Ensino e aprendizagem no contexto escolar
Por: SonSolimar • 14/5/2018 • 1.577 Palavras (7 Páginas) • 554 Visualizações
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1.3.Educação, instrução e ensino
A educação é um conceito amplo e refere-se ao processo de desenvolvimento da personalidade e comportamentos, envolvendo habilidades humanas, tais como: físicas, morais, intelectuais e estéticas, tendo em vista sua demarcação dentro de um determinado tempo e espaços histórico-social.
Nos dizeres de Libâneo (1994, p. 23) a educação é:
Instituição social que se ordena no sistema educacional de um pais, num determinado momento histórico; é um produto, significando os resultados obtidos da ação educativa conforme propósitos sociais e políticos pretendidos; é processo por consistir de transformações sucessivas tanto no sentido histórico quanto no de desenvolvimento da personalidade (Grifos do autor).
A Educação está estreitamente associada às convicções que embasam as práticas cotidianas e traduzem as concepções ideológicas e desafios correntes no campo social, influenciando assim, nos modos de agir dos sujeitos.
Podemos dizer que a instrução refere-se à formação intelectual, isto é, formação e desenvolvimento das capacidades cognitivas a partir da apropriação de conhecimentos sistematizados. A instrução está subordinada à educação, uma vez que a instrução está a serviço do desenvolvimento da personalidade. Está atinge seu objetivo quando consegue mobilizar conhecimentos, habilidades e capacidades possibilitando que o ensino contemple princípios e ações humanizadoras.
Instruir sujeitos não implica necessariamente educar pessoas, ou seja, conhecer conteúdos ou matérias, não garante que esses indivíduos desenvolvam atitudes e práticas transformadoras diante das necessidades e exigências impostas pelo meio social. A educação não é neutra e natural; há um propósito, uma intenção que orientam a instrução e o ensino.
O ensino corresponde a ações, meios e condições para a realização da instrução, contém a instrução em si. Por meio do ensino é possível trabalhar os conteúdos escolares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos. São variáveis desse processo: recursos, métodos, condições materiais, físicas, sociais, econômicas e culturais.
1.4.Saberes docentes
Os saberes docentes são construídos ao longo da formação inicial, continuada e da prática educativa em sala de aula. De acordo com Tardif (2002) os saberes docentes são subdivididos em diversos saberes, são eles:
Saber da formação profissional: conjunto de saberes transmitidos pelas instituições de formação de professores. Não se limitam a produzir conhecimentos, mas procuram também incorporá-los à prática do professor [...] esses conhecimentos se transformam em saberes destinados à formação científica ou erudita dos professores, e, caso sejam incorporados à prática docente, esta pode transformar-se em prática científica, em tecnologia de aprendizagem. [...] A articulação entre essas ciências e a prática docente se estabelece concretamente através da formação inicial ou contínua dos professores.
Saber disciplinar: saberes de que dispõe a nossa sociedade, tais como se encontram nas instituições escolares, sob forma de disciplina [...] os saberes disciplinares são transmitidos nos cursos e departamentos universitários independentes das faculdades de educação e dos cursos de formação de professores.
Saber curricular: saberes correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos a partir dos quais a instituição escolar categoriza e apresenta os saberes sociais por ela definidos e selecionados como modelos da cultura erudita e de formação para a cultura erudita. Apresentam-se concretamente sob forma de programas escolares que os professores devem aprender e aplicar
Saber experiencial: baseado em seu trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. Esses saberes brotam da experiência e são por ela validados.
Gauthier outro pesquisador da área também tratou da temática que envolve os saberes dos professores e categorizou tais saberes nos moldes que se segue:
Saber disciplinar: saber produzido por cientistas e pesquisadores referente ao conhecimento produzido a respeito do mundo. Conhecimento integrado á universidade como disciplinas. A escola produz saberes, a partir dos saberes das disciplinas, via transposição didática.
Saber curricular: a disciplina sofre transformações para se tornar programas construídos por sujeitos externos. Os docentes devem conhecer o programa para que possam planejar e avaliar.
Saber das ciências da educação: conhecimentos profissionais que informam a respeito das facetas da educação (conselho escolar, carga horária, sindicatos, conhecimento do desenvolvimento infantil, etc.). Esse saber é desconhecidos pelos cidadãos comuns ou pertencentes a outras profissões.
Saber da tradição pedagógica: o mestre deixa de dar aulas individuais para ministrá-las em grupos, esse formato se cristalizou, cada um tem uma representação de escola, mesmo antes de entrar nela, essa representação na maioria das vezes serve como modelo de atuação para os docentes iniciantes ou em pleno desenvolvimento da carreira.
Saber experiencial: as experiências e os hábitos estão relacionados. Essa experiência torna-se a regra e é individual e privada, haja vista que elabora jurisprudência, truques estratégias, táticas que nunca são “testadas” publicamente.
Saber da ação pedagógica: é saber experiencial a partir do momento em que se torna público, sendo testados e validados. A jurisprudência particular e pessoal que todo professor possui não serve para reconhecimento profissional, pois não é validado e nem compartilhado. A ausência do saber da ação pedagógica faz com que o docente use somente o bom senso, a experiência, a tradição, as quais
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