FORMAÇÃO DE PROFESSORES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UMA BREVE REVISÃO
Por: Letícia Sauer Leal Pereira • 8/11/2022 • Pesquisas Acadêmicas • 5.456 Palavras (22 Páginas) • 807 Visualizações
FORMAÇÃO DE PROFESSORES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UMA BREVE REVISÃO
PEREIRA, Letícia Sauer Leal[1]
BARBOSA, Sidney[2]
RESUMO
Este trabalho de Conclusão de Curso tem como sistematizar e analisar um levantamento de materiais bibliográficos referentes à formação inicial de professores com deficiência visual, no viés do ensino de ciências, a fim de criar um Revisão Sistemática Literária (RSL). Além disso, tem como questionamento norteador o quão estudado e discutido é a inclusão de licenciandos de Ciências da Natureza com Deficiência Visual (DV) em suas práticas na escola? Já com metodologia a abordagem qualitativa, quantitatica e a revisão sistemática, sendo um método que faz a sinopse de estudos sobre de determinado assunto, bem como aponta algumas lacunas que possam vir a gerar novas pesquisas e investigações sobre a temática em questão. A partir dos 17 materiais bibliográficos elencados da RSL, evidenciou-se uma lacuna sobre a formação inicial de pessoas com deficiência visual. Em conta partida evidenciou-se haver um número maior de pesquisas relacionadas sobre a inclusão dos educandos no ensino de ciências.
Palavras-chave: Inclusão. Licenciatura. Docentes. Ensino de ciências.
1. INTRODUÇÃO
A inclusão, mais especificamente da pessoa com deficiência visual, é um assunto polêmico no âmbito educacional (SANTOS, 2007). Apesar da ampliação de políticas públicas para a inclusão, ainda há uma diversidade de questões e anseios relacionadas às práticas inclusivas. Nesse sentido, citam-se algumas investigações já realizadas.
Bielski (2018) investigou como ocorre a inclusão de alunos com deficiência visual no Ensino de Ciências. Ele descreveu quais as estratégias e metodologias didáticas utilizadas pelos professores em três escolas públicas de Espigão Alto do Iguaçu-PR.
Pinheiro (2018) investigou nos artigos da Revista REnBio e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (IBICT) para descrever quais as modalidades didáticas e pedagógicas usadas no processo de ensino dos alunos com deficiência visual em tais pesquisas.
Ribeiro (2019) analisou e descreveu o histórico e o uso de estratégias lúdicas no ensino aprendizagem de estudantes com deficiência visual e realizou o levantamento dos materiais didáticos que são utilizados no ensino aprendizagem de estudantes cegos no ensino de Ciências.
Constata-se que o foco destes estudos é o aluno com DV no âmbito escolar e voltado para estratégias ou recursos de ensino para os mesmos.
Há um número sucinto de estudos relacionados a inclusão de um licenciando ou professor em formação inicial com DV. Desses, citam-se Lemos (2008), que verificou como se deu a formação acadêmica e profissional dos professores, para descrever as dificuldades enfrentadas no cotidiano por eles, bem como a superação dos próprios limites no desempenho pessoal e profissional destes.
Há o estudo de Domingos (2017), que buscou conhecer como a inclusão de um professor com deficiência visual é encarada no ambiente escolar. Descreveu quais são as suas limitações/potencialidades, quais estratégias este utiliza para desempenhar as suas funções e como esse contato contribui para a formação dos alunos.
Outro estudo a ser citado é o de Potter (2018) que analisou os relatórios elaborados por alunos entre os estágios V e VI de um curso de Letras – Inglês da UFPB, a fim de relatar como os estagiários percebem a experiência de estágio para lidar com a deficiência e questões de inclusão.
Esses trabalhos tem em comum o fato de abordar o educador com deficiência visual como foco de pesquisa. No entanto, cabe salientar que o olhar dessas pesquisas não é específico para o professor com DV no ensino de ciências, o que aponta para uma lacuna nos conhecimentos.
Deste modo, justifica-se a temática deste trabalho de concusão de curso, que abordará o processo de inclusão de um licenciado com deficiência visual na escola, através da sua prática na escola.
Outros aspectos são motivadores e justificam a realização desta pesquisa. Sou formada na área de Educação Especial e atuo em sala de recursos, junto a alunos com deficiência.
Assim, a temática da inclusão, bem como a relação com as pessoas com deficiência e os professores no espaço escolar, apresentam-se como uma possibilidade de pesquisa e reflexão sobre a prática profissional.
A partir da práxis diária na escola pública estadual nos últimos seis anos e, após ter passado por várias escolas, em diferentes cidades do Rio Grande do Sul, nunca vivencei o contato direto com um educador com deficiência visual.
Considerando essa definição, pode-se entender que a formação deve permitir que, para além dos conhecimentos, o educador com ou sem deficiência possa construir novos significados e sentidos sobre o sua prática nas aulas de ciências. Foi essa abordagem que norteou a estruturação metodológica do estudo, bem como as discussões a partir dos descobertas da revisão de literatura.
De modo geral, o mesmo indaga como se dará à inclusão de um licenciando de Ciências da Natureza com Deficiência Visual (DV) em sua prática na escola? A fim de que haja relevância para a pesquisa procurou-se investigar quão estudado e discutido é o assunto no meio acadêmico.
Neste sentido, tem-se por objetivo sistematizar e analisar um levantamento de materiais bibliográficos referentes à formação inicial de professores com deficiência visual, no viés do ensino de ciências, a fim de criar um Revisão Sistemática Literária.
2. DISCUSSÕES À LUZ DE ALGUNS MARCOS HISTÓRICOS
A compreensão sobre a educação inclusiva em conjunto com a formação de professores, nos faz pensar sobre o direito de todos os estudantes e educadores terem acesso e frequentarem a escola sem discriminação.
A educação inclusiva têm relevância no debate acerca das percepções sociais e pedagógicas do processo de inclusão forçando, deste modo, que se repense o sistema educacional.
2.1 REFLEXÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
O trabalho docente, vem se tornando angustiante ao longo dos anos para os professores, bem como tem a necessidade de uma formação continuada que possa embasar seu trabalho diante das constantes mudanças e demandas educacionais.
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