Formação continuada na Educação Infantil
Por: Sara • 1/1/2018 • 2.557 Palavras (11 Páginas) • 388 Visualizações
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Como também citado por Costa(2010), “conhecer a literatura infantil, sua função e sua impotancia como formadora do sujeito, é o primeiro passo para o mediador do processor ensino-aprendizagem – o professor. A partir desse entendimento, a inserção da literatura infantil no fazer pedagógico do professor e no planejamento do professor é fundamental.”
Essa ideia é muito bem explanada por Freire (1997) da seguinte forma:
[...] Sou professor pela boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser o testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste. Boniteza que se esvai de minha prática se, cheio de mim mesmo, arrogante e desdenhoso dos alunos, não canso de me admirar.
Muitos encaram sua profissão com descaso e até com comodismo como já citado anteriormente. Quando muito, se esforçam em fazer um ou dois cursos aleatórios depois que se formam, e pensam estar fazendo muito. Mas a formação continuada é muito mais que fazer alguns cursos de reciclagem ou capacitação. Marin (1995) define a formação continuada da seguinte maneira:
[...] não se trata de uma simples aquisição de conhecimentos, mas de uma transformação da própria pessoa envolvendo mecanismos psicológicos mais amplos, e essa interação sujeito-mundo (local onde habito e no qual dou e recebo significações) é que faz aparecerem problemas mais profundos, os quais a simples instrução não consegue resolver. É necessária uma prática transformadora constituída pela teoria e pela ação, formando uma proposta pedagógica que não concebe as pessoas como ‘destinatárias’, mas como sujeitos da própria atividade política.
De maneira que as mudanças na postura do professor são fundamentais no formar-se. É de real importância que o professor tenha consciência das pequenas mudanças no seu cotidiano escolar, em detalhes que já considera saber, mas que fazem diferença se levar em conta. Na educação infantil, por exemplo, como disse Melo (2011)
Ensinar conteúdos convencionais de forma llúdica é possibilitar o aprender, pois permite o desenvolvimento da socialização: fazendo amigos, aprendendo a compartilhar, a escolher, a assumir lideranças e expressar opiniões.[...] Precisamos de professores que reflitam sobre as práticas e metodologias utilizadas em sala de aula. Não é possível que ainda existam profissionais da educação que continuem insistindo em práticas evasivas e que levam o aluno ao princípio da decoreba. A educação está carente de profissionais que chamem o aluno para a construção do conhecimento, que o instiguem a desbravar o mundo do saber, da curiosidade, estimulem a criatividade e a atenção. Profissionais comprometidos estão sempre em busca de novas metodologias de trabalho para melhorar a qualidade do ensino e deixá-lo atrativo, prazeroso, equilibrando a prática com a teoria.
Dessa forma, é claro que estão incluídos os cursos de reciclagem, mas esses só farão diferença para o profissional da educação se ele deixar-se influenciar com novos conhecimentos e fazer uso deles no seu dia-a-dia com os alunos. Conforme Freire (1997), é preciso trabalhar nos professores, “[...] a consciência de si como ser inacabado, porque necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num permanente movimento de busca”. Segundo Martins e Coelho (2011), “os docentes exigem dos alunos algo que eles próprios não dominam – a pesquisa”. Esse pensamento cômodo não é raro principalmente na Educação Infantil, onde mesmo alguns educadores tem o costume de tratar seus alunos como crianças a quem cuidam. Não buscam se aperfeiçoar nesta área, entender como podem ajudar a ensinar os alunos, mesmo desde bebês. É necessário uma mudança de atitude destes profissionais da Educação Infantil, que às vezes mesmo sem querer, se denominam tias de creches.
2.1 O QUE ESTÁ ENVOLVIDO EM FORMAR E FORMAR-SE
Segundo o dicionário Aurélio (Ferreira, 1999, p.929), o conceito de formar é “dar forma a algo, conceber, imaginar; instruir, educar, aperfeiçoar; constituir; fundar, criar; tomar forma, desenvolver; constituir em, fazer; educar-se, instruir-se, preparar-se”.
Segundo Freire (1997) “[...] formar, é muito mais que treinar.” Conforme Martins e Coelho (2011) “seguindo este raciocínio, formar é mais que cumprir técnicas e reproduzir padrões; é produzir, gerar, idear novos conhecimentos”.
Conforme Freire (2001), o professor:
[...] tem como tarefa primordial a de ser sujeito e não objeto de transformação, não podendo ser neutro diante do mundo... O trabalhador social, como homem, tem que fazer sua opção. Ou adere ás mudanças que ocorrem no sentido da verdadeira humanização do homem, de seu ser mais, ou fica a favor da permanência.
Sobre a formação que envolve o pessoal e o profissional, Nóvoa (1992) alerta: “[...] a formação de professores tem ignorado, sistematicamente, o desenvolvimento pessoal, confundindo formar e formar-se”. Isso mostra o quanto são necessárias as mudanças de atitude por parte dos profissionais da educação em geral, e o quanto de caminho temos pela frente.
- VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
Meu estágio foi realizado na E.M.E.I Golfinho do Mar, Travessa sem nome, nº 112, no município de Balneário Pinhal. A escola funciona período integral, tanto pela manhã quanto pela tarde, das 8 horas as 12 horas e das 13 horas ás 18 horas. São 10 turmas ao total, sendo que são 2 turmas de berçário, 4 de maternal, e 4 de pré-escolar. Fiz a observação na turma de Maternal I, sendo que minhas atividades de regência também foram realizadas nessa mesma turma.
Fui bem recebida pela professora e pela turma. Pelas observações pude perceber que a turma é muito comportada, e a professora sabe impor limites e consegue lhes ensinar em atividades comuns para o dia a dia, bem como faz brincadeiras e atividades direcionadas ao aprendizado. A professora regente tem excelente receptividade às regras de rotina de acordo com a linha pedagógica do PPP: Promove jogos, atividades, entrosamentos dos alunos para estimular seus conhecimentos. Por exemplo: para ajudá-los a saber as cores(pinturas dirigidas), os sons (música e dança), estimula o tato (massinha de modelar), a criatividade (pintura livre), o companheirismo (dar as mãos antes de ir para o refeitório, pedir
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