Crise na Educação

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O passado enquanto fonte de autoridade deixa de desempenhar um papel na educação, o olhar vai dirigir-se exclusivamente para o futuro, mediante novas tecnologias e satisfações de exigências. Se a educação deixa de se preocupar com as heranças do passado os novos também não poderão cuidar do mundo no futuro. Arendt se mostrou bastante crítica com essa perda de tradição, pois para ela, não haveria nenhuma continuidade consciente no tempo, não teria passado e nem futuro, somente a mudança do mundo e o ciclo biológico dos indivíduos.

Arendt critica essa rejeição dos adultos pelo mundo e afirma que qualquer pessoa que se recuse a assumir sua responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças, e que seria preciso proibi-la de tomar parte dessa educação e, finalmente, evocando o amor mundi. A educação para Hannah é o ponto decisivo e essa decisão a ser tomada envolveria dois tipos de amores, como o amor ao mundo e as crianças. Esse duplo amor seria a preliminar à dupla responsabilidade do professor.

Arendt vê na educação o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos responsabilidade sobre ele. A escola, para Arendt desempenha um papel importantíssimo nessa questão, pois instiga o aluno a pensar sobre o mundo e a agir nele de forma consciente e responsável, pois o que move o indivíduo é o seu interesse por ele. Esse amor pelo mundo e a responsabilidade sobre ele é uma grande contribuição do pensamento de Hannah Arendt para o pensamento educacional contemporâneo. Nesse mundo aonde cada vez mais os interesses individuais vão se sobressaindo, e os adultos não querem assumir as responsabilidades sobre as crianças e passar seus conhecimentos. Muitas vezes nos esquecemos de nossa responsabilidade de cuidar do mundo e ver o que de fato é importante para nós, então as concepções de Hannah Arendt são importantes para nos mostrar o que é essencial a nós e para pensarmos sobre aquilo que estamos efetivamente fazendo, se estamos ou não contribuindo de forma positiva ao mundo.

Andréia Rayana Barbosa Lopes, primeiro período, Pedagogia, UFPI.