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Neuropsicologia : As bases biológicas do comportamento

Por:   •  15/1/2018  •  1.786 Palavras (8 Páginas)  •  341 Visualizações

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Em relação ao comportamento reprodutivo, bem como vários outros processos fisiológicos básicos, estão sob controle dos hormônios secretados pela adenoipófise, os chamados hormônios gonadotróficos hipofisários. Existem no mínimo quatro fatores críticos que atuam em diferente estágio do desenvolvimento para determinar o comportamento sexual que o indivíduo irá manifestar na idade adulta: o meio hormonal perinatal, a socialização pré-puberal, os hormônios puberais e os parceiros sexuais disponíveis. Na fase perinatal, as secreções gonadais ativam circuitos no SNC envolvidos na programação e organização de comportamentos sexuais dimórficos.

No comportamento alimentar, o hipotálamo atua na regulação do apetite e se assemelha a um transdutor. O comportamento alimentar, também utiliza alguns sistemas de controle que não tem valores pré-estabelecidos fixos ou formais, mas o sistema funciona como se eles não existissem. Aparentemente, quanto mais gordura é armazenada nas células adiposas, menor é a conversão de nutrientes em gordura. Indivíduos obesos prestam pouca atenção aos sinalizadores fisiológicos internos (níveis endógenos de glicose, por exemplo) que indicam a necessidade ou não da procura do alimento. Ao invés disso, seu comportamento alimentar é ativado por sinalizadores externos como aspecto, odor e sabor dos alimentos.

Em relação à aprendizagem e a memória, três fatores básicos são a aquisição, o armazenamento ou retenção e a evocação de informações. Hoje se admite que a aprendizagem e a memória recrutam processos neurais múltiplos originários do cérebro, mas que certas estruturas estão mais envolvidas, que outras, pois esses processos são inferidos a partir de relações comportamentais antes que medidas diretamente. A aprendizagem corresponde à aquisição de novos conhecimentos do meio e como resultado desta experiência ocorre à modificação do comportamento, enquanto a memória que é a retenção deste conhecimento.

No que diz respeito ao comportamento emocional existe grande concordância na proposição de que emoção e motivação estão estreitamente relacionadas. Uma das definições mais simples de emoção refere-se à manifestação de reações psicomotoras, geralmente acompanhada de alterações neurovegetativas em resposta a estímulo ambiental. Segundo Darwin, dado o caráter evolutivo do comportamento emocional, a sua compreensão no homem depende, em grande parte do estudo do comportamento de outros animais. As toxinas mais modernas das emoções humanas consideram um espectro bem mais amplo, incluindo prazer, surpresa, agonia, curiosidade, desprezo e pânico. As bases anatômicas do comportamento emocional estão localizadas no sistema límbico, onde se destaca o papel do hipotálamo, pois este produz efeitos autonômicos, endócrinos e motores que se assemelham àqueles observados em vários estados emocionais, sugerindo que esta estrutura coordena e integra emoções.

A razão pelo qual a dor e reações comportamentais de defesa mantem um processo estreito entre si, está em que a maior parte dos neurônios envolvidos no processamento da informação dolorosa pertence a áreas filogeneticamente antigas, como as paredes mediais e caudais dos ventrículos, o tálamo, o hipotálamo e a substância ativadora reticular ascendente do tronco encefálico. Os aspectos motivacionais da dor produzem o desejo de reduzir, terminar ou mesmo fugir do estímulo nocivo. Portanto determinados comportamentos são induzidos por esta condição, da mesma forma que fome, sede e necessidade de satisfação dos desejos sexuais, também promovem comportamentos específicos.

A atividade mental humana organizada possui alto grau de direção e seletividade. Entre os muitos estímulos que nos atingem, só respondemos àqueles que são particularmente importantes e corresponde ao nosso interesse, intenções ou tarefas imediatas. Entre o grande número de comportamentos possíveis, escolhemos aqueles que nos capacitam a atingir nossos objetos imediatos ou a realizar um ato necessário. Os processos que determinam a atenção envolvem atividades cooperativas na formação reticular, sistema límbico e estruturas corticais e sub corticais, associadas à função sensorial e motora. As funções mentais são dependentes da forma como o cérebro organizado e das associações entre diversos sistemas neurais. Atualmente o uso das técnicas de imagem cerebrais tem contribuído sobremaneira para o nosso conhecimento dos processos subjacentes à atividade dos neurônios, no momento em que recebem um determinado estímulo, geram a percepção dos sinais que recebemos a formação de imagens e o pensamento. A representação no cérebro de cada elemento constitutivo de objetivo visto como a forma, a cor, o tamanho, ocorrem em áreas específicas e definidas ao córtex occipital visual. A atividade neural não parece depender de nenhuma modalidade sensorial particular, vários campos sensoriais se sobrepõem e combinação de sensações, produzem percepções de uma ordem progressivamente mais alta.

A linguagem constitui-se em um sistema arbitrário de sinais e símbolos que funciona como um processo intermediário, entre o pensamento e o mundo externo. As primeiras evidências indicam que o hemisfério esquerdo é o dominante no controle da fala e da escrita e o hemisfério direito é responsável por funções mnemônicas não verbais, foram obtidas em 1861 por Paul Broca. Paul observou que, após estudos em pacientes neurológicos associados a distúrbios da linguagem, a lesão estava localizada no lobo frontal. Os mecanismos de memória simbólica determinam a detenção exclusiva da fala pelo homem, como também favorecem a aquisição de sua habilidade de associação, entre estímulos de diferentes modalidades e a sua capacidade de processá-los ao mesmo tempo. O desenvolvimento da linguagem no homem também depende do desenvolvimento particular das estruturas cerebrais envolvidas com a linguagem. As regiões corticais de associação ligam áreas auditivas, notórias e cognitivas ao cérebro, através de circuitos reverberativos.

René Descarte (1596-1650) postulava que a mente seria uma entidade com características físicas especiais ou indefinidas que não ocuparia espaço, ao contrario da matéria. Mente e cérebro seria, portanto, entidades independentes e distintas e com isso Descartes dava inicio à doutrina conhecida como hipótese dualística ou dualismo. O dualismo

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