender a que necessidades ela atende e como ela é utilizada em uma determinada sociedade (CÚNICO, et.al., 2010, p. 9).

As funções que a linguagem assume, através da comunicação, nos diferentes momentos da história mostra como deve ser o seu ensino: uma prática significativa, que se traduz por seu uso em situações reais.

Como acontece como contexto do “Um Filme Falado” que é, como o próprio nome sugere, sobre o problema da comunicação. A comunicação entre os povos, entre ideologias, as barreiras lingüísticas, a história como um instrumento de articulação entre o passado e o presente, o homem com seus mitos e logos, a continuidade pela transmissão de conhecimento, o cinema com o espectador.

Diversas questões são colocadas em pauta durante o filme, o que rende diferentes interpretações e discussões sem fim, e a atualidade gritante do tema que certamente transformará este filme daqui a algumas décadas em um retrato antropológico de nossa época, dita a grande força dele em não simplesmente expor suas idéias, mas constantemente dialogar conosco.

O filme todo pode ser considerado voltado para a educação, pois todo lugar pelo qual a personagem, que por sinal é uma professora de história, passa, ela dá uma explicação breve sobre a história local e suas lendas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sujeito é constituído não apenas pelos outros, mas também pelas experiências vividas e as suas várias formas de ação que levam à apropriação de significados e produção de sentidos. Isto quer significar que existem vários modos de interação do indivíduo com o mundo e que estes constituem diferentes modos de ser no mundo. O desenvolvimento do sujeito se dá na relação com os outros através do contato com a cultura já constituída e das atividades que realiza neste meio.

A linguagem é instrumento fundamental nesse processo e, como instrumento, também é produzida social e historicamente, e dela também o sujeito deve se apropriar. A linguagem materializa e dá forma a uma das aptidões humanas: a capacidade de representar a realidade.

Quando se apropria da linguagem enquanto instrumento, o indivíduo tem acesso a um mundo de significações historicamente produzido. Além disso, a linguagem também é instrumento de mediação na apropriação de outros instrumentos.

É importante salientar também que, ao menos na teoria, o ouvir histórias não fica mais restrito ao caráter educativo que há nelas, mas amplia-se para o literário, ao propor que a escuta dos contos, lendas, narrativas, fatos, propicie o aprendizado da língua em sua prática da escrita e das significações com que esta escrita é elaborada.

Compreender a língua como

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